Figueira de Lorvão
Figueira de Lorvão é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Figueira de Lorvão do Município de Penacova, freguesia com 28,32 km² de área[1] e 2370 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 83,7 hab./km². Além da sede, fazem parte da freguesia os seguintes lugares: Agrelo, Alagoa, Casqueira, Gavinhos, Granja, Golpilhal, Mata do Maxial, Monte Redondo, Sernelha, Telhado, Póvoa de Figueira.[3] DemografiaA população registada nos censos foi:[2]
HistóriaComeçou por se chamar freguesia de São João Baptista, sendo atribuído aos frades de Lorvão a origem do nome da localidade, tendo a maior parte do seu território passado a fazer parte do Mosteiro de Lorvão através de doações de particulares, no ano 967. Administrativamente, chegou a pertencer ao concelho de Coimbra, tendo passado, na primeira metade do século XIX, para o concelho de Penacova. A Igreja Paroquial de Figueira de Lorvão pertencia ao convento (em Lorvão), sendo que as monjas possuíam o privilégio de ali mandar administrar sacramentos sem licença do Bispo. Pouco se sabe sobre o nascimento da povoação e quando foi elevada a sede de freguesia, não existindo documentos sobre o assunto. Não se sabe muito acerca da sua história, mas podem encontrar-se vestígios bastante antigos como por exemplo a casa senhorial "Casa dos Cedros". Sabe-se que a zona foi ocupada por imigrantes da Galiza que trabalhavam na agricultura para o Mosteiro de Lorvão. Por esse facto, ainda hoje as pessoas dizem palavras com sotaque galego. Existiam pessoas chamadas de recoveiras que aceitavam encomendas de bens que iam buscar à cidade de Coimbra. Existiu também um asilo, junto à Igreja, onde hoje é o centro da aldeia, que acolhia crianças pobres. Nos últimos duzentos anos conheceu um grande progresso e é uma das poucas freguesias em que o número de habitantes tem crescido sempre, de forma regular. Em 1757 tinha 228 fogos e, por volta de 1870, esse número tinha subido para 400, chegando a 581, em 1950.[6] Também, na localidade de Mata do Maxial, segundo lendas, existiram Mouros e ainda há locais chamados de "Cova da Moura" , que segundo a lenda, teria um túnel secreto que ligaria a aldeia a Coimbra, também terrenos pertencentes a um Rei, que não se sabe qual exatamente, daí haver zonas como "Curral das Éguas" e "Chãs Del Rey", nomes esses de origem galega. Mata do Maxial com nomes como “Curral das Éguas e Chã d’El Rey” será que havia ali um “Paço Real”? A questão foi colocada nos anos cinquenta pelo Padre Manuel Marques, numa das suas crónicas no Notícias de Penacova. A ser verdade, terá existido “na zona conhecida por Paços de El-Rei que fica na linha Mata do Maxial - Monte Redondo, mesmo ao lado da antiga estrada que do Carvalhal, seguia para Lapa Ruiva, Coimbra e Souselas.” Conta ele que ainda em rapaz subira “ao alto do cabeço” e qual não foi o seu “espanto” quando encontrou “na extensão de muitos metros quadrados, num local inteiramente rústico e ermo, por entre o mato, uma profusão enorme de cacos e telhas mouriscas partidas.” Fosse o que fosse “ali houvera em tempos idos casas ou quaisquer construções cobertas de telha”-pensou. De salientar também que “a planura do monte é artificial, não é abaulado, mas perfeitamente nivelado, lembrando um terreno páteo bastante amplo e o xisto à vista sem terra alguma a cobri-lo.” “Mais tarde – conta Manuel Marques - vim a saber que se chamava Chafariz a uma localidade contígua aos Paços de El-Rei e que para o lado oposto, na vertente voltada para o referido lugar da Mata do Maxial, se denominava Curral das Éguas.” Foi então que lhe veio veio à mente a ideia de que seria algo mais: “No cimo daquele monte com despenhadeiro para nascente e sul – topografia escolhida pelos castelos medievais – era possível que ali tivesse construído uma Pousada algum dos Reis de Portugal.” Tratar-se ia dos Paços de El- Rei? Para Manuel do Freixo (pseudónimo com que assinava a crónica Casos & Coisas) as dúvidas acabaram quando, certo dia leu “o treslado do Foral que demarcava o Couto de Monte Redondo, do tempo de El Rei D. Manuel, salvo erro.” O original está na Torre do Tombo no chamado Livro dos Pregos. É que – recorda - “lá se dizia que a linha demarcatória das terras do referido Couto, saindo do marco de Agrelo para a crasta de Botão passava junto dos Paços que tem El-Rei ao lado de Monte Redondo”. EconomiaA agricultura familiar é uma das principais fontes de rendimento da população, com destaque para a cultura da vinha e da oliveira. A floresta, com destaque para o pinheiro bravo, o eucalipto e a acácia, representa também um importante recurso económico. A pecuária, ao nível da produção caseira, é ainda um complemento para os agregados familiares. No setor secundário predominam as pequenas empresas de construção e obras públicas, dando emprego a uma percentagem importante da população. O setor terciário caracteriza-se essencialmente pelos serviços, existindo algum comércio. A proximidade à sede de concelho, Penacova, e à cidade de Coimbra, permite que muitas pessoas aí trabalhem nas mais diversas áreas, o que é facilitado pelas boas vias de comunicação.[6] Caracterização FísicaFigueira de Lorvão situa-se a apenas 5 km de Penacova, sede de concelho. É delimitada a Norte pela freguesia de Sazes do Lorvão, a Sul por Lorvão, a Este por Penacova, a Oeste por Souselas e Botão e a Sudoeste por Brasfemes. Possui paisagens bastante bonitas, com montanhas de altitude média, sendo de destacar a existência de vários locais acolhedores, onde se podem apreciar as paisagens.[6] Património e ServiçosEm termos de património, na freguesia de Figueira de Lorvão existe:
Existem também vários serviços, com destaque para a escola EB1 de Figueira de Lorvão e a Extensão de Saúde.[6] Moinhos de GavinhosSão um dos ex-libris de Figueira de Lorvão e motivo de orgulho das gentes desta terra. No local, pode apreciar-se uma lindíssima paisagem para a Serra do Buçaco (a norte) e para a Serra da Aveleira (a Sudoeste). O complexo contém 14 moinhos de vento, dos quais 3 estão em condições de funcionamento, mas apenas um é realmente utilizado pelo único moleiro ainda em actividade. Os moinhos de vento fazem parte da cultura do concelho de Penacova. Há muitos anos representavam uma importante fonte de riqueza e subsistência da população. Perto do local existe também um pequeno campo de futebol, mesas de piquenique, uma torneira, grelhadores, um bar aberto apenas aos fins de semana e um parque infantil. Deste complexo avista-se ainda outro complexo de moinhos, na Portela de Oliveira (já na Serra do Buçaco). Coletividades e InstituiçõesA freguesia tem um forte espírito associativo, atestado pela existência de várias associações. Destacam-se as seguintes:
Referências
Ligações externas |
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