Flora Brasiliensis
A Flora Brasiliensis é uma obra notória do século XX, escrita entre 1840 e 1906 por naturalistas alemães e austríacos. O livro é de grande importância para a biologia por catalogar 22.767 espécies em 2.253 gêneros, incluindo todas as espécies vegetais conhecidas até então e mais 5.689 outras novas para a botânica na época. Além das descrições taxonômicas, todas em latim, a obra contém 6.246 litografias, que ajudam na identificação de espécies. A Flora Brasiliensis é dividida em 15 partes, totalizando 40 volumes com 20.733 páginas ao todo, e foi publicada em 130 fascículos. Ao longo dos 66 anos da confecção da obra, múltiplos biólogos participaram da edição, iniciada pelo alemão Carl Friedrich Philipp von Martius e concluída por August Wilhelm Eichler e Ignatz Urban. Para a coleta e o estudo do material, Martius contou com 65 botânicos e 145 coletores de plantas de vários países. O livro foi patrocinado pelas coroas do Brasil, da Áustria e da Baviera. Outros trabalhos semelhantes, porém, de amplitude mais restrita, incluem a Flora Brasílica (1940–68), a Flora Ilustrada Catarinense (1965–), a Flora Neotropica (1967–)[1] e a Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo (2001–).[2] HistóricoColeta do materialEm 1815, o rei Maximiliano I José da Baviera planejou uma expedição científica à América do Sul, mas foi somente em 1817 que o Imperador Francisco I da Áustria conseguiu mandar uma comissão científica ao Brasil, como dote ao Imperador D. Pedro I pelo seu casamento com sua filha, a Arquiduquesa Leopoldina. Entre os cientistas na comissão estavam o botânico Carl Friedrich von Martius e o zoólogo Johann Baptiste von Spix. A expedição cobriu os estados do Rio de Janeiro e São Paulo e as regiões Norte e Nordeste do Brasil, mas não chegou a ir para os estados do Sul, como o Paraná, até retornarem em 1820. Durante os 3 anos da viagem, coletaram 7.000 espécies vegetais, 85 mamíferos, 350 aves, 130 anfíbios, 116 peixes e 2.700 artrópodes. Edição do livroMartius começou a escrever o livro em 1833, junto com seu professor S. L. Endlicher, mas os primeiros fascículos só foram aceitos e publicados em 1840, quando o chanceler Klemens von Metternich da Áustria decidiu financiar a obra juntamente com D. Pedro II. Este último pagou 10 contos de réis anuais por 56 anos para a continuação do trabalho de Martius. Até a morte de Martius em 1868, apenas 46 fascículos haviam sido escritos, mas o biólogo Ebcher continuou escrevendo a partir dos estudos de Martius, criando mais 51 fascículos. Os cientistas August Wilhelm Eichler e Ignatz Urban retomaram mais tarde a edição da obra, concluindo os 130 fascículos em 1906. O autorCarl Friedrich Philipp von Martius (Erlangen, 17 de abril de 1794 — Munique, 13 de dezembro de 1868) foi um médico, botânico, antropólogo e um dos mais importantes pesquisadores alemães que estudaram o Brasil, especialmente a região da Amazônia. Seus estudos vão desde o estudo da flora e fauna até a etnografia brasileira. Hoje encontram-se bustos de Martius em Munique e no jardim botânico no Rio de Janeiro, além de uma Avenida nomeada Avenida Martius em São Paulo. PublicaçõesAlém da Flora em si, houve outras publicações resultantes da Expedição Austríaca ao Brasil:[3][4]
Referências
Ligações externas
|
Portal di Ensiklopedia Dunia