Flambagem
A flambagem ou encurvadura é um fenômeno que ocorre em peças esbeltas (peças em que a área de seção transversal é pequena em relação ao seu comprimento), quando submetidas a um esforço de compressão axial. A flambagem acontece quando a peça sofre flexão transversalmente devido à compressão axial. A flambagem é considerada uma instabilidade elástica, assim, a peça pode perder sua estabilidade sem que o material já tenha atingido a sua tensão de escoamento. Este colapso ocorrerá sempre em torno do eixo de menor momento de inércia de sua seção transversal. A tensão crítica para ocorrer a flambagem não depende da tensão de escoamento do material, mas sim de seu módulo de Young.
Quando a flambagem ocorre na fase elástica do material, a carga crítica ( Pcr ) é dada pela fórmula de Euler: = módulo de elasticidade longitudinal do material em pascal = menor dos momentos de inércia da secção em m4 = comprimento de flambagem da peça em metros Para determinar se uma peça irá sofrer flambagem ou compressão, temos que calcular o seu índice de esbeltez e compara-lo ao índice de esbeltez crítico. Esse índice de esbeltez é padronizado para todos os materiais. Se o índice de esbeltez crítico for maior que o índice de esbeltez padronizado do material, a peça sofre flambagem, se for menor, a peça sofre compressão. Considerações físicasConsideramos uma barra homogênea de comprimento inicial L preso por pinos em ambas as extremidades, à qual é aplicada uma força axial de compressão de módulo P. Supomos que a barra se flexiona formando uma pequena flecha para direita. Esta flexão acarreta que a distância entre as extremidades seja ligeiramente reduzida de L para A. Denotamos então por u(x) a deflexão horizontal da curva central, onde x varia entre 0 e A. Sabemos que momento da força P à altura x é dado então por: Da teoria de vigas, sabe-se que o momento fletor se relaciona com o raio de curvatura da barra de seguinte forma: onde M é momento, E é o módulo de Young, I é o momento de inércia e R é o raio de curvatura, que, sob a hipótese de pequena deflexão, pode ser aproximado por , assim temos: A deflexão u(x) satisfaz, portanto, a seguinte equação diferencial ordinária: onde A solução geral desta equação é dada por: Da condição , temos que . Da condição , temos: assim, temos que , de onde temos: Quando , não há flambagem, portanto escolhemos n=1. A altura A deve ser inferior ao comprimento L, portanto temos: Concluimos, que esta desigualdade é uma condição mínima para que ocorra a flambagem. A flecha formada após o início da flambagem pode ser aproximada conforme a figura à direita: O valor da flecha em relação ao comprimento L assume uma forma mais simples: O que mostra que o comprimento da flecha possui uma dependência não linear com a força aplicada. Cálculo do comprimento de Flambagem da peça
Para esse tipo de peça, o comprimento de flambagem é o dobro do comprimento da peça, ou seja:
Para esse tipo de peça, o comprimento de flambagem é igual o comprimento da peça, ou seja:
Para esse tipo de peça, o comprimento de flambagem é 0,7 do comprimento da peça, ou seja:
Para esse tipo de peça, o comprimento de flambagem é metade do comprimento da peça, ou seja:
Referências
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