Estação Ferroviária de Vendas Novas
A Estação Ferroviária de Vendas Novas é uma interface da Linha do Alentejo, que funciona como entroncamento com a Linha de Vendas Novas, e que serve a localidade de Vendas Novas, no distrito de Évora, em Portugal. Foi inaugurada em 1861, como terminal provisório do Caminho de ferro do Sul,[4] tendo sido ligada ao Setil em 15 de Janeiro de 1904.[5] DescriçãoLocalização e acessosA estação situa-se junto ao Largo 5 de Outubro, na localidade de Vendas Novas.[6][7] InfraestruturaEm Janeiro de 2011, apresentava quatro vias de circulação, com 241 a 482 m de comprimento; as plataformas tinham 154 e 59 m de extensão, e 40 e 55 cm de altura.[8] O edifício de passageiros situa-se do lado Sul da via (lado direito do sentido ascendente, a Funcheira).[9] HistóriaVer artigo principal: História da Linha do Alentejo
Século XIXInauguração e ligação a Beja e ÉvoraEm 1856, foi projectada uma linha desde a Margem Sul do Tejo até Vendas Novas,[10] uma vez que os extensos areais naquela região tornavam muito difícil a circulação rodoviária; em Vendas Novas, teriam início as estradas para o Sul do país.[11] Foi inicialmente pensada como sendo do tipo americano, mas depois foi desenvolvida para um caminho de ferro pesado, de forma a prolongá-la até Évora e Beja, e depois até Elvas e Badajoz.[11] O troço entre Bombel e Vendas Novas entrou ao serviço em 23 de Janeiro de 1861, como parte do Caminho de Ferro do Sul, ligando desta forma o Barreiro a Vendas Novas.[4] Foi construída pela Companhia Nacional de Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo, utilizando uma bitola de 1,44 m.[12] Entretanto, em 3 de Janeiro de 1860 o governo contratou a Companhia dos Caminhos de Ferro do Sueste para a continuação da linha além de Vendas Novas até Évora e Beja.[13] Em 6 de Agosto de 1861, foi assinado um contrato para a nacionalização deste troço e do Ramal para Setúbal,[13] que foram posteriormente trespassados para a Companhia do Sueste, com o propósito de alargar a via para a bitola ibérica.[14] A ligação até Évora entrou ao serviço em 14 de Setembro de 1863, enquanto que a linha até Beja foi inaugurada no dia 15 de Fevereiro do ano seguinte.[4] Em 1869, A Companhia do Sueste foi nacionalizada, tendo a exploração das linhas sido passada para a gestão directa do estado.[14] Em 11 de Julho de 1895 ocorreu um acidente na estação, quando um comboio de Faro para Lisboa entrou pela via errada devido a agulhas mal colocadas, tendo colidido contra os vagões que se encontravam estacionados naquela via. Este acidente provocou uma vítima mortal, o condutor do comboio, que foi apanhado por uma porta que se fechou de repente, devido à violência do embate, enquanto que os passageiros pouco sofreram.[15] Século XXLigação ao SetilAinda no século XIX, foi planeada uma ligação entre a Linha do Norte e a Linha do Alentejo, de forma a evitar a travessia fluvial entre o Barreiro e a cidade de Lisboa.[11] O ponto final foi desde logo fixado em Vendas Novas, mas o inicial foi várias vezes alterado, tendo sido primeiro colocado em Santarém,[11] e finalmente no Setil em 1900.[16] Em 12 de Janeiro de 1903, foi apresentado o plano para a expansão da estação de Vendas Novas, de forma a suportar os serviços da Linha de Vendas Novas, que então já estava a ser construída; este documento foi aprovado em 24 de Abril do mesmo ano, após a vistoria do Conselho Superior de Obras Públicas e Minas.[17] Este caminho de ferro abriu à exploração no dia 15 de Janeiro de 1904.[5] Transição para a CPEm 1927, os caminhos de ferro estatais foram integrados na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.[14] Em 1933, esta empresa realizou obras de reparação e melhoramentos na estação de Vendas Novas,[18] e no mesmo ano a Comissão Administrativa do Fundo Especial de Caminhos de Ferro aprovou a construção de uma estrada de acesso ao cais descoberto desta estação.[19] Em 1934, a CP calcetou o largo em frente à estação, e duplicou as linhas telefónicas entre Vendas Novas, Évora e o Setil.[20] No Diário do Governo n.º 92, III Série, de 17 de Abril de 1952, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses anunciou uma carreira de autocarros entre as estações de Vila Franca de Xira e Vendas Novas.[21] No Diário do Governo n.º 31, III Série, de 7 de Fevereiro de 1955, foi informado que aquela empresa pediu autorização para estabelecer uma outra carreira de autocarros, da Estação do Barreiro a Évora, passando pela localidade de Vendas Novas.[22] Em 1959, foi assinado um contrato entre a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses e a Ericsson, para a instalação de um sistema de sinalização e comando centralizado na Linha de Vendas Novas.[23] Este programa contemplou a instalação de postos de sinalização com encravamentos a relés e agulhas manuais em todas as estações da Linha.[24] Em 1968, esta interface era considerado um importante ponto de concentração da circulação ferroviária.[25] Ligações planeadas a Chamusca e Alcácer do SalEm 1889, já tinha sido estudado um ramal entre Vendas Novas e a margem esquerda do Rio Tejo, por iniciativa da Câmara Municipal da vila da Chamusca, que deveria ser servida pelo ramal.[26] Em 1 de Julho de 1928, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses já tinha proposto uma linha de Vendas Novas até Alcácer do Sal, que seria o prolongamento da Linha de Vendas Novas.[27] Esta linha foi inserida, com o nome de Transversal de Vendas Novas, no Plano Geral da Rede Ferroviária, publicado pelo Decreto n.º 18.190, de 28 de Março de 1930.[28] Referências literáriasNa sua obra Narrative of a Spring Tour in Portugal, publicada em 1870, o reverendo Alfred Charles Smith descreveu a gare e a povoação de Vendas Novas:
Ver também
Referências
Bibliografia
Ligações externas |