Filho de John William Studart, comerciante e primeiro vice-cônsul britânico no Ceará, e de Leonísia de Castro Barbosa Studart. Pelo lado paterno, era sobrinho de José Smith de Vasconcelos, primeiro barão de Vasconcelos. Pelo lado materno, era bisneto de Joaquim José Barbosa e de João Facundo de Castro Meneses.
Fez os primeiros estudos no Ateneu Cearense, transferindo-se, posteriormente, para o Ginásio Bahiano. Matriculou-se, em 1872, na Faculdade de Medicina da Bahia, onde formou-se em 1877. Exerceu, durante muitos anos, a atividade médica, principalmente no Hospital de Caridade de Fortaleza.[5][6]
Participou ativamente do movimento abolicionista no Ceará, como um dos membros da Sociedade Cearense Libertadora. Discordando dos meios defendidos por esta, desliga-se para fundar, ao lado de Meton de Alencar, o Centro Abolicionista 25 de Dezembro, em 1883.
Católico militante, dedicou-se à caridade e à filantropia. Como reconhecimento, o então bispo do Ceará, D. Joaquim Vieira, solicitou a outorga do título de barão da Santa Sé, concedido, em 1900, pelo Papa Leão XIII. Participou da fundação do círculo de intelectuais católicos de Fortaleza e do círculo dos operários católicos de Fortaleza.
Logo depois da morte do pai, em 1878, herdou o título de vice-cônsul britânico no Ceará.
Autor de inúmeros trabalhos nas áreas de Medicina, línguas (Elementos da Gramática Inglesa, 1888), Geografia e biografia. Foi na História, entretanto, que ele se destacou, publicando mais de uma centena de textos, entre artigos e livros, abordando, especialmente, a História do Ceará. Suas obras são, ainda hoje, essenciais para o estudo da matéria. A sua bagagem bibliográfica chega a 139 trabalhos de grande mérito e reconhecimento internacional.
Sua batalha foi para que a memória do Ceará não se perdesse. Lutou e conseguiu desenvolver vários trabalhos, hoje fonte de pesquisas para vários historiadores do Brasil e de vários países. Uma de suas frases, proferidas diante de amigos e considerada a mais importante para muitos, foi quando já cansado pelos anos disse:
“
Inicio hoje a publicação dos documentos relativos à vida do Brasil Colônia: vejo assim realizado um dos mais queridos projetos. Do que me pertence faço de bom grado, partilharem os amantes da história pátria, tendo como certo que eles encontrarão algum subsídio aproveitável ao cabedal que há anos vou acumulando e ora lhes é ofertado. A este volume muitos outros se seguirão, se as forças, já tão alquebradas mo consentirem.
”
Obras
Família Castro, ligeiros apontamentos
Seiscentas datas para a história do Ceará na segunda metade do século XVIII
Climatologia, epidemias e endemias do Ceará: memória apresentada ao 4.o Congresso medico latino-americano,[7]
"Acta da 1a. vereação da Câmara da Villa Novade Soure" (1891)
"Azevedo de Montauy e seu Governo no Ceará" (1892)
"Tentativa de assassinato do Governador interino Carlos Ferreira" (1892)
"O Ceará no Tempo de Miranda Henriques - Lobo da Silva e as Minas dos Cariris" (1892)
"Autos da Creação e Divisão do Curato do Aracaty" (1892)
"Datas para a Históiria do Ceará - Século XVII" (1894)
"Commercio da Praça de Lisboa com o Ceará em 1821" (1895)
"Datas para a História do Ceará na primeira metade do Século XVIII" (1895)
"Catálogo de Jornaes de grande e pequeno porte publicados no Ceará" (1898)
"Appontamentos sobre Patrício da Nóbrega e Vasconcelos" (1898)
"Escriptura da Obra da Capella Mor de Fortaleza" (1898)
"Para a História do Aracaty" (1898)
"Três Documentos do Tempo de Manoel Francêz" (1898)
"Um Bando do Governador do Ceará sobre a Moeda XemXem" (1900)
"Acta da Creação do Club Republicano no Aracaty" (1900)
"Ephemérides do Ceará. Ceará Republicano" (1901)
"Ordem que o Sr. Mestre de Campo João de Antas Ribeiro há de fazer observar no seu Terço de Infantaria Auxiliar do Ceará a respeito do Uniforme" (1901)
"Apontamentos sobre as Freguezias de Arneiroz e Saboeiro" (1902)
"Notas sobre Meu Parochiato em Areias" (1902)
"Catálogo de Alguns Martyrres" (1902)
"Documentos sobre a Fortaleza da Capitania do Ceará Grande" (1902)
"De alguns índios e índias naturaes de Pernambuco" (1902)
"Alexandre de Moura e os Jesuítas Gomes e Nunes" (1902)
"Ephemérides - Ceará Republicano" (1902)
"Francisco Pinto e Luiz Figueira" (1903)
"Martim Soares Moreno - O Fundador do Ceará" (1903)
"Carta de Duarte Sodré Pereira a El Rei" (1904)
"Catálogo dos Jornaes de grande e pequeno porte publicados no Ceará" (1904)
"Documentos da História de Martim Soares Moreno" (1905)
"Opinião de Guedes Aranha sobre o Ceará" (1906)
"Trechos do viajante inglez William Hadfield sobre o Ceará" (1906)
"Achegas a Geographia do Ceará" (1906)
"Notícia da Capitania de Seará" (1906)
"Dezenove documentos sobre s Palmares" (1906)
"Sobre o pagamento d Presídio do Seará se fazer da Ilha 3a." (1906)
"Sobre um Memorial da Companhia de Jesus" (1906)
"Mercês a índios do Maranhão" (1906)
"Assalto dos Francezes à Capitania N. S. da Conceição" (1906)
"Biografia Padre Mororó" (1906)
"Ephemérides Cearenses" (1907)
"Os Mortos do Instituto de 1907" (1907)
"Mais Um Centenário" (1908)
"Autógraphos de Alexandre de Moura" (1908)
"Administração Barba Alardo" (1908)
"Ephemérides Cearenses" (1908)
"Os Mortos do Instituto" (1908)
"Foral de Direitos e mercês mandado passar em favor de João de Barros" (1909)
"Relazione inviata del P. Ludovico Fonseca" (1909)
"Tres cartas de Frei Christovam de Lisboa dirigidas ao irmão Manoel Severim de Faria" (1909)
"Ephemérides Cearenses" (1909)
"Os Mortos do Instituto" (1909)
"Ode" (1910)
"Os Mortos do Instituto" (1910)
"Os Mortos do Instituto" (1911)
"Jornaes publicados no Ceará em 1912" (1912)
"Ephemérides Cearenses" (1912)
"Os Mortos do Instituto" (1912)
"Jornaes publicados no Ceará em 1913" (1914)
"Documentos para a história do Governo de Bernardo Manoel de Vasconcellos" (1914)