O pai, para evitar a desagregação dos estados, pretendia entregar Baden apenas ao filho que considerava mais capaz, Filipe I, mas a contestação de Ernesto e de outro irmão, Bernardo, fez com que o pai retrocedesse nas intenções iniciais. A 18 de junho de 1511, Cristóvão I solicitou que os estados de Rötteln, Sausenberg e Badenweiler saudassem Filipe, mas eles recusaram. Posteriormente, novas recusas ocorreram, nomeadamente em 1512 em Kandern, que se recusou a prestar homenagem a Filipe, dado que não pretendiam envolver-se nas disputas internas da Casa de Baden. Ernesto ameaçara os Estados que ele responderia com violência se eles prestassem homenagem ao seu irmão.[2]
Assim, a partir de 1515, Ernesto, conjuntamente com os seus dois irmãos Filipe e Bernardo II, administraram a Marca de Baden. O governo conjunto durou até 1533, ano em que Filipe faleceu sem descendência masculina e, os dois irmãos Ernesto e Bernardo, partilharam entre si as terras de Filipe criando, assim, duas linhas da Casa de Baden:
Linha Ernestina (Protestante) com origem em Ernesto e que governou Baden-Durlach;
Linha Bernardina (Católica), com origem em Bernardo III e que governou Baden-Baden.
A linha Bernardina extinguiu-se em 1771, permitindo ao Margrave Carlos Frederico, da linha Ernestina, reunir toda a Marca de Baden.
Após a partilha de 1533, Ernesto instalou-se em Pforzheim em 1537 sendo, por isso, chamado Margrave de Baden-Pforzheim. Mas em 1565, o seu filho Carlos II mudou a capital para Durlach e, assim, o nome do estado ficou definitivamente conhecido por Baden-Durlach.
Ernesto viveu em tempos conturbados lidando com o novo movimento da Reforma e com as exigentes Guerras Otomanas. Tentou sempre manter uma posição de neutralidade entre Católicos e Protestantes, não tendo participado na Guerra de Esmalcalda.
Casamento e descendência
Ernesto casou por três vezes, embora as suas duas últimas alianças fossem consideradas morganáticas.
Amália (Amalie) (1513-1594), que casou com o Conde Frederico II de Löwenstein (1528-1569);
Maria Jaqueline (Maria Jakobäa) (1514-1592) que casou com o Conde Wolfgang II de Barby (1531-1615);
Maria Cleofa (Marie Cleopha) (1515-1580), que casou com o Conde Guilherme de Schultz (morreu ca. 1566);
Isabel (Elizabeth) (1516-1568), que casou primeiro com o Conde Gabriel von Salamanca-Ortenburg (morto em 1539) e, em segundas núpcias, com o Conde Conrado II de Castell (1519-1577);
A 1518, Ernesto voltou a casar com Ursula de Rosenfeld (morta em 1538), filha de Jorge de Rosenfeld.[3] Foi considerado um casamento morganático.[4] Durante a vida de Ernesto foi controverso se o seu filho Carlos poderia ou não herdar os estados. Por fim, Carlos acabou por suceder ao seu meio-irmão Bernardo IV, dado que os primods da Linha Bernardina não se opuseram. Em 1594, este casamento morganático foi citado na Corte Imperial como um argumento quando Ernesto Frederico (um neto de Ernesto) contestou o direito à sucessão dos filhos que Eduardo Fortunato tivera com Maria de Eicken. Deste segundo casamento nasceram três filhos: [5]
Margarida (Margarete) (1519–1571), que casou com o Conde Wolfgang II de Oettingen (1511-1572);
Salomé (Salome) (morta em 1559), que casou com o conde Ladislas de Hag (1495-1566);
Carlos II (Karl) (1529-1577), que sucedeu ao seu meio irmão, Bernardo IV.
A 1 de março de 1544 Ernesto voltou a casar com Ana Bombast de Hohenheim (morta em 1574), que também foi um casamento morganático, mas que não teve qualquer descendência.
↑J. Kindler von Knobloch: Oberbadisches Geschlechterbuch, vol. 3, pág. 624–626; Os Rosenfelds eram cavaleiros e vassalos dos Duques de Teck, tirando o nome do castelo de Rosenfeld, próximo de Sulz, em Vurtemberga
(em inglês) Johann Christian Sachs, Introduction to the History of Margraviate and princely House of Baden, Karlsruhe, 1769, Vol. 3, pág. 165–192;
(em alemão) Arthur Kleinschmidt, Allgemeine Deutsche Biographie (ADB) - Ernst (Markgraf von Baden-Durlach, Vol. 6, Leipzig, 1877, Duncker & Humblot, pág. 243-244;
(em alemão) Friedrich Wielandt, “Neue Deutsche Biographie (NDB) - Ernst, Markgraf von Baden-Durlach”, Vol. 4, Berlin, 1959, Duncker & Humblot, pág. 605–606.
(em alemão) Pütter: Ueber Mißheirathen Teutscher Fürsten und Grafen, Göttingen, 1796, pág. 83–91
(em alemão) Christoph Meiners, Ludwig Timotheus Spittler (eds.): Mark-Graf Ernst von Baden und Ursula von Rosenfeld, die Stamm-Eltern des noch blühenden Badischen Hauses, in: Göttingisches Historisches Magazin, vol. 4, Hanover, 1789, pp. 737–772 online
(em alemão) Casimir Bumiller, Ursula von Rosenfeld und die Tragödie des Hauses Baden, Gernsbach, 2010, ISBN 978-3-938047-51-4;
(em alemão) Karl Seith, Das Markgräflerland und die Markgräfler im Bauernkrieg des Jahres 1525, Karlsruhe, 1926
(em alemão) Johann David Köhler, Die sehr seltene Fürstl. Badenische Brüderliche Eintrachts-Medaille von A. 1533, em: Im Jahr 1729 wöchentlich herausgegegeber Historischer Münz-Belustigung, parte 1, Nuremberga, 1729, pp. 361–368.