Doutrina Paasikivi-KekkonenA doutrina Paasikivi-Kekkonen é uma doutrina de política externa estabelecida pelo presidente finlandês Juho Kusti Paasikivi e continuada pelo seu sucessor Urho Kekkonen, visando a sobrevivência da Finlândia como um país soberano, democrático e capitalista independente nas vizinhanças da União Soviética. O principal arquiteto da política externa de neutralidade pós-guerra da Finlândia foi Juho Kusti Paasikivi, que foi presidente de 1946 a 1956. Urho Kekkonen, presidente de 1956 a 1981, desenvolveu essa política, enfatizando que a Finlândia deveria ter uma neutralidade ativa e não passiva.[1] AntecedentesA Finlândia e a União Soviética assinaram o Tratado de Paz de Paris em fevereiro de 1947, o qual, além das concessões do Tratado de Paz de Moscovo, previa a limitação do tamanho das Forças Armadas da Finlândia, a cessão à União Soviética da área de Petsamo na costa ártica, o arrendamento da península de Porkkala a 30 km de Helsínquia aos soviéticos para uso como base naval por 50 anos (retornada em 1956) e 300 milhões de dólares em ouro como compensação de guerra aos soviéticos (dinheiro estimado em 570 milhões de dólares em 1952, o ano em que os pagamentos terminaram). Em abril de 1948, a Finlândia assinou um Acordo de Amizade, Cooperação e Assistência Mútua com a União Soviética.[2] Sob este pacto de assistência mútua, a Finlândia foi obrigada, com a ajuda da União Soviética, a resistir aos ataques armados da "Alemanha ou dos seus aliados" (isto é, a OTAN) contra a Finlândia ou contra a União Soviética, através da Finlândia. Ao mesmo tempo, o acordo reconhecia o desejo da Finlândia de permanecer fora dos conflitos das grandes potências. Esse acordo foi renovado por 20 anos em 1955, em 1970 e novamente em 1983[1]. Isso permitiu à Finlândia manter a sua independência em assuntos internos, por exemplo, um sistema parlamentar multipartidário, e não se unir ao bloco soviético. No entanto, a adesão à OTAN ou a outra aliança com o Ocidente estava fora de questão[2] e a política externa era muitas vezes limitada. CríticaOs finlandeses contemporâneos criticavam com frequência a doutrina Paasikivi-Kekkonen por tender a uma "liturgia" de bons relacionamentos. Além disso, a política estava fortemente ligada à pessoa do presidente Kekkonen, que consequentemente explorou a sua posição como "garantidor das relações soviéticas" contra opositores políticos. A crítica subsequente incluiu, entre outros, os seguintes pontos:
FimOs finlandeses responderam cautelosamente em 1990-91 ao declínio do poder soviético e à subsequente dissolução da URSS. Unilateralmente anularam as restrições impostas pelos tratados de 1947 e 1948, com exceção da proibição de adquirir armas nucleares, juntando-se às preocupações dos países nórdicos no golpe contra o líder soviético Mikhail Gorbachev e dando um fôlego não oficial à independência dos países bálticos. Ao substituir o pacto de assistência mútua soviético-finlandês por tratados de cooperação geral e comércio, os finlandeses são colocados em pé de igualdade e mantêm uma relação bilateral amistosa. A Finlândia passou a promover ligações comerciais transfronteiriças e promove o seu potencial como porta de entrada comercial para a Rússia. Referências
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