Ewa Demarczyk
Ewa Maria Demarczyk (Cracóvia, 16 de janeiro de 1941 – 14 de agosto de 2020) foi uma renomada cantora polonesa, comumente associada ao gênero de poesia cantada e ao cabaré literário Piwnica pod Baranami. Demarczyk é reconhecida como uma das cantoras mais talentosas e carismáticas da história da música polonesa[2]. Ela é exaltada por suas interpretações únicas, sua expressividade e sua personalidade de palco incomuns. Na década de 1960, ela motivou comparações com Édith Piaf, enquanto que, na Polônia, ela era frequentemente chamada de "o anjo negro"[3]. BiografiaEla começou sua carreira em 1961, quando ingressou no cabaré estudantil Cyrulik. Depois de um ano, ela migrou para o cabaré Piwnica pod Baranami, onde conheceu o poeta Zygmunt Konieczny, com quem trabalharia durante os quatro anos seguintes[4]. Sua primeira grande apresentação veio em 1963, no Festival Nacional da Canção Polonesa de Opole, onde recebeu um prêmio pelas canções "Karuzela z madonnami", "Taki pejzaż" e "Czarne anioły"[4]. Mais tarde, no mesmo ano, ela foi premiada no Festival Internacional da Canção de Sopot, e foi eleita a melhor cantora polonesa do ano[2]. Em 1964 ela ficou em segundo lugar em Sopot com "Grande Valse Brillante". Ela passou a se apresentar no Olympia, em Paris, a convite de Bruno Coquatrix[5]. Em 1966, Demarczyk se formou na Academia de Teatro Ludwik Solski, em Cracóvia (apesar de nunca ter tido um papel no cinema). No mesmo ano, ela se juntou a outro compositor, Andrzej Zarycki. No ano seguinte, lançou seu primeiro álbum, Ewa Demarczyk śpiewa piosenki Zygmunta Koniecznego (traduzido como "Ewa Demarczyk canta canções de Zygmunta Koniecznego"), que incluía o repertório apresentado nos festivais de Opole e Sopot[6]. Na virada dos anos 60 para os 70, ela viajou ao redor do mundo, apresentando-se em vários países e em salões de concerto renomados, incluindo o Carnegie Hall em Nova Iorque e o Teatro Chicago[7]. Em 1969, durante o IV Festival Internacional da Canção, realizado no Maracanãzinho e organizado pela TV Globo, Ewa cantou no Brasil, paga pelo governo da Polônia socialista[8]. Demarczyk deixou o Piwnica pod Baranami em 1972. Dois anos depois, seu segundo álbum foi lançado, incluindo novas canções polonesas e quatro versões em russo de seus sucessos anteriores. O álbum foi lançado na Rússia pela gravadora estatal Melodiya, e vendeu mais de 17 milhões de cópias[9]. Em 1982, lançou seu primeiro e único álbum (duplo) ao vivo, Live, gravado 3 anos antes, em Varsóvia, e que conquistou disco de ouro na Polônia. Na década de 1990, seus álbuns foram relançados em CD, e Demarczyk conquistou vários prêmios, em reconhecimento à sua contribuição para a cultura polonesa. Ela continuou a se apresentar ao vivo até o final dos anos 1990[3]. Ewa realizou seu último concerto no dia 8 de novembro de 1999, no Teatr Wielki, em Poznań. Depois disso, ela se retirou em definitivo da vida pública, o que levantou especulações sobre sua motivação para essa retirada[3]. Ela morreu em 14 de agosto de 2020, aos 79 anos[10]. Repertório e estiloO repertório de Ewa Demarczyk consistia de interpretações de poemas exigentes e não facilmente acessíveis. Suas canções eram geralmente baseadas em obras de poetas "clássicos", tanto poloneses - como Julian Tuwim e Krzysztof Kamil Baczyński - quanto internacionais - como Goethe, Mandelstam, Rainer Maria Rilke -, bem como escritores de vanguarda, como Miron Białoszewski[4]. Em suas apresentações, ela unia a expressão teatral dramática e a arte vocal (ela se formou tanto em uma escola de teatro quanto em um conservatório, onde estudou piano). As canções que ela performava eram dramas musicais essencialmente curtos e intensos[2]. Discografia[6]Álbuns:
Compactos:
Referências
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