Sua popularidade para o colecionismo, devida à sua raridade, gerou lendas e anedotas. Está citado que um britânico, chamado Hugh Cuming, encontrou dois ou três espécimesvivos, em 1837, num reciferaso em Bohol, nas Filipinas. Pouco depois disso, espalhou-se a falsa notícia de que o tal recife havia sido destruído por um tsunâmi, o que levou o famigerado Conus a ser declarado extinto. Uma segunda história fora contada pelo naturalistainglês Samuel Pickworth Woodward, em meados do século XIX; a de que um famoso colecionador dinamarquês, Chris Hwass, possuía um espécime, que ele acreditava ser o único do país, pagando uma grande quantia para obter uma segunda concha, em leilão, e que, assim que a obteve, esmagou-a para que o seu outro espécime se valorizasse.[8][11][18] Em 1951, durante uma exibição do Museu Americano de História Natural, em Nova Iorque, um Conus gloriamaris também fora roubado, gerando notícia nos jornais.[11][19]
Em 1957, quase duzentos anos depois, apenas duas dúzias de espécimes de Conus gloriamaris, a "glória-do-mar" (Glory of the Sea Cone)[14][20], eram conhecidos.[11][18]Dez anos depois desta data, o número de espécimes conhecidos triplicou assim que os coletores descobriram suas regiões de coleta, na Nova Guiné. Em 1964, 48 espécimes já haviam sido descobertos, nesta área, até que, em 1969, um par de mergulhadores encontrou de quase a mais de cem – os relatos divergem – espécimes vivos, em Guadalcanal, nas ilhas Salomão, e então a raridade do Conus gloriamaris se tornou uma história lendária, sendo a sua concha considerada de rara para incomum e tornando-se bem mais acessível. No entanto, desde o seu início, o significado histórico e sua mística continuaram denominando outros moluscos similares, cujas conchas, além de adquirir grande beleza, se tornaram extremamente cobiçadas por sua raridade.[18][19][20][21][22]
A história das denominações glorificantes de conídeos parecia estar acabada quando, na primeira década do século XXI, em junho de 2009, Poppe & Tagaro resolvem publicar a nomeação um único espécime, por eles descoberto na região de Zamboanga, sudoeste das Filipinas, com o nome Conus glorioceanus, a "glória dos oceanos" (Glory of the Oceans Cone), no textoA spectacular new Conus (Conidae) from the Philippines, sendo uma terceira espécie do subgênero Cylinder. Por sua beleza e aparente raridade, a partir de então fora submetida a falsificações; utilizando-se, para isso, as conchas de uma espécie de formato similar: Conus ammiralis.[4][35]
↑Domaneschi, Osmar; Penna-Neme, Licia; Grantsau, Rolf Karl-Heinz. «Familia CONIDAE Rafinesque, 1815»(PDF). Informativo SBMa - Sociedade Brasileira de Malacologia. 1 páginas. Consultado em 9 de abril de 2021. A beleza singular de muitos conídeos tropicais, combinada à sua raridade, transformou-os nos objetos mais cobiçados em coleções malacológicas, ao lado das cipréias. A mais famosa das conchas é a do lendário Conus gloriamaris Chemnitz, 1777, a "glória-dos-mares", tida como a espécie mais espetacular do Reino Animal.A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
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