Granja Viana (por vezes grafado como Vianna) é um bairro nobre localizado na Zona Oeste da Grande São Paulo. Possui diversos micro-bairros e condomínios residenciais fechados. O bairro abarca pedaços de diversos municípios, principalmente Cotia, cidade onde ocupa uma área de aproximadamente 50 km² com uma população de 35 mil habitantes,[1][2] e também áreas nobres de Carapicuíba, Embu das Artes, Osasco e Jandira.[3] Sua produção é correspondente a 70% do parque industrial do município de Cotia – e inclui marcas e empresas de grande porte nos ramos de autopeças, alimentação, metalurgia, gráfica, estamparia, informática, serigrafia, químicos, serviços, olaria, horticultura, madeiras, plásticos e outros.[4]
História e geografia
As terras que hoje são consideradas como "Granja Viana" eram pertencentes à Fazenda Carapocuyba que compreendia também áreas de Osasco e Embu das Artes.[5] A fazenda foi posteriormente desmembrada e dividida entre dezenas de proprietários, incluindo Niso Vianna (que manteve o nome da fazenda em sua propriedade); José Giorgi, dono da Fazenda Cabanas (ou Moinho Velho); e a família Junqueira de Aquino, dona da Fazendinha.[6][7]
O núcleo principal da fazenda veio a ser chamado de Granja Vianna.[7] Seu dono, Niso Vianna, era rotariano e industrial do ramo de fertilizantes. Fundou a Escola Lar Rotary (que em 1982 passou a ser o Colégio Rio Branco) e ajudou na construção da Igreja Santo Antônio (à qual sua esposa, Vanetty Vianna era devota).[8] O nome "Granja" veio após Niso adquirir mais terras, importar gado do exterior e passar a dedicar-se à produção de leite e queijo.[3] Em 26 de julho de 1959, foi fundada a Sociedade Amigos da Vila de Santo Antônio de Carapicuíba, substituída, em 1980, pela Sociedade Amigos do Bairro da Granja Vianna.[9]
O geógrafo Aziz Ab'Saber, morador do bairro,[10] criticou em 1991 o desenvolvimento do local:[11]
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"'[...] o modo simples que os povos antigos do Peabiru tinham de conviver com a Natureza e como os conquistadores portugueses souberam captar, além da conquista sanguinária..., essa singeleza no trato com a floresta, a água e os animais, de sorte que em nossa região, tanto na Caucaia como na Granja Vianna, ainda hoje verificamos esse trato na abertura de espaços para moradia feita por populares, e o mal [sic] trato da corrupção pública e privada que rasga e destrói a malha geológica para abairrar, para adensar gente e empreendimentos em territórios que não aguentam por falta de estrutura natural.
[...] Olha, aqui, na Granja Vianna, os políticos de Cotia permitiram tal adensamento que o abairramento asfixiou socialmente a região, e nem sei se uma separação administrativa poderá, agora..., resolver o caros urbanos instalado!
”
Na segunda metade do século XX, a Granja virou um dormitório para famílias paulistanas de alta renda, passando a ter uma série de empreendimentos de alto padrão.[4][12] Já no século XXI, passou a atrair empresas e mais moradores, tornando-se um distrito de alta densidade, incompatível com sua infraestrutura.[13]
Barcellos, João (2014). Granja Vianna - Entre o eixo fundiário do 'velho' Afonso Sardinha, o Portinho de Carapicuíba nas ligações do Piabiyu via Koty e a visão urbanística de Niso Vianna. São Paulo: Edicon. ISBN978-85-290-0942-1
↑ abBarcellos, João (2014). Granja Vianna: entre o eixo fundiário do velho Afonso Sardinha e o Portinho de Carapicuíba nas ligações do Piabiyu. São Paulo: EDICON. p. 37. [...] a Granja Vianna conta com área aproximada de 50 Km² e cerca de 35 mil habitantes, faz fronteira com Jandira, Embu das Artes, Carapicuíba e Osasco