Fortaleza de São José da Amura
Fortaleza de São José da Amura
A Fortaleza de São José da Amura localiza-se na cidade de Bissau, região de Bissau, capital da Guiné-Bissau, na África Ocidental. HistóriaAntecedentesNo último quartel do século XVII, a presença francesa na região intensifica-se com as atividades da Companhia do Senegal, empresa monopolista constituída para explorar o fornecimento escravos para as Antilhas. É nesse contexto que o capitão-mor de Cacheu, António de Barros Bezerra, por carta ao soberano português de 4 de Março de 1687, deu conta das pretensões francesas em construir uma fortificação em Bissau, para o que haviam enviado navios com materiais, o que o referido capitão-mor teria conseguido evitar por intermédio do gentio. O feitor de Cacheu, na mesma data, por sua vez também deu conta a el-rei do desejo francês em erguer uma fortificação no ilhéu junto a Bissau, possívelmente o ilhéu de Bandim.[1] O novo governador de Cabo Verde, Veríssimo Carvalho da Costa, em visita à Guiné, também informou ao soberano sobre o assunto, por carta datada de Cacheu em 2 de Abril de 1687, referindo as medidas acertadas em conjunto com capitão-mor para evitar o estabelecimento dos Franceses:
E acrescenta:
Em carta de 4 de Abril, o capitão-mor relatou ao soberano os mesmos acontecimentos.[2] A fortificação de Bissau possívelmente não foi concluída, uma vez que, pelo Alvará Régio de 15 de Março de 1692 que constituiu a Capitania-Mor de Bissau estipulava-se-lhe uma guarnição de quarenta praças, e ordenava-se a construção da fortaleza, custos que deveriam ser suportados pela Companhia de Cacheu e Cabo Verde, instituída em 3 de Janeiro de 1690. A fortaleza atualA sua primitiva estrutura foi erguida por forças portuguesas a partir de 1696, sob o comando do Capitão-mor José Pinheiro. Vindo a Companhia a apresentar prejuízos, a Coroa deixou de lhe renovar o contrato de exploração (1703), o que conduziu ao abandono da Capitania-Mor de Bissau em Dezembro de 1707, sendo a sua fortificação arrasada na ocasião.[3] Foi reconstruída em Novembro de 1753, conforme planta do Frei Manuel de Vinhais Sarmento. A partir de 1766 foram-lhe introduzidas alterações no traçado, de autoria do Coronel Manuel Germano da Mota. Sofreu reparos de 1858 a 1860, dirigidos pelo Capitão Januário Correia de Almeida, engenheiro civil e militar da então província. No século XX, foi restaurada a partir da década de 1970, sob orientação do Arquiteto Luís Benavente. Aberta à visitação pública, actualmente abriga o mausoléu de Amílcar Cabral e o Museu Militar da Luta de Libertação Nacional[4]. CaracterísticasA fortificação apresenta planta quadrangular em estilo Vauban, com baluartes pentagonais nos vértices. Em seus muros abriam-se 38 canhoneiras. Em seu terrapleno, erguem-se as edificações de serviço (Casa de Comando, Quartel de Tropa e Armazéns). A defesa do forte era complementada por uma paliçada que o unia a um pequeno forte à beira-mar, de planta quadrada, com duas canhoneiras pelo lado de terra. Notas
Ver tambémLigações externas
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