Eleição municipal de São Paulo em 1953
A Eleição Municipal de São Paulo em 1953 foi a primeira eleição direta para Prefeito e Vice-Prefeito pós-Revolução de 30 e Estado Novo, e ocorreu no dia 22 de março de 1953, um domingo. Como era previsto no calendário da época, foram eleitos o Prefeito e o Vice-Prefeito, sendo que os Vereadores foram eleitos somente em 1955. Os eleitos neste pleito, Jânio Quadros e Porfírio da Paz, não completariam o mandato, pois foram eleitos governador e vice do estado em 1954, com isso houve um pleito em 1955, para definir aqueles que completariam o mandato. HistóriaAntecedentesAs eleições de 1953 foram marcadas por serem as primeiras realizadas desde 1925. Por conta da Revolução de 1930, o estado de São Paulo passou a ser governado por interventores federais, nomeados por Getúlio Vargas. Esses interventores nomeavam os prefeitos. Depois de vários interventores diferentes, um deles acaba por se destacar como um dos mais longevos: Ademar de Barros. Nomeado em 1938, governou até 1941, tendo pavimentado o caminho para sua carreira política. Posteriormente, em 1946, Ademar cria o Partido Social Progressista e vence as eleições estaduais de 1947, tornando-se o 16º governador de São Paulo. Até aquele momento, o governador é responsável por nomear o prefeito de São Paulo. A instabilidade da época faz com que a cidade de São Paulo tenha 4 prefeitos em 4 anos, com resultados desastrosos. O governador eleito em 1950, Lucas Nogueira Garcez, foi apoiado por Ademar mas logo rompe com o mesmo. Assim, as eleições municipais de 1953 tornaram-se um embate entre Ademar (que tencionava tentar reconquistar o controle político de São Paulo) e Garcez. [2] Candidaturas e CampanhaAs articulações em torno do candidato governista do PSP acabaram por opor Ademar e Garcez. No fim, Garcez venceu o embate e indicou o professor e ex secretário estadual de saúde Francisco Antônio Cardoso para concorrer ao cargo de prefeito pelo PSP, numa chapa composta ainda por PTB, PSD, PRP, PR, UDN e de dissidentes do PTB.[3] Tido por ser um nome respeitável, Cardoso ainda recebera o apoio do empresariado e da alta sociedade paulistana. Sua campanha possuía fartos recursos, de forma que a vitória era dada como certa.[4] Os demais candidatos que se alinhavam eram personagem pouco conhecidos. André Nunes Júnior era um ex vereador e dissidente do PTB que havia se filiado ao pequeno Partido Social Trabalhista (1946–1965). Oswaldo Junqueira Ortiz Monteiro havia sido eleito deputado federal por São Paulo em 1950[5], mas o seu partido (PTB) era malvisto em São Paulo por ser o partido de Getúlio (que nunca angariou grande popularidade no estado) e sua candidatura não inspirava confiança entre seus correligionários que se dividiam entre Cardoso e Jânio Quadros. Jânio Quadros era um professor do colégio Dante Alighieri que havia sido eleito vereador paulistano em 1947 pelo Partido Democrata Cristão (1945–1965). Em pouco tempo angariou popularidade dado o seu comportamento "excêntrico". Jânio acabou conseguindo o apoio do PSB para sua campanha.
A campanha foi realizada de forma confortável pelo candidato do governo, Francisco Antônio Cardoso. Com fartos recursos, realizou comícios grandiosos e anúncios na mídia. A campanha de Jânio Quadros , de modestos recursos, lançou o slogan "A Revolução do Tostão contra o Milhão". Milhares de moedas com esse slogan foram cunhadas e distribuídas por São Paulo, numa das primeiras ações de marketing político bem sucedidas do Brasil. [6] A falta de apoio de Ademar ao candidato do seu partido (motivada por brigas com Garcez), a crescente insatisfação dos paulistanos com o PSP e os maus prefeitos nomeados por Ademar culminaram numa derrota humilhante de Francisco Cardoso para o então desconhecido Jânio Quadros. [7] Resultado (Prefeito)
Resultado (Vice-Prefeito)
Referências
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