Fernão Rodrigues de CalheirosFernão Rodrigues de Calheiros foi um fidalgo e trovador português viveu em finais do século XII e princípios do séc. XIII, sendo considerado um dos mais importantes compositores do movimento do trovadorismo da altura e grande impulsionador do galaico-português. Oriundo do Alto-Minho e pertencente à Casa de Calheiros, foi filho de Rodrigo Fernandes de Calheiros, Cavaleiro da Ordem de Calatrava, e Irmão de Paio e Pedro Rodrigues de Calheiros. Foi pai ou avô de Pedro (Pero) Fernandes de Calheiros, Cavaleiro e Comendador da Ordem de Santiago.[1][2] A poesia trovadoresca Galaico-Portuguesa tem a sua principal difusão a partir do final século XI, seguindo a tradição poética da Occitânia trazida pelos peregrinos a Santiago (na altura o grande centro urbano do norte da Península Ibérica), pelas relações dinásticas e pelos cavaleiros e nobres franceses. É considerado o primeiro movimento literário em língua portuguesa, tendo tido um papel fundamental no desenvolvimento gramatical e utilização do português e galaico-português. No século XII a poesia trovadoresca já fazia parte dos círculos nobiliárquicos e nas cortes da Península, onde o núcleo dos principais trovadores pertencia à nobreza. Os temas abordam os ideias cavalheirescos mas também o amor e as virtudes da dona “a beleza da dona e a sua condição social, dedicando-lhe o seu amor e serviço e solicitando o retorno do favor…. numa relação feudo-vassálica entre a senhora e o trovador, relação essa que se revela inconcretizável” dando origem aos Cantares de Amor e aos Cantares de Amigo.[3] É neste contexto que vive Fernão Rodrigues de Calheiros, cuja obra atravessa as Cantigas de Amor, Cantigas de Amigo e Cantigas de Escárnio e Maldizer, tendo sobrevivido até aos nossos dias mais de 30 poesias. Cantiga de Amor Agora oí d'ũa dona falarRúbrica:[2] Outrossi fez outra cantiga a outra dona a que davam preço com um peom que havia nome Vela, e diz assi: Agora oí d'ũa dona falar, que quero bem, pero a nunca vi, por tam muito que fez por se guardar: poi[s] molher que nunca fora guardada, por se guardar de maa nomeada, filhou-s'e pôso Vela sobre si. Ainda d'al o fez[o] mui melhor que lhi devemos mais agradecer: que nunca end'houve seu padre sabor nem lho mandou nunca, pois que foi nado; e, a pesar dele, sen'o seu grado, nom quer Vela de sobre si tolher. Obra Poética de Fernão Rodrigues de CalheirosSobreviveram até aos nossos dias e referidos nomeadamente mencionadas no Cancioneiro da Ajuda e no Cancioneiro da Vaticana, mais de 30 obras poéticas de Fernão Rodrigues de Calheiros:[4]
Cantigas de Amor
Género incerto
Referências
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