A atribuição do texto a Filipe é conjunturalmente moderna; a sua única relação com o apóstoloSão Filipe deve-se ao facto de ser o único apóstolo mencionado nos manuscritos (73, 8).[1] Na verdade, o texto deve ter sido redigido algures entre os anos 180 e 350[2] da nossa Era, portanto muito depois da morte do discípulo de Cristo.
O texto constituiu um importante documento para as comunidades gnósticas. Foi descoberto no deserto egípcio em 1945, entre um conjunto de vários documentos gnósticos, conhecidos como biblioteca de Nag Hammadi (do nome do sítio arqueológico onde foram descobertos).
Conteúdo
De uma forma muito similar a João 19:25-26, o Evangelho de Filipe apresenta Maria Madalena dentre os discípulos de Jesus, adicionando que ela era sua "companheira" (koinônos):
“
E havia três que andavam com o Senhor: Maria, sua mãe, e sua irmã, e Madalena, aquela que era chamada sua companheira. Sua irmã,[a] sua mãe e sua companheira eram, cada uma, Maria.
A irritação dos outros discípulos com o amor e afeição que Jesus tinha por Maria Madalena é evidente (o texto original está muito fragmentado e as suposições estão entre colchetes):
“
E a companheira do [Salvador era Mar]ia Ma[da]lena. [Cristo amou] M[aria] mais do que [todos] os disc[ípulos, e costumava] beijá-la [frequentemente] na [boca]. Os demais [discípulos se ofendiam com isso e expressaram seu descontentamento]. Eles disseram "Por que você a ama mais do que a nós?" O Salvador respondeu-lhes, "Por que eu não vos amo como a amo?"
↑ abcA relação entre o Antigo Testamento, Novo Testamento e textos gnósticos com o texto são discutidos por Grant, Robert M. (Setembro de 1961). The Mystery of Marriage in the Gospel of Philip (em inglês). 15.3:129-140. [S.l.]: Vigiliae Christianae.
Notas
[a]^ Esta referência é confusa e está no manuscrito original. Não é claro se o texto se refere à irmã de Jesus ou à irmã de sua mãe, ou ainda se a intenção seria outra.