De família irlandesa-americana, quando criança, desenvolveu grande interesse por história, especialmente pela nação Iroquois. Seu interesse nasceu quando visitou o Forte Ticonderoga e outros locais históricos com seu irmão, Bernard, e seu pai, Francis Daniel. Sua mãe, Kay Moran, morreu quando tinha 8 anos de idade. Ele passava horas lendo sobre história na Biblioteca de Lackawanna. Também era um bom arqueiro e maratonista, chegando a participar da equipe católica cross-country da Western New York. Ele era escoteiro, e chegou a patente de Eagle Scout, a maior entre os Scouts BSA.[6][9]
Viveu por um período em Novo México, onde entrou em contato com ruínas indígenas, danças e outras expressões culturais, como o pow-wow.[9]
Formou-se na Universidade de Niagara em 1960. Se tornou Mestre pela Universidade Estadual de Kent em 1962 e Doutor pela Universidade de Indiana em 1967. Completou seu pós-doutorado na Universidade de Princeton.[6]
Conheceu sua futura esposa, Diane, durante a graduação, com quem teve duas filhas, Tibi e Kaydee.[2]
Em 1965, incentivado por estudantes como Teresinha Souto Ward e George Fodor, aceitou a primeira das quatro bolsas da Fundação Fullbright se mudou com a mulher e crianças para o Rio de Janeiro.[2]
Morreu em 2 de abril de 2021 devido a um derrame. Entre as pessoas que o homenagearam, está o então vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão. Foi enterrado com honras no dia 6 em Durham.[2]
Brasilianista militar
Brasilianista famoso, escreveu o livro Soldados da Pátria,[10] sobre a mentalidade e políticas internas do Exército Brasileiro durante o período formativo após a Guerra do Paraguai e a proclamação da ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas em 1937. Essa era formativa consolidou o Exército como uma instituição, tendo vontade e voz próprias, levando à queda do Império e à ditadura Vargas. Um dos marcos desse período foi a fundação da revista A Defesa Nacional.[11] Frank também escreveu outra grande obra, o livro Aliança Brasil-Estados Unidos 1937-1945,[12] estudando as relações entre Brasil e Estados Unidos;[3] publicado pela primeira vez em 1974, concorreu com menção honrosa ao Prêmio Bolton e vencedor do Prêmio Bernath de 1975.[13] Ele foi editado no Brasil pela Biblioteca do Exército (Bibliex).[12] Um dos comentários feito por McCann foi o convite ao Brasil para participar da administração da Áustria ocupada ao fim da Segunda Guerra.[14][15] Segundo McCann, o assunto foi rejeitado pelos militares na Itália e o convite sequer chegou ao nível de Getúlio.[16]
Além de bibliografia de referência, Frank McCann também publicou diversos periódicos e foi convidado a escrever capítulos em livros, geralmente voltados para a Força Expedicionária Brasileira. Dentre essas várias contribuições, está o último capítulo na 3ª edição (revisada e aumentada) do livro A Luta dos Pracinhas: A FEB 50 anos depois - uma visão crítica, de Joel Silveira e Thassilo Mitke.[17] Em seu periódico Brazil and World War II: The Forgotten Ally. What did you do in the war, Zé Carioca?,[5] McCann traz uma visão global sobre a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, analisando o pensamento estratégico das lideranças brasileiras, como Góis Monteiro e Getúlio Vargas e a atuação no Atlântico Sul e na Itália. O texto analisa brevemente a aviação brasileira, mas o seu foco principal é no elemento terrestre. Sobre a divisão expedicionária, McCann concluiu:[14]
"A FEB cumpriu todas as missões que lhe foram confiadas e comparou-se favoravelmente com as divisões americanas do Quarto Corpo. Infelizmente, o forte simbolismo de Monte Castello obscureceu a vitória da FEB em Montese em 16 de abril, na qual tomou a cidade após uma batalha exaustiva de quatro dias, sofrendo 426 baixas. Nos dias seguintes, lutou contra a 148ª Divisão alemã e as divisões italianas fascistas Monte Rosa, San Marco e Italia, que se renderam ao General Mascarenhas em 29-30 de abril. Em questão de dias, os brasileiros prenderam e receberam a rendição de 2 generais, 800 oficiais e 14.700 soldados. A 148ª foi a única divisão alemã intacta a se render nessa frente. Embora tivessem pouca preparação e servissem sob comando estrangeiro, contra um inimigo experiente em combate, os "Smoking Cobras" (Cobras Fumantes), como era apelidada a FEB, haviam mostrado, como dizia uma de suas canções, a "fibra do exército brasileiro" e a "grandeza de nossa gente".
— McCann, 1995, pg.15.
A canção mencionada por McCann é a Fibra de Herói.[18][19] Os dois generais capturados pela FEB foram o GeneralleutnantOtto-Fretter Pico e o General Mario Carloni.
Outros livros menos conhecidos incluem Modern Brazil: Elites and Masses in Historical Perspective (Brasil Moderno: elites e massas em perspectiva histórica, ainda sem tradução para o português), em coautoria com Michael L. Conniff, e A Nação Armada: Ensaios sobre a História do Exército Brasileiro.[6] Seu último livro foi Brazil and the United States During World War II and Its Aftermath: Negotiating Alliance and Balancing Giants, publicado em 6 de outubro de 2018 pela editora Palgrave MacMillan.[6]