Eleito governador do Rio Grande do Norte em 1960, Aluízio Alves foi eleito deputado federal pela ARENA em 1966, mas a cassação de seus direitos políticos em 1969 pelo Ato Institucional Número Cinco restringiu sua atuação aos bastidores da política e embora o mesmo apoiasse a carreira do filho, Henrique Eduardo Alves, a decisão do presidente Ernesto Geisel em nomear Tarcísio Maia e Lavoisier Maia para o governo potiguar em duas ocasiões distintas acabou por criar a dinastia dos Maia na política no Rio Grande do Norte e a ela se oporiam os Alves a partir de 1982 quando José Agripino Maia foi o vencedor à disputa pelo governo contra Aluizio Alves. Nos anos seguintes, por meio de candidatos próprios ou aliados, as duas famílias se alternaram ora no Palácio Potengi, ora na prefeitura de Natal. Em 1990, contudo, houve uma divisão na família Maia e nisso as eleições foram polarizadas entre José Agripino Maia e Lavoisier Maia sendo que, diante das circunstâncias, este último recebeu o apoio da família Alves.[3]
Reduzida a uma questão de família, a eleição potiguar foi decidida em segundo turno com o triunfo de José Agripino Maia sobre Lavoisier Maia, que em 1979, buscou o engenheiro civil José Agripino Maia na iniciativa privada e o nomeou prefeito de Natal, quando ambos militavam à ARENA e três anos depois Lavoisier Maia apoiou o primo na eleição para governador via PDS em 1982. Na sucessão do presidente João Figueiredo José Agripino Maia mudou para o PDS enquanto Lavoisier Maia não mudou de partido, todavia as divergências políticas não impediram a eleição de ambos para o Senado Federal em 1986. Tempos depois Lavoisier Maia estava no PDT, assim como sua então esposa, Wilma de Faria, que foi eleita prefeita de Natal em 1988, mas a despeito de tais fatos a ruptura entre os líderes da família Maia surgiu por desacertos na composição da chapa majoritária na eleição para governador.[4] A vitória de José Agripino Maia fez dele o primeiro político a conquistar dois mandatos de governador na história do Rio Grande do Norte desde a queda do Estado Novo em 1945.[nota 2][nota 3][5]
Candidato mais votado por município no 1º turno (152):
José Agripino Maia (113)
Lavoisier Maia (38)
Salomão Gurgel (1)
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral houve 944.788 votos nominais (82,79%), 83.667 votos em branco (7,33%) e 112.795 votos nulos (9,88%) resultando no comparecimento de 1.141.250 eleitores.[1]
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral houve 1.008.296 votos nominais (90,96%), 21.885 votos em branco (1,97%) e 78.392 votos nulos (7,07%) resultando no comparecimento de 1.108.573 eleitores.[1]
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral houve 776.990 votos nominais (68,08%), 275.040 votos em branco (24,10%) e 89.220 votos nulos (7,82%) resultando no comparecimento de 1.141.250 eleitores.[1][nota 5]
↑A posse dos governadores eleitos em 1990 foi fixada no Art. 4º, § 3º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, enquanto os governadores do Amapá, Distrito Federal e Roraima tomariam posse em 1º de janeiro de 1991 conforme o Art. 28 da Carta de 1988.
↑Tal marca é anterior ao instituto da reeleição que passou a vigorar no país em 4 de junho de 1997 via Emenda Constitucional Número 16.
↑O regresso de José Agripino Maia ao governo causou a efetivação de Dario Pereira como senador. Nascido em Parelhas, ele é formado em Economia na Universidade Católica de Pernambuco e trabalhou na iniciativa privada durante a maior parte da vida. Outrora membro do PDS, foi eleito primeiro suplente de senador na chapa de José Agripino Maia em 1986 e conforme já mencionado tomou posse no Senado Federal após as eleições de 1990.
↑ abcIgual ao caso de Paulo Lustosa no Ceará, os candidatos José Agripino Maia e Carlos Alberto de Souza foram registrados sob os números 11 e 111 mesmo não sendo filiados ao PDS. Neste caso, optamos, editorialmente, por manter o número correto de cada legenda.
↑Embora a Constituição afirme que cada senador deva ser eleito com dois suplentes (Art. 46 § 3º), mencionamos apenas o primeiro sem prejuízo de citar o outro quando necessário.
↑Eleito vice-governador na chapa que elegeu Garibaldi Alves Filho em 1994, Fernando Freire renunciou ao mandato no fim da legislatura em prol de Manoel Montenegro Neto.
↑Durante sua passagem como ministro da Integração Nacional no governo Itamar Franco, foi substituído por Marcos Formiga.
↑BRASIL. Presidência da República. «Constituição de 1988». Consultado em 15 de agosto de 2017
↑Maias se enfrentam no 2º turno (online). O Estado de S. Paulo, 23/11/1990. Página visitada em 8 de julho de 2014.
↑Rio Grande do Norte: Briga de famílias opõe dois Maias em eleição quente (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 03/10/1990. Primeiro caderno, p. 08. Página visitada em 15 de agosto de 2017.
↑Em Natal, vence o candidato da família Alves (online). Folha de S.Paulo, São Paulo (SP), 18/11/1985. Política, p. 06. Página visitada em 19 de agosto de 2017.