Guillermo de Torre
Guillermo de Torre (Madrid, 1900 — Buenos Aires, 14 de janeiro de 1971) foi um crítico literário e de arte, ensaísta, tradutor e poeta da chamada Geração de 27 na Espanha, notório por ter focado seu trabalho de análise sobre a arte e, principalmente, a poesia de vanguarda, a qual inicia na Espanha a partir da poesia daquela geração de poetas que contava com Federico García Lorca, Rafael Alberti e outros. Foi um dos primeiros poetas das vanguardas em língua castelhana a produzir caligramas e poemas visuais, e também é considerado um dos grandes expoentes da poesia daquela geração[1], além de ser o principal promotor das vanguardas hispânicas no século XX. BiografiaGuillermo de Torre nasce em Madri, na mesma casa que San Isidro. Tendo estudado Direito, quis ser diplomata, mas sua surdez o impediu, tendo voltado sua vocação para o "internacionalismo" para o conhecimento da literatura vanguardista internacional, tornando-se um erudito. Foi descrito como “o Menéndez Pelayo da literatura de vanguarda”. Foi um dos impulsionadores do ultraísmo, tendo publicado poemas e artigos na revista "Ultra". Em 19 de fevereiro de 1919 assinou junto a outros artista o manifesto "ULTRA: Manifiesto a la juventud literaria. De origem dadaísta, sua poesia converteu-se em breve a um Ultraísmo consciente. Depois da publicação dos poemas ultraístas de "Hélices" (1923), se orientou definitivamente à produção de ensaios artísticos e, principalmente, literários, focando o trabalho não apenas das vanguardas, mas também de poetas como Rubén Darío, de quem organizou uma antologia para a comemoração do centenário de nascimeto do poeta nicaraguense, fundador do modernismo de língua espanhola[2]. Em 1925, na revista "Cosmópolis", iniciou uma série de artigos sobre as literaturas “novíssimas” que constituirian a base teórica do seu livro crítico mais importante, e o mais importante para as vanguardas de língua espanhola naquele momento, "Literaturas européias de vanguarda", publicado em uma primeira versão ainda naquele ano, posteriormente revista e ampliada. Foi colaborador habitual da "Revista de Occidente", de "Sur y El sol", e fundador, junto com Giménez Caballero, da "Gaceta Literaria" (1927) e, junto con Pedro Salinas, de "Índice Literario" (1932). Exilou-se da Espanha em função da perseguição pela ditadura de direita imposta pelo franquismo, se tornando, desde 1956, catedrático da Universidade de Buenos Aires, cidade onde fixou sua residência e adquiriu estabilidade financeira. Se casou com a pintora Norah Borges, irmã de Jorge Luis Borges, e foi conselheiro da editora "Losada", na qual dirigiiu a coleção "Poetas de España y América". Ficou quase cego como seu cunhado Borges, porém até o seu último momento trabalhou em novos projetos literários"[3].. ObraComo crítico literário, Guillermo de Torre se preocupou com os movimientos literários, não centrando seu pensamento em poetas e escritores somente em sua especifidade, preferindo falar sobre gerações, referindo-se frequentemente ao que ele chamava "aire del tiempo", ou seja, o "espírito da época" ou mesmo “Zeitgeist” Conforme o biógrafo e escritor espanhol Francisco Arias Solis, a importância de Guillermo de Torre é capital enquanto crítico literário, pois estabelece, logo após a I Guerra Mundial, "a ponte cultural entre a vanguarda européia (especialmente da França e da Itália) e os jovens escritores espanhóis, e, logo, entre a vanguarda espanhola e a Hispano-América"[3]. Sua obra mais importante historicamente, "Literaturas europeas de vanguardia", é um dos documentos mais fiéis dos movimentos literários dos anos de 1920, que Guillermo de Torre viveu com absoluta entrega. Como poeta, Guillermo de Torre, foi um cultivador da imagen e um experimentador da tipografia poemática e da poesia visual, inscrito em tendências dadaístas e ultraístas. "Vida y arte de Picasso" marca o fruto do trabalho de sua etapa em atividades relacionadas com a pintura. LivrosPoesia
Crítica
Bibliografia
Referências
Ligações externas
|
Portal di Ensiklopedia Dunia