Greyfriars Kirkyard é o cemitério em torno da Greyfriars Kirk, em Edimburgo, na Escócia. Localiza-se na ponta sul da Old Town, junto à George Heriot's School. São lá sepultadas pessoas desde o final do século XVI, incluindo várias personalidades famosas de Edimburgo. O Kirkyard é gerido pela Câmara Municipal de Edimburgo, em parceria com um fundo de caráter solidário associado, mas separado da igreja. O Kirkyard e os seus monumentos são protegidos pela Listed buildings, na categoria A.[1]
História
O nome Greyfriars vem de um mosteiro de franciscanos que ficava naquele local, pois os frades usavam vestes cinzenta, cuja ordem foi dissolvida em 1559. O cemitério foi inaugurado em 1561.
O cemitério esteve envolvido na história dos Covenanters, movimento iniciado com a assinatura do National Convenant (Pacto Nacional), na Greyfriars Kirk, em 28 de fevereiro de 1638. Após a derrota do exército dos Covenanters, em Bothwell Brig, no ano de 1679, cerca de 1 200 Covenanters foram presos num campo ao sul do cemitério, durante quatro meses, em condições precárias, sem abrigo e quase sem comida. Muitos deles morreram, alguns fugiram e outros foram executados por traição. Os restantes só foram libertados após jurarem lealdade à Coroa britânica.[2] No século XVIII, parte deste campo foi amalgamada ao cemitério e a zona ficou conhecida como "Prisão dos Covenanters".
Nos primórdios da fotografia, na década de 1840, o cemitério foi usado por David Octavius Hill e Robert Adamson como cenário para vários retratos tais como o The Artist and the Gravedigger.
Greyfriars Bobby
O cemitério está associado a "Greyfriars Bobby", o cão leal que fazia vigília à campa do seu dono. A campa de Bobby, na entrada do cemitério, foi colocada pela Dog Aid Society, em 1981, e marca o local onde este foi enterrado num local não consagrado do cemitério. A estátua do cão encontra-se do outro lado do portão do cemitério, no entroncamento da ponte George VI e da Candlemaker Row. A campa do polícial John Gray (o dono de Bobby), onde o cão dormiu durante 13 anos, fica no caminho oeste, a cerca de 30 metros a norte da entrada. A pedra com o seu nome é recente, visto que a sua campa não tinha qualquer sinalização.
Inspiração para Harry Potter
O cemitério de Greyfriars serviu de inspiração para parte da história de Harry Potter. Não muito longe dali encontra-se o café Elephant House, onde a escritora trabalhava frequentemente e acredita-se que o nome real do vilão Voldemort, Tom Riddle, foi inspirado pela campa de Thomas Riddel, um general que morreu em 1806 e que se encontra sepultado no cemitério.[3]
Monumentos
Os jazigos fechados encontram-se sobretudo na zona sul do cemitério e na "Prisão dos Covenants". Estes têm paredes em pedra sólida ou grades em ferro e foram criados para impedir roubos de cadáveres, algo que se tornou problemático no século XVIII. O cemitério de Greyfriars tem ainda duas jaulas em ferro denominadas "mortsafes". Estas jaulas eram alugadas e protegiam cadáveres durante o tempo necessário para retirar o interesse de ladrões que forneciam cadáveres à Faculdade de Medicina de Edimburgo para serem dissecados.[4]
Alguns monumentos notáveis incluem o Monumento dos Mártires que serve como memorial para os Covenanters executados. O monumento de estilo italiano que serve de memorial a Sir George Mackenzie foi concebido pelo arquiteto James Smith e inspirou-se no Tempietto di San Pietro, criado por Donato Bramante. O memorial de Duncan Ban MacIntrye foi renovado em 2005 por 3000 libras após uma campanha de angariação de fundos que durou um ano.[5] O monumento de John Bryes of Coates, 1629, foi um dos últimos trabalhos do mestre de obra William Wallace.
Robert ChieslieLord Provost, que perdeu uma fortuna no esquema Darian e morreu em Darien House (o asilo) - enterrado no jazigo da família MacKenzie, ao lado do seu irmão John Chiesley, que foi assassinado.
Very Rev John DrysdaleFRSE DD (1718–1788) Moderador da Igreja da Escócia por duas vezes, em 1773 e 1784, genro de William Adam e enterrado no jazigo da família Adam
George Dunbar, académico de Estudos Clássicos (1777–1851)