Estrada de Ferro Rio d'OuroA Estrada de Ferro Rio d'Ouro foi autorizada em 1875 a implantar uma linha férrea, como auxiliar da construção da adutora entre o Caju e as represas do Rio d'Ouro, na Baixada Fluminense.[1] A ferrovia foi construída para auxiliar nas obras de construção das adutoras para o abastecimento de água para a cidade do Rio de Janeiro, de acordo com o Decreto nº 2639 de 22 de setembro de 1875,[2] desde os mananciais da Serra do Tinguá, na Baixada Fluminense. Tinha por objetivo transportar os materiais e os operários empregados durante a construção.[3] Em 1882 a ferrovia foi concluída, sendo aberta ao público em 15 de janeiro de 1883,[4] sendo que os primeiros trens de passageiros começaram a circular, partiam do Caju em direção à represa Rio d’Ouro. Em 1896, passaram a circular com melhor regularidade, até a Pavuna. Mais tarde foi vendida ao Governo pela soma de 778 contos, 600 mil e 664 reis. Inicialmente a estrada tinha uma extensão de 58 km, que seguia paralelamente à Estrada de Ferro Central do Brasil, passando por Benfica, Pilares, Irajá, Pavuna, Brejo, Cava e Rio D'Ouro. Sua frota era constituída de cinco locomotivas da Hunslet Engine Co, 11 carros e 41 vagões. O relatório da empresa em 1883, registrava o transporte de 29.132 passageiros, 4870 toneladas de carga e 133 tonelagem de bagagem e encomendas. RamaisPossuiu os seguintes ramais:
Em sua melhor fase, a Rio d’Ouro servia diversos subúrbios do Rio, como o Engenho da Rainha, Inhaúma, Irajá, os já citados Vicente de Carvalho e Pavuna, além de diversas localidades da Baixada Fluminense, como Belford Roxo, Areia Branca, etc. Em 1925, após a construção de vários ramais, a EF Rio D'Ouro possuía uma extensão de 146 km, partindo da Quinta do Caju com chegada em Jaceruba, Tinguá e Xerém.[2] Foi incorporado a EF Central do Brasil em 1928.[4] Apesar de ter sido incorporada a EFCB e ao contrário dos ramais e linhas de subúrbio desta, que dispunham de eletrificações, a Rio d'Ouro sempre permaneceu utilizando-se de suas locomotivas à vapor (popularmente conhecidas como marias-fumaças) em suas linhas de bitola métrica, mesmo se tratando de uma ferrovia urbana. [6] No início dos anos 1950, inaugurou-se a eletrificação do trecho da ferrovia entre Pavuna e Belford Roxo, que teve sua bitola ampliada para mista (posteriormente para larga) e passaria a também receber os trens elétricos de subúrbio da Linha Auxiliar[7] e dividindo espaço com os tradicionais trens à vapor da Rio d'Ouro. [8] Entre a década de 1960 e início da década de 1970, iniciou-se a desativação e erradicação de suas linhas. A maior parte do seu leito foi utilizada para a implantação da Linha 2[9] do Metrô que foi se expandindo gradativamente até ser completada em 1998, tendo no trajeto, as estações de Del Castilho, Inhaúma, Engenho da Rainha, Vicente de Carvalho, Irajá, Colégio, Coelho Neto e como parada final, Pavuna. O outro trecho entre Pavuna e Belford Roxo, permaneceria sendo utilizado por trens urbanos como parte do atual Ramal de Belford Roxo, hoje operado pela concessionária SuperVia e sendo também o único trecho mantido e em atividade da antiga Rio d'Ouro. [10] CuriosidadesVicente Carvalho, e não Vicente de Carvalho, era o nome de um antigo fazendeiro local, e erradamente passou a ser confundido com o juiz e poeta paulista Vicente de Carvalho,[3] que não tem nenhuma ligação com o bairro e com a estação ferroviária. Referências
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