François Hédelin
François Hédelin, conhecido na literatura com o nome de abade de Aubignac (em francês: abbé d'Aubignac; Paris, 4 de agosto de 1604 — Nemours, 25 de julho de 1676) foi um dramaturgo e teórico francês do teatro. BiografiaFilho de Claude Hédelin, advogado no parlamento, e de Catherine Paré, filha do famoso cirurgião Ambroise Paré, François Hédelin foi inicialmente educado para seguir a profissão de seu pai. Após completar seus estudos, trabalhou como advogado em Nemours, onde seu pai tinha o cargo de tenente-general. Logo deixou de ser advogado para ingressar no sacerdócio e se tornou tutor do duque de Fronsac, sobrinho do cardeal de Richelieu.[1] Este patrocínio garantiu a Hédelin a abadia de Notre-Dame d'Aubignac (com cujo nome ficou conhecido), localizada em Parnac, na diocese de Bourges, e depois, a de Meymac (na diocese de Limoges). A morte do duque de Fronsac, em 1646, pôs fim às esperanças de futuras nomeações, e o abade de Aubignac retirou-se para Nemours, ocupando-se com a literatura até sua morte em 25 de julho de 1676.[1] Querelas literáriasHédelin dedicou-se à literatura, e esteve em contato com as mentes mais brilhantes de seu tempo. Escreveu alguns romances e tragédias (La Pucelle d'Orléans, Zénobie, Sainte Catherine, Erixène, Palène, Térence justifié). É conhecido principalmente por ter criado as três regras do teatro clássico, ou também chamadas de unidades aristotélicas, e por suas brigas com Pierre Corneille, a quem atacou as tragédias, e com Gilles Ménage. De ambos os lados, foram publicados epigramas e panfletos. Os epigramas se perderam; os panfletos ainda existem. Ele foi um dos primeiros a dizer que Homero é um personagem quimérico, introduzindo de fato a questão homérica na Europa moderna, e que os poemas atribuídos a ele são uma coleção de peças isoladas.[1] Contra Ménage, ele publicou: Térence justifié, ou deux Dissertations sur la troisième comédie de Térence, intitulée: Heautontimorumenos, contre les erreurs de M. Gilles Ménage, avocat au parlement, Paris, 1656. O livro contém a brochura publicada dezesseis anos antes, sob o título de Térence justifié, por ocasião de uma conversa entre Ménage e Hédelin. Este último, reivindicou ter sido o autor da ideia da Carte de tendre da obra Clélie de Mademoiselle de Scudéry, e depois de declarar ser um admirador de Corneille, se virou contra ele, por este ter deixado de mencionar o nome do abade em seu Discours sur le poème dramatique. Zénobie foi escrito com a intenção de proporcionar um modelo em que as regras estritas do drama, como entendido pelos teóricos, fossem observadas.[1] Na escolha dos temas para suas peças, ele parece ter sido guiado pelo desejo de ilustrar os vários tipos de tragédias - patriótica, antiga e religiosa. Os autores dramáticos que ele tinha o hábito de criticar não demoraram em aproveitar a oportunidade de retaliação oferecido pela produção destas peças medíocres.[1] É como teórico que Hédelin ainda é lembrado. Ficou provado que o crédito de ter sido o primeiro a reproduzir uma parte tão importante da história do teatro francês pertence a Jean Chapelain; mas as leis do método dramático e construção em geral foram codificadas por Hédelin em seu Pratique du théâtre. O livro só foi publicado em 1657, mas já tinha sido iniciado por solicitação de Richelieu, em 1640.[1] Suas Conjectures académiques sur l’Iliade d’Homère, que só foram publicadas depois de quase quarenta anos após sua morte, lançou dúvidas sobre a existência de Homero, e antecipou em certo sentido as conclusões de Friedrich August Wolf em seu Prolegomena ad Homerum (1795).[1] O conteúdo da Pratique du théâtre foi resumido por Ferdinand Brunetière em sua notificação de Aubignac na Grande Encyclopédie. Veja também George Saintsbury, A history of criticism and literary taste in Europe from the earliest texts to the present day, e Hippolyte Rigault, Histoire de la querelle des anciens et modernes (1859).[1] Obras selecionadas
Referências
Fontes
Ligações externas
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