Geografia de Porto AlegreA geografia de Porto Alegre é, como na maioria das grandes cidades, heterogênea. A maior parte da cidade de Porto Alegre é cercada por prédios. A área do município de Porto Alegre é de 470,25 km² (Censo IBGE/2000). Destes, 44,45 km² estão distribuídos nas 16 ilhas do Delta do Jacuí sob jurisdição do município. Atualmente a cidade conta com 94 bairros.[1] Possui um relevo montanhoso na região mais ao sul, apresentando morros, sendo o mais alto deles o Morro Santana, com 311 metros de elevação acima do nível do mar. A cidade ainda possui 70 km de margens banhadas pelo Lago Guaíba. BairrosO primeiro bairro criado em Porto Alegre foi o Medianeira, através da Lei Municipal nº 1762, de 23 de julho de 1957. Somente a partir deste ano as demais áreas da cidade passaram a ter denominações próprias pois, até então, a divisão era feita por "distritos". A primeira referência encontrada, neste sentido, data de 1º de dezembro de 1892 quando, pelo Ato n° 07, assinado pelo Intendente João Luiz de Faria, o município foi dividido em oito distritos, e estes subdivididos em "comissariados". Pela Lei Municipal n° 36, de 31 de agosto de 1925, foi autorizado o desmembramento do 8° e do 9° distritos. Em 1927, através do Decreto 115, houve uma retificação nos limites do Município e a divisão do território passou a ser feita por zonas (urbana, suburbana e rural) e distritos, além de ser criada uma subdivisão por seções. Os distritos de porto alegre criados eram nove, subdivididos em até quatro seções cada um. Em 1940, através do Decreto-lei n° 25, foram delimitadas, as três zonas e os distritos. No texto do decreto são mencionados apenas três distritos (Distrito da Cidade, Distrito de Belém Novo e Distrito da Pintada). Este tipo de divisão foi mantido até quase o final da década de 1950, quando começaram a ser criados os bairros. A primeira lei surgiu em 1957 e, posteriormente, em 1959, através da Lei 2022, além da delimitação do Centro, foram criados outros 58 bairros. A cidade ainda conta com uma divisão não-oficial administrativa, utilizada pela Empresa Pública de Trasporte e Circulação, para a organização das linhas de ônibus da cídade. A zona norte, onde opera o consórcio Conorte de transporte, a zona sul, onde opera o consórcio STS, e a zona leste, onde opera o consórcio Unibus. Ainda existem algumas áreas do território sem denominação oficial (zona indefinida) e que são conhecidas por "apelidos", como é caso do Morro Santana, Passo das Pedras e Aberta dos Morros. Atualmente a cidade conta com 94 bairros oficiais. Os cinco mais populosos e suas respectivas áreas, segundo dados do censo do IBGE de 2010[2], recalculados pelo ObservaPoa[3], são:
ClimaO clima é subtropical úmido ou temperado, com verões quentes e invernos frescos (frios para os padrões brasileiros) e chuvosos (tipo Cfa, segundo Köppen). A neve é muito rara, tendo sido observada em 1879, 1910, 1984[4], 1994[5], 2000[6] e em 2006[7][8]. As geadas ocorrem algumas vezes durante o ano. Porto Alegre é considerada uma das cidades mais vulneráveis ao impacto das mudanças climáticas antropogênicas. De acordo com projeções feitas em um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a tendência é de que a temperatura de Porto Alegre possa aumentar para até 45,72 ⁰C para o período entre 2091 e 2100, levando a ondas de calor frequentes e intensificação de ondas de calor e enchentes.[9][10] Nos últimos anos, foram registrados vários episódios de precipitação acumulada maior que 50 milímetros em menos de uma hora em pontos isolados da capital, e em 2005 e 2007 foram registrados acúmulos de cerca de 100 milímetros em uma hora, também em pontos isolados.[11] O furacão Catarina, um fenômeno atípico nesta parte do mundo, que em 2004 atingiu com mais força o estado de Santa Catarina,[12] provocou estragos em alguns bairros da cidade, com episódios curtos e localizados de vento intenso, possivelmente pela formação localizada de tornados derivados da massa ciclônica principal.[13] Entretanto, ocorre às vezes a formação de tornados independentes. O episódio mais recente aconteceu na onda de tornados de 11 de outubro de 2000, que varreu o centro-norte do estado com cerca de dez ocorrências acompanhadas de chuvas fortes e intenso granizo, quando se registrou um tornado com ventos de mais de 200 km/h no bairro de Belém Novo, no mesmo dia em que outro fustigou Águas Claras, interior de Viamão, na Região Metropolitana.[14][15] Em 2008 foi vista uma pequena nuvem em funil sobre o Aeroporto Salgado Filho, mas não chegou a tocar o solo e logo se dissipou.[16]
Segundo dados da estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) de Porto Alegre, desde 1931 a menor temperatura registrada na cidade foi de –1,9 °C em 26 de junho de 1945,[19][17] porém o recorde absoluto ocorreu antes desse período, no dia 11 de julho de 1918, com mínima de −4 °C.[20] Por outro lado, o dia 1° de janeiro de 1943 é o mais quente da história da cidade, quando a temperatura máxima alcançou 40,7 °C. Máximas de 40 °C ou mais também ocorreram em 6 de fevereiro de 2014 (40,6 °C), 14 de fevereiro de 1958 (40,3 °C) e, mais recentemente, em 31 de dezembro de 2019 (40,3 °C) e 16 de janeiro de 2022 (40,1 °C).[19][17][18] O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi 149,6 mm em 3 de maio de 2008. Outros acumulados iguais ou superiores a 100 mm foram: 141,7 mm em 16 de junho de 2023, 141,2 mm em 4 de abril de 1956, 138,8 mm em 15 de junho de 1982, 137,5 mm em 23 de junho de 1944, 135,4 mm em 9 de junho de 1974, 119,8 mm em 1 de fevereiro de 1953, 119,4 mm em 28 de junho de 1982, 109,9 mm em 8 de julho de 2020, 109,5 mm em 14 de fevereiro de 1981, 107,7 mm em 5 de junho de 1970, 105,5 mm em 11 de novembro de 2013, 104,6 mm em 23 de novembro de 1951 e 100,5 mm em 2 de outubro de 1936.[19][17][18]
Meio ambientePorto Alegre é uma das capitais mais arborizadas do Brasil [23]. Cada habitante da cidade tem direito a, aproximadamente, 17m² de área verde[carece de fontes]. Em 1976 foi criada em Porto Alegre a primeira secretaria do meio ambiente do Brasil. Existem programas de arborização e preservação das matas nativas. Muitas das avenidas são arborizadas com tipos específicos de árvores, como por exemplo as paineiras da avenida Icaraí e os guapuruvus na avenida Teresópolis. As floradas adicionam beleza cênica à cidade. Também são freqüentes os ipês, as timbaúvas, os jacarandás e os plátanos. As encostas dos morros são preservadas, mas enfrentam problemas com loteamentos clandestinos e invasões. A cidade conta com duas áreas de conservação ambiental: o Parque Estadual do Delta do Jacuí e a Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger. Problemas ambientaisAs grandes áreas verdes de Porto Alegre ajudam a amenizar seus problemas ambientais, mas a cidade apresenta problemas com lixo e poluição, entre outros. De acordo com uma pesquisa feita pelo jornal Folha de S.Paulo, o nível de poluição na cidade é o dobro acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde, sendo a segunda capital mais poluída do Brasil, atrás apenas de São Paulo.[24] Os alagamentos da avenida Goethe e regiões próximas se intensificaram com o aumento do asfaltamento da cidade, diminuindo a infiltração da água e aumentando o seu escoamento superficial. Para reverter esse problema de drenagem urbana, foi construído o Conduto Álvaro Chaves. Iniciado em maio de 2005, a obra teve seu término em 2008, diminuindo grandemente os alagamentos. Está em discussão a instalação de uma mineradora de carvão[25] nas margens do Rio Jacuí, nos municípios de Charqueadas e El Dorado do Sul, que ameaça o meio ambiente local com contaminação do ar, do solo e do Lago Guaíba, de onde vem a água para abastecer todo o município de Porto Alegre e alguns municípios vizinhos. Parques e outras áreas públicasOs parques mais freqüentados pelos porto-alegrenses são o Parque Moinhos de Vento (ou Parcão), o Parque Farroupilha (ou Redenção) e o Parque Marinha do Brasil. Destaca-se também a Praia de Ipanema, localizada na zona sul da cidade. Outras áreas públicas mais freqüentadas são: Cidades vizinhasA região metropolitana de Porto Alegre conta com mais de 30 cidades. Entre elas as principais são: Canoas, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Gravataí, Alvorada, Cachoeirinha e Viamão. Elas estão ligadas a Porto Alegre através da rodovia BR-116, do Trensurb, da BR-290 (a freeway), da avenida Assis Brasil e da avenida Castelo Branco, formando uma grande conurbação. Notas
Referências
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