Ghomrassen ou Ghoumrassen (em árabe: غمراسن) é uma pequena cidade do sul da Tunísia e a capital da delegação (espécie de distrito ou grande município) homónima, a qual faz parte da província (gouvernorat) de Tataouine. Em 2004, o município tinha 11 383 habitantes.[1]
Situa-se numa zona desértica de colinas e planícies, 40 km a sudeoeste de Medenine, 22 km a noroeste de Tataouine, 100 km a oeste de Ben Gardane, 125 km a sudeste de Gabès e 500 km a sul de Tunes (distâncias por estrada). Nos seus arredores encontram-se várias pequenas aldeias e ksour tradicionais, que atraem alguns turistas, como Ksar Hadada, Ksar El Ferch (Elferch), Elhorria, Ksar Elmorabitin e Guermessa.
Alegadamente, o nome provém do termo berbereghom, que significa "tribo" ou "chefe".[3] Segundo uma lenda local, o nome provém de duas palavras — Ghom Rassi (نغم راسي) — pronunciadas por um de sete irmãos vindos da região de Saguia el Hamra, no norte do Saara Ocidental, no século XV para povoar o sul da Tunísia, descendentes da confederação tribal dos Ouerghemma (كنفدرالية ورغمة). Aquele irmão ter-se-ia instalado onde é atualmente Ghomrassen, fundando a localidade, enquanto que os seus irmãos se espalharam pela região — Wederni (الودرني) e Jlidi (الجليدي) fundaram Tataouine; Touzni (التوزني) fundou Medenine e Ben Gardane; Houioui (الحويوي) fundou Beni Khedache e Khzouli (الخزولي) fundou Oum Ettemr. Outro irmão, Tarhouni (الترهوني), foi para a Líbia e lá fundou Tarhounah.[carece de fontes?]
Geografia
A cidade encontra-se numa região de montes áridos, no que outrora foi um oásis. A maior parte dos poços que alimentavam o oásis desapareceram com a expansão urbanística. A temperatura anual média é de 22°C e a precipitação varia entre os 88 mm e os 157 mm. [carece de fontes?]
O município encontra-se dividido em váriuos setores ou imadas, cada um deles encabeçado por um omda.
História
Na vizinhança de Ghomrassen há diversos vestígios pré-históricos em grutas decoradas com pinturas rupestres que datam do Neolítico, o exemplo que se conhece mais a norte em África, as quais estão em muito mau estado devido ao clima e ao vandalismo.[2] Durante o período romano, a região fazia parte do Limes Tripolitanus, a linha de defesa fronteiriça do Império,[4] e há diversos vestígios desse tempo, nomeadamente o castelo de Ras el Oued Gordab, a nordeste, e o campo militar de Talalati (Ras El Aïn Tlalet), a sul.[5]
A economia local baseia-se na agricultura e nas remessas financeiras dos emigrantes. A região tem muitas oliveiras e culturas hortícolas. Um dos produtos agrícolas mais importantes economicamente é o espargo, o qual se destina principalmente à exportação. A produção de carne e leite também é relevante.[carece de fontes?]
A pastelaria tradicional de Ghomrassen goza de alguma celebridade em toda a Tunísia. Destacam-se a massa frita chamada f´taier, mas há outros, como makroud, zlabia, youyou, m´kharak, etc. O ofício de ftayri (الفطائري; pasteleiro de f´taier) é praticado há séculos em toda a Tunísia e até noutras partes do mundo. Alegadamente, os célebres bolos de mel (zlabias) de Béja foram introduzidos naquela cidade do norte da Tunísia por imigrantes com origem em Ghomrassen, que juntaram à receita original produtos regionais de Béja, como a manteiga clarificada (líquida) de ovelha e/ou cabra chamada smen.[carece de fontes?]
Notas e referências
Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em francês cujo título é «Ghomrassen», especificamente desta versão.
↑ abMorris, Peter; Jacobs, Daniel (2001). The Rough Guide to Tunisia (em inglês) 6ª ed. Londres: Rough Guide. p. 401-402. 503 páginas. ISBN1-85828-748-0A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
↑Labourdette, Jean-Paul; Auzias, Dominique (2010). Le petit futé Tunisie (em francês). [S.l.]: Petit Futé. p. 419. ISBN9782746927230A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
↑Trousset, Pol (1974). Recherches sur le Limes tripolitanus : du Chott el-Djerid à la frontière tuniso-libyenne (em francês). Paris: CNRS. p. 103-104 (Ras el-Oued Gordab)