Estação Ferroviária de Grândola

Grândola
Estação Ferroviária de Grândola
estação de Grândola, em 2016
Identificação: 92577 GRA (Grândola)[1]
Denominação: Estação Satélite de Grândola
Administração: Infraestruturas de Portugal (sul)[2]
Classificação: ES (estação satélite)[1]
Tipologia: C [2]
Linha(s): Linha do Sul (PK 101+984)
Altitude: 95 m (a.n.m)
Coordenadas: 38°10′54.52″N × 8°33′16.48″W

(=+38.18181;−8.55458)

Mapa

(mais mapas: 38° 10′ 54,52″ N, 8° 33′ 16,48″ O; IGeoE)
Município: GrândolaGrândola
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Ermid.-Sado
Faro
  AP   Pinhal Novo
P-Campanhã
  IC   Pinhal Novo
Lis-Oriente

Conexões:
Serviço de táxis
Serviço de táxis
GDL
Equipamentos: Acesso para pessoas de mobilidade reduzida Parque de estacionamento Telefones públicos
Endereço: Av. Jorge Vasconcelos Nunes, s/n
PT-7570-113 Grândola
Inauguração: 22 de outubro de 1916 (há 108 anos)
Website:

A Estação Ferroviária de Grândola é uma interface da Linha do Sul, que serve a localidade de Grândola, no Distrito de Setúbal, em Portugal.

Descrição

A estação, vista do exterior, em 2016.

Localização e acessos

Esta interface tem acesso pelo Largo da Estação Ferroviária,[3][4] no limite nascente da malha urbana da localidade epónima, distante pouco mais de um quilómetro do respetivo centro (Palmeiras), via Avenida Jorge Vasconcelos Nunes (= EM543).[5] A central de camionagem local, de localização central, situa-se pois aproximadamente à mesma distância; em contraste existem dois locais de estacionamento público para apoio ao automóvel individual situados mais perto: junto ao tribunal e na própria estação.[6]

Infraestrutura

Vista das plataformas e vias, em 2016.

Esta interface apresenta três vias de circulação, identificadas como I, II, e III, tendo esta última um comprimento de 348 m e as restantes 715 m, e são todas as três acessíveis por plataforma de 210 m de comprimento e 85 cm de altura; existe ainda uma via secundária, identificada como IV, com 146 m de comprimento; todas estas vias estão eletrificadas em toda a sua extensão.[2] O edifício de passageiros situa-se do lado poente da via (lado direito do sentido ascendente, para Tunes).[7][8]

O local deste interface é um ponto de câmbio nas características da via férrea e do seu uso, nomeadamente mudando aqui o regime de exploração entre tipo RCI (que se estende para sul até Ermidas-Sado) e tipo RCAP (que se estende para norte até à estação da Somincor).[2]

Situa-se junto a esta interface, ao PK 97+900, a zona neutra de Grândola que isola os troços da rede alimentados respetivamente pelas subestações de tração de Ermidas-Sado, da Variante de Alcácer, e de Monte Novo - Palma.[2]

Serviços

Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo intercidades com três circulações diárias em cada sentido entre Faro e Lisboa-Oriente, e uma única de tipo Alfa Pendular entre Faro e Porto-Campanhã, apenas neste sentido.[9]

História

Ver artigo principal: Linha do Sul § História
Inauguração da estação de Grândola.

No terceiro quartel do século XIX, Sousa Brandão idealizou a construção de uma linha ao longo do vale do Rio Sado, que forneceria uma ligação mais rápida entre Lisboa e o Algarve do que o Caminho de Ferro do Sul, que dava a volta por Beja, e que estava nesse momento em construção.[10] Esta proposta só voltou a ser considerada nos finais do século, em 1898, quando se começou a estudar o plano da Rede Ferroviária ao Sul do Tejo, cuja comissão técnica sugeriu uma linha de Setúbal a Garvão, seguindo o vale do Sado.[10] A linha deveria passar por Grândola, uma vez que aquela vila era considerada como o pólo de uma rica e populosa região até ao litoral.[11] As representações regionais, consultadas durante a preparação do Plano da Rede, propuseram a construção de um ramal até Sines, que deveria sair de Grândola ou Apeadeiro de Alvalade.[10]

Assim, a linha de Setúbal a Garvão foi inserida no Plano da Rede, decretado em 27 de Novembro de 1902.[12] Também foi inserido o Ramal de Sines, embora sem um ponto inicial definido, que foi mais tarde estabelecido em Alvalade.[10]

A construção da Linha do Sado iniciou-se em 1907, mas sofreu vários atrasos, devido primeiro à instabilidade governamental, e depois por causa da Primeira Guerra Mundial.[10] Em 1 de Julho de 1916, a Gazeta dos Caminhos de Ferro noticiou que estava para breve a construção do troço entre Grândola e Lousal.[13] No entanto, este troço foi aberto em duas partes, tendo a secção até Canal Caveira entrado ao serviço em 20 de Setembro dese ano, e até Grândola em 22 de Outubro.[14] O troço seguinte, até à estação provisória de Alcácer do Sal, abriu à exploração em 14 de Julho de 1918.[14]

Estação de Grândola à noite em, 2010.

Em 1934, a Comissão Administrativa do Fundo Especial de Caminhos aprovou a instalação de uma báscula de vinte toneladas na estação de Grândola.[15]

Em Janeiro de 2011, contava com três vias, que apresentavam 724 e 346 m de comprimento; todas as plataformas tinham 70 cm de altura e 210 m de comprimento[16] — valores mais tarde[quando?] ampliados para os atuais.[2]

Ver também

Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. a b c d e Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
  3. «Grândola». Comboios de Portugal. Consultado em 23 de Janeiro de 2017 
  4. «Grândola - Linha do Sul». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 23 de Janeiro de 2017 
  5. OpenStreetMaps / GraphHopper. «Cálculo de distância pedonal (38.1812; −8.5547 → 38.1767;−8.5668)». Consultado em 3 de maio de 2023 : 1180 m: desnível acumulado de +15−0 m
  6. OpenStreetMaps / GraphHopper. «Cálculo de distância pedonal (38.1812; −8.5547 → 38.1762;−8.5660)». Consultado em 3 de maio de 2023 : 1240 m: desnível acumulado de +12−0 m
  7. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  8. Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
  9. Horário Comboios AP e IC Porto/Lisboa ⇄ Faro / Lagos / V. R. S.to António («horário em vigor desde 2022.12.11»).
  10. a b c d e SOUSA, José Fernando de (16 de Setembro de 1936). «A Conclusão do Ramal de Sines» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1170). p. 483-484. Consultado em 23 de Janeiro de 2017 
  11. SOUSA, José Fernando de (16 de Outubro de 1903). «A Linha do Sado» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (380). p. 345-346. Consultado em 15 de Janeiro de 2012 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa 
  12. SOUSA, José Fernando de (16 de Outubro de 1903). «A Linha do Sado» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (380). p. 345-346. Consultado em 15 de Janeiro de 2012 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa 
  13. «Efemerides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 51 (1231). 1 de Abril de 1939. p. 202-204. Consultado em 23 de Janeiro de 2017 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa 
  14. a b TORRES, Carlos Manitto (16 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1684). p. 91-95. Consultado em 25 de Outubro de 2014 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa 
  15. «Direcção-Geral dos Caminhos de Ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1107). 1 de Fevereiro de 1934. p. 99. Consultado em 26 de Outubro de 2014 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa 
  16. «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85 
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Ligações externas

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