Electrophorus voltai é uma espécie de enguia-elétrica encontrada na América do Sul. É o gerador de bioeletricidade mais forte conhecido na natureza.[2][3]
Taxonomia
Foi anteriormente classificada como parte de Electrophorus electricus quando essa espécie foi considerada a única no gênero Electrophorus. No entanto, uma análise de 2019 a descreveu, juntamente com E. varii, como espécies distintas com base em suas profundas divergências genéticas e diferenças na voltagem produzida por cada espécie. Pensa-se que tenha divergido da sua espécie irmã E. electricus durante o Plioceno. Seu nome é uma homenagem ao físico Alessandro Volta, amplamente creditado como o criador da bateria elétrica.[3]
Distribuição
Habita locais com terras altas, principalmente rios que correm para o norte do Cráton Amazônico, mas também alguns rios que correm para o sul do Escudo das Guianas. Em alguns riachos do Escudo das Guianas é simpátrico com E. varii.[2][4]
Descrição
Possui um corpo alongado e cilíndrico, podendo chegar a mais de 2,5 metros de comprimento.[5] Assemelha-se muito a E. electricus, mas difere na morfologia do crânio, incluindo um crânio deprimido e uma cabeça larga. Tem uma tensão máxima de 860 volts, tornando-a não apenas o gerador de bioeletricidade mais forte das três espécies de enguia-elétrica, mas também de qualquer animal.[3] Não é letal para o ser humano em razão da baixa amparagem.[6][7]
Comportamento
Um estudo de 2021 relatou a primeira ocorrência conhecida de caça em matilha por enguias-elétricas em uma população de E. voltai na foz do Rio Iriri, no Brasil.[8] A tática consiste em realizar busca e ataques coordenados, a fim de capturar presas e beneficiar todo o grupo.[9][10]
Referências
- ↑ «Electrophorus voltai». União Internacional para a Conservação da Natureza. 8 de julho de 2021. Consultado em 7 de maio de 2024
- ↑ a b «Electrophorus voltai». www.fishbase.se. Consultado em 22 de dezembro de 2021
- ↑ a b c de Santana, C. David; Crampton, William G. R.; Dillman, Casey B.; Frederico, Renata G.; Sabaj, Mark H.; Covain, Raphaël; Ready, Jonathan; Zuanon, Jansen; de Oliveira, Renildo R. (10 de setembro de 2019). «Unexpected species diversity in electric eels with a description of the strongest living bioelectricity generator». Nature Communications (em inglês). 10 (1). 4000 páginas. Bibcode:2019NatCo..10.4000D. ISSN 2041-1723. PMC 6736962. PMID 31506444. doi:10.1038/s41467-019-11690-z
- ↑ «Two New Species of Electric Eels Discovered | Sci-News.com». Breaking Science News | Sci-News.com (em inglês). 13 de setembro de 2019. Consultado em 22 de dezembro de 2021
- ↑ Sandra Assunção (29 de abril de 2023). «Poraquê de 2 metros é pescado no Igarapé Preto, em Cruzeiro do Sul». AC24horas. Consultado em 7 de maio de 2024
- ↑ Letícia Mori (10 de setembro de 2019). «Nova espécie de peixe-elétrico descoberta na Amazônia emite 860 volts, descarga mais forte já registrada em animal». BBC. Consultado em 7 de maio de 2024
- ↑ Ingrid Luisa (10 de setembro de 2019). «Novo peixe-elétrico amazônico dá choque 8 vezes maior que uma tomada». Super Interessante. Consultado em 7 de maio de 2024
- ↑ Bastos, Douglas A.; Zuanon, Jansen; Py-Daniel, Lúcia Rapp; Santana, Carlos David de (2021). «Social predation in electric eels». Ecology and Evolution (em inglês). 11 (3): 1088–1092. ISSN 2045-7758. PMC 7863634. PMID 33598115. doi:10.1002/ece3.7121
- ↑ André Julião (15 de janeiro de 2021). «Caso raro, peixe-elétrico da Amazônia se organiza em grupos para caçar». Revista Galileu. Consultado em 7 de maio de 2024
- ↑ «Peixe-elétrico poraquê se organiza em grupos para realizar caça coletiva». Governo Federal. 14 de janeiro de 2021. Consultado em 7 de maio de 2024