Do Cóccix até o Pescoço
Do Cóccix até o Pescoço é um álbum de estúdio da cantora e compositora brasileira Elza Soares, lançado em 2002 pela gravadora Maianga e com produção musical de Zé Miguel Wisnik e Alê Siqueira. AntecedentesApós uma fase de poucos lançamentos e problemas criativos na década de 1980 e 1990, Elza Soares produziu o álbum Trajetória (1997).[1] Apesar da obra ter recebido elogios da crítica, Elza afirmou mais tarde que não teve tanta liberdade criativa, assim como ocorreu durante maior parte de sua carreira. Em 1999, a cantora ainda enfrentou problemas com a Universal Music Brasil ao produzir o disco ao vivo Carioca da Gema pela regravação de "Sá Marina", que estava reservada para Ivete Sangalo. O incidente foi considerado mais um revés na carreira de Elza.[2] Em entrevista a Folha de S.Paulo, a cantora comentou o desempenho ruim de Trajetória:[2]
Depois de lançar vários álbuns pela Universal e ter o contrato rescindido,[2] Elza decidiu trabalhar com a Maianga, uma pequena gravadora da Bahia e dirigida pelo publicitário Sérgio Guerra, para o álbum sucessor.[3][4] Produção e composiçãoEm uma entrevista dada ao programa Roda Viva em 2002, Elza contou que começou a trabalhar em Do Cóccix até o Pescoço em 2000. Na época, a cantora se aproximou dos músicos Alê Siqueira e José Miguel Wisnik e começou a ter uma "estrutura" para repensar seu trabalho musical. A ideia é que o novo álbum fosse um recomeço na carreira de Elza, agregando novos gêneros e inaugurasse uma liberdade criativa que, em 40 anos de carreira, Elza nunca tinha tido.[4] O repertório de Do Cóccix até o Pescoço reuniu compositores já gravados por Elza, como Caetano Veloso e Chico Buarque, que canta com Elza em "Façamos (Vamos Amar)". Também reúne uma série de outros letristas, como Marcelo Yuka, Seu Jorge e Carlinhos Brown. Um dos destaques foi "A Carne", que já tinha sido gravada pelo grupo Farofa Carioca. Outras regravações foram "Fadas", de Luiz Melodia e "Hoje É Dia de Festa", de Jorge Ben Jor. "Dura na Queda", composição de Chico Buarque, é uma homenagem a Elza escrita em 1999 e apresentada em um musical que contou a vida da cantora.[5] "Flores Horizontais" é um poema de Oswald de Andrade musicado por Wisnik.[3] A sonoridade do álbum mesclou vários gêneros, como MPB e samba, mas também rap, funk carioca e música eletrônica. Algumas canções, como "A Carne", contaram com samples e trechos de músicas de artistas e bandas de rap como Racionais MCs e Apocalipse 16. Na ocasião de lançamento, o projeto chegou a ser considerado como o trabalho mais versátil e variado de Elza Soares.[4] O título original do álbum era Foda-Se.[4] Também era cogitado que "Dura na Queda" se tornasse a faixa-título. No final do processo, o título definitivo foi Do Cóccix até o Pescoço com base em um dos versos de "Dor de Cotovelo".[3] Lançamento e recepção
Do Cóccix até o Pescoço foi lançado em 2002 pela gravadora Maianga. O álbum foi um sucesso de crítica e chegou a ser considerado um dos melhores lançados brasileiros do ano.[6] A Folha de S.Paulo definiu o projeto como uma devolução ao status que pertence a cantora, e que nele "Elza solta a voz rascante como se não houvesse amanhã, excêntrica e altiva como nunca".[1] O disco também foi lançado em outros países, com uma edição japonesa liberada em 2003 (com outro projeto gráfico).[7] Em agosto de 2018, durante a nova popularidade de Elza com os álbuns A Mulher do Fim do Mundo (2015) e Deus É Mulher (2018) o álbum foi relançado nas plataformas digitais. Na época, Mauro Ferreira afirmou que Do Cóccix até o Pescoço é "um dos melhores álbuns da trajetória fonográfica da cantora".[5] FaixasA seguir lista-se as faixas, compositores e durações de cada canção de Do Cóccix até o Pescoço:[8]
Referências
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