Ducado de Bar
O Condado de Bar (em francês: Comté de Bar), a partir de 1354 Ducado de Bar (em francês: Duché de Bar), foi um estado do Sacro Império Romano-Germânico que compreendia a região de Barrois (em francês: pays de Barrois) e era centrado na cidade de Bar-le-Duc. Parte do condado, o denominado Barrois mouvant,[1] tornou-se um feudo do Reino de França em 1301. O Barrois non-mouvant[2] permaneceu parte do Império. A partir de 1480, foi reunido ao Ducado de Lorena. Em 1737, os dois ducados (Lorena e Bar) foram cedidos a Estanislau Leszczynski.[3] Com a sua morte, em 1766, o ducado foi finalmente incorporado na coroa de França. Condado (1033–1354)O Condado de Bar tem as suas origens numa Fortaleza fronteiriça de Bar (em latim: barra, barreira) que o duque Frederico I da Lorena construiu nas margens do rio Ornain por volta do ano 960.[4] No início, a fortaleza defenderia as terras de Frederico I das incursões que, regularmente, os condes de Champagne efetuavam nas seus terras. Frederico também confiscou algumas terras à Abadia de Saint Michel, onde instalou os seus cavaleiros.[4] O Barrois original era, assim, uma mistura entre o território herdado pelo duque e terras da Igreja confiscadas e enfeudadas aos seus cavaleiros. Com a morte do duque Frederico III da Lorena em 1033, estes estados foram herdados pela sua irmã, Sofia (morta em 1093), que foi a primeira pessoa a associar o título condal a Bar, passado a auto-designar-se "Condessa de Bar".[4] Os descendentes de Sofia, da Casa de Montbéliard, expandiram Bar "por usurpação, conquista, aquisição e casamento" num de facto estado autónomo empoleirado entre a França e a Germânia.[4] A sua população era culturalmente francófona, e os seus condes envolviam-se na política interna francesa. O conde Reginaldo II (morto em 1170) casou com Inês, irmã da rainha de França Adele da Champanha. O seu filho, Henrique I, morreu na Terceira Cruzada em 1190.[4] De 1214 a 1291 Bar foi governado por Henrique II e Teobaldo II, que consolidou a fronteira ocidental com a Champanha concedendo feudos a nobres franceses, comprando assim a sua homenagem feudal.[4] Em 1297 o rei Filipe IV de França invadiu o Barrois porque o conde Henrique III auxiliou o seu sogro, Eduardo I de Inglaterra, quando este último interveio contra a França durante a Guerra Franco-Flamenga (1297–1305).[4] No Tratado de Bruges de 1301, Henrique foi forçado a reconhecer todo o seu condado a oeste do Mosa como feudo da França.[4][5] Foi este ato que originou o Barrois mouvant: um território feudal que dependia de um suserano e se "moveu" passando a ter outro suserano, passando a estar sujeito do Parlamento de Paris. O Tratado de Bruges não representou nenhuma expansão do território francês. O território a oeste do Mosa era francês desde o Tratado de Verdun de 843, mas em 1301 tornara-se um feudo direto da coroa, incluindo as sua terras hereditárias.[6] O ducado Medieval (1354–1508)Em 1354 o Conde de Bar adquire a dignidade ducal sendo, daí em diante, reconhecido como Par de França.[4] Pierre de Guibours,[8] acredita que o conde Roberto tenha sido criado duque pelo rei João II de França antes do seu casamento com a filha do rei, Maria de Valois.[5] e não por nomeação imperial. O único título que o conde Roberto recebeu do imperador em 1354 foi o de Margrave de Pont-à-Mousson.[9] Este margraviato[10] era frequentemente atribuído pelos duques de Bar ao seu herdeiro aparente. Nesse mesmo ano o imperador elevou o Condado do Luxemburgo a ducado e Bar ficou entre dois ducados (Luxemburgo e Alta Lorena).[11] O título ducal acabou por ser aceite pelos imperadores, embora nos registos dos impostos imperiais de 1532 se refira "o Ducado no Mosa" (em alemão: Herzogtum von der Maß) como um membro com direito a voto da Dieta Imperial (em alemão: Reichstag). Em 1430 o ultimo duque, em linha masculina, da casa reinante, Luís, morre.[11] Bar passa para o seu sobrinho neto, Renato I, casado com Isabel, Duquesa da Lorena. Em 1431 o casal herda também a Lorena. Com a morte de Renato I, em 1480, Bar passa para a sua filha Iolanda e para o seu filho, Renato II, que já era Duque da Lorena. Em 1482 ele conquista o prévôté de Virton, uma parte do Ducado de Luxemburgo, e anexa-o a Bar. Em 1484 Pedro II, Duque de Bourbon, regente na menoridade de Carlos VIII da França, reconhece formalmente como Duque de Bar.[12] No seu testamento final, publicado em 1506, Renato decreta que os dois ducados nunca mais deverão ser separados permanecendo, daí para a frente, em união pessoal.[7] O ducado Moderno (1508–1766)A 2 de outubro de 1735 o Tratado preliminar de Viena atribui os ducados de Lorena e Bar ao deposto Rei da Polónia, Estanislau Leszczynski. No entanto, ele teve que aguardar até à morte do Grão-Duque João Gastão da Toscana, ocorrida a 9 de julho de 1737, para receber a Lorena e Bar. Em 1738, após Tratado de Viena, ele desistiu de todos os rendimentos dos ducados em troca de uma generosa pensão, a qual usou para financiar a construção de projetos diversos nos ducados.[13] Com a sua morte, ocorrida a 23 de fevereiro de 1766, os ducados passaram para a Coroa de França.[14] Lista de governantesAs datas indicadas referem-se ao período de reinado. Todos os governantes anteriores a Sofia governaram Bar, mas não usaram o título "Conde de Bar". Condes de Bar
Duques de Bar
Notas
Ligações Externas
Fontes
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