Gabriel Ribeiro
Gabriel Ribeiro (Porto, séc XVII — Salvador da Bahia, 29 de agosto de 1719) foi um mestre de obras e arquiteto português ativo no Brasil colonial no início do século XVIII. Biografia e obraHá poucas informações sobre a vida de Gabriel Ribeiro. Recebeu sua formação artística em Portugal, pois a "carta de examinação" que certificava suas credenciais professionais, apresentada por ele em Salvador em 1699, havia sido expedida pela Câmara Municipal do Porto, em data não conhecida.[1] Como mestre carpinteiro, há notícia de que tenha trabalhado na Igreja da Congregação do Oratório do Porto entre 1684 e 1685.[2] Chegou à Bahia antes de 1698, pois naquele ano foi admitido como irmão menor da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Salvador.[2] ![]() Em 1701, ganhou o concurso para o projeto para a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco. Um documento da época, descoberto pela historiadora Marieta Alves, especifica que "sendo vistas e ponderadas com a maior attenção as ditas plantas se fez escolha de uma feita pelo Mestre Gabriel Ribeiro, por ser Ella a que se achou mais bem repartida em melhor proporção e com toda as circumstancias conducentes ao magnífico da obra..."[2] A planta da igreja é de nave única com capela-mor e uma sacristia disposta transversalmente atrás da capela-mor. A planta se parece à da primitiva Igreja dos Terceiros Franciscanos do Porto, construída no século XVII.[2] A fachada da igreja, profusamente decorada, assemelha-se a um retábulo de pedra e lembra o churrigueresco hispano-americano mas, nesse caso, o estilo deveria ter sido adquirido por Gabriel Ribeiro em Portugal, sob influência do país vizinho.[1] Por outro lado, a fachada também pode ser vista como repetindo a tradição de fachadas-retábulo maneiristas do Porto e outras cidades do Norte de Portugal.[2] É-lhe atribuído também o projeto do portal do Solar Saldanha, que tem um desenho rebuscado semelhante ao da igreja dos irmãos terceiros.[3] Em 23 de março de 1698 foi admitido como irmão da Santa Casa da Misericórdia da Bahia. Para a Misericórdia realizou um "risco" (projeto) para o Recolhimento de mulheres, modificado mais tarde pelo próprio Ribeiro em 1705.[1][2] Em 1704, foi o responsável pelo projeto de assentamento de uma escadaria e varanda de mármore vinda de Lisboa para o interior da Misericórdia. A escadaria tem degraus, balaústres e arcos decorados com incrustações de mármore policromo e é uma das grandes realizações da época colonial no Brasil.[2] Gabriel Ribeiro também trabalhou para a Ordem Terceira do Carmo,[1] mas entre 1707 e 1719, ano da sua morte, não há registro da atuação artística do mestre.[2] Referências
Bibliografia
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