Estação Arqueológica do Monte da Chaminé
A Estação Arqueológica do Monte da Chaminé, igualmente conhecida como Villa Romana do Monte da Chaminé, é um sítio arqueológico no concelho de Ferreira do Alentejo, em Portugal. DescriçãoO sítio arqueológico está situado a cerca de três quilómetros de distância da vila de Ferreira do Alentejo, e corresponde a uma antiga villa agrícola romana.[1] Na mansão destaca-se o peristilo de grandes dimensões, com cerca de 22 m²,[1] e que tinha pelo menos três divisões em redor.[2] Além da casa principal, o complexo também era composto por estruturas de funções produtivas, como um lagar para azeite, uma cave[3] um armazém para talhas de azeite, e um celeiro, que era constituído por um sobrado onde eram conservados os cereais.[2] Está integrado no percurso circular Rota da Villa do Monte da Chaminé, que inclui também outros pontos de interesse na vila e na zona em redor.[4] HistóriaOcupação primitiva e Idade MédiaA villa romana foi ocupada entre o início do século I até ao século V d.C..[1] Também foram encontrados alguns vestígios de ocupação durante o período visigótico, tendo o arqueólogo Clementino Amaro relatado à agência Lusa em 2011 que na área do lagar de azeite «começaram a aparecer estruturas precárias que podem corresponder a um prolongamento da ocupação da ‘villa’ romana já em período do Baixo Império ou mesmo do século VI e início do século VII, ou seja, já numa época de ocupação visigótica».[2] O sítio do Monte da Chaminé foi posteriormente utilizado durante a Idade Média, tendo sido encontrada no local uma sepultura de um peregrino do Caminho de Compostela, que continha uma vieira, normalmente entregue aos peregrinos em Compostela, e fragmentos de uma panela de barro que era utilizada no ritual da queima do vestuário, no Cabo Finisterra.[5] RedescobertaAs ruínas foram descobertas em 1981 pelo arqueólogo Clementino Amaro, que, em conjunto com Manuel Barreto, realizou seis campanhas de escavações até 1988.[1] Nesse período foram descobertas várias estruturas que provavelmente fariam parte da villa romana, incluindo parte do peristilo e três divisões em redor, que talvez fossem uma sala de refeições e quartos de dormir.[1] As escavações estiveram depois paradas durante cerca de vinte anos, tendo sido retomadas em Agosto de 2008.[1] Também nesse ano foi descoberta a sepultura de um peregrino da Idade Média, numa camada superior à dos vestígios romanos.[1] Em 2009 foi estudado o peristilo da casa romana, e foram parcialmente escavadas duas estruturas agrícolas, que poderiam ser um celeiro e um lagar de azeite.[1] Foram encontrados muitos vestígios da ocupação romana, que permitiram avaliar a riqueza e grande importância da villa, que esteve em contacto com várias partes do Império.[1] O espólio encontrado foi preservado no Museu Municipal de Ferreira do Alentejo.[1] Entre Agosto e Setembro de 2010, teve lugar a décima campanha arqueológica no Monte da Chaminé, com a colaboração da historiadora Sara Ramos, dos arqueólogos Clementino Amaro e Maria João Pina, e de vários estagiários e recém-licenciados em arqueologia de universidades portuguesas.[1] A equipa foi dividida em dois grupos, um para estudar a casa principal, com destaque para o peristilo, e o outro para trabalhar na área agrícola da villa, de forma a identificar as estruturas encontradas anteriormente.[1] Os trabalhos foram retomados em Agosto do ano seguinte, tendo-se dado uma especial atenção à zona produtiva do complexo romano, principalmente o antigo lagar de azeite, e aos vestígios visigóticos.[2] Estas pesquisas foram feitas por um grupo de vinte alunos de várias instituições de ensino superior portuguesas, e coordenados pela historiadora Sara Ramos e os arqueólogos Clementino Amaro e Maria João Pina.[2] De acordo com Clementino Amaro, esta diligência em estudar o lagar está ligado à forte presença da indústria do azeite no concelho: «Ferreira do Alentejo é um dos concelhos onde mais se está a apostar no olival e na produção de azeite e, portanto, há todo o interesse em investir num lagar de azeite da época romana».[2] O Anúncio n.º 124/2018, de 21 de Maio, emitido pela Direcção-Geral do Património Cultural, iniciou o processo para a classificação das ruínas.[6] Em Maio de 2019, foi organizada uma visita ao sítio do Monte da Chaminé, no âmbito do programa Terras sem Sombra.[7] Ver também
Referências
Ligações externas
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