Francisco dos Santos
Francisco dos Santos (Paiões, Rio de Mouro, Sintra, 22 de Outubro de 1878 — 27 de Junho de 1930, Rio de Mouro, Sintra) foi um escultor e pintor português.[1] BiografiaFilho de um sapateiro pobre em Paiões, vilarejo de Rio de Mouro, Sintra, ficou órfão de pai aos dois anos de idade. Por iniciativa do pároco da freguesia entrou para a Real Casa Pia de Lisboa em 1887, revelando especiais aptidões para o desenho e para a escultura. Matriculou-se na Escola de Belas-Artes de Lisboa em 1893, onde foi aluno de José Simões de Almeida (tio), vindo a terminar o curso com distinção cinco anos mais tarde. Neste período foi jogador de futebol da Real Casa Pia.[2][3] Em 1903 partiu para Paris, como pensionista, para frequentar a Escola de Belas Artes. A bolsa de estudo era magra e na capital francesa passou por dificuldades financeiras. Frequentou o atelier de Raoul Verlet e desposou Nadine Dubosc, de nacionalidade francesa. Quando passava por Portugal nunca deixava de jogar futebol, oficialmente pelo Sport Lisboa, que antigos colegas da Casa Pia ajudaram a fundar, em Belém.[2] Em 1906, graças a um subsídio concedido pelo Visconde de Valmor pode partir para Roma, para prosseguir os seus estudos e aprimorar a sua arte escultórica. Foi aí que executou a estátua Crepúsculo (1906), atualmente no Museu do Chiado, em Lisboa. Ainda lutando com dificuldades financeiras, agora pai de uma criança, lecionou francês e jogou futebol na equipe do Lazio, que chegou a capitanear e onde se destacou, tornando-se no primeiro futebolista português a jogar no estrangeiro.[2][3] Regressou a Portugal em 1909; no ano seguinte, no contexto da Implantação da República Portuguesa, venceu o concurso promovido pela Câmara Municipal de Lisboa para a eleição do busto feminino oficial da República portuguesa. No plano desportivo, prosseguiu a sua carreira tendo ainda jogado no Sporting Clube de Portugal. Foi um dos fundadores da Associação de Futebol de Lisboa e foi, também, árbitro de futebol.[2] A sua obra adota, "numa situação tardo-naturalista, intenções simbolistas" que seriam desenvolvidas de outro modo por escultores do primeiro modernismo nacional.[4] Esculpiu Salomé, 1913, Beijo, 1915, Nina (obras pertencentes ao Museu do Chiado), e Prometeu, atualmente no Jardim Constantino, Lisboa. Foi ainda autor da escultura mortuária Poeta para o túmulo de Gomes Leal, no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa, e o principal escultor do Monumento ao Marquês de Pombal, na praça do mesmo nome em Lisboa, depois de vencer o concurso aberto em 1915 para seleção do melhor projeto (em colaboração com os arquitetos Adães Bermudes e António do Couto).[1][2][5] Na pintura, assinale-se a sensualidade dos seus nus femininos. Francisco dos Santos faleceu, inesperadamente, em Rio de Mouro, onde tinha nascido, às 4 da madrugada de 29 de Abril de 1930, vitimado por uma congestão. Monumento ao Marquês de PombalReferências
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