Divaldo Franco
Divaldo Pereira Franco ComMM (Feira de Santana, 5 de maio de 1927) é um professor, médium, escritor, orador, e filantropo brasileiro. É considerado um dos maiores divulgadores da doutrina espírita na atualidade.[3][4] Em 1952, fundou, junto com Nilson de Souza Pereira, a instituição de caridade Mansão do Caminho, que atende diariamente cerca de seis mil pessoas e abriga mais de três mil, centenas delas registradas como filhos do médium. Os direitos autorais de seus mais de 250 livros psicografados, que já venderam mais de oito milhões de exemplares, foram doados em cartório para esta e outras instituições filantrópicas.[5][6][7] É amplamente reconhecido como conferencista e missionário do espiritismo no Brasil e no exterior, sendo alcunhado "Paulo de Tarso do Espiritismo".[8] Primeiros anos
Divaldo cursou a Escola Normal Rural de Feira de Santana, onde recebeu o diploma de Professor Primário em 1943. Trabalhou como escriturário no antigo IPASE, em Salvador, aposentando-se em 1980. Desde a infância relata comunicar-se com os espíritos. Quando jovem, foi abalado pela morte de um irmão mais velho, o que o deixou sem os movimentos das pernas. Fora conduzido a diversos especialistas na área da Medicina, sem contudo lograr qualquer resultado satisfatório. Nessa época uma prima conheceu a Sra. Ana Ribeiro Borges, médium de um centro espírita e a conduziu até à casa do primo Divaldo. A médium ajudada o menino a libertar-se daquele estado de paralisia e explica tratar-se do irmão desencarnado, que se ligara ao irmão. Essa cura trouxe consolações tanto para o enfermo como para toda a família. Divaldo dedicou-se, então, ao estudo do Espiritismo, ao tempo em que foi aprimorando as faculdades mediúnicas, pelo exercício e continuado estudo do Espiritismo. Transferiu residência para Salvador no ano de 1945, tendo feito concurso para o Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (IPASE), onde ingressou a 5 de Dezembro de 1945, como escriturário. Já espírita convicto, fundou o Centro Espírita Caminho da Redenção (CECR), em 7 de Setembro de 1947. Em A Veneranda Joanna de Ângelis (Salvador: LEAL, 1987), escrito por Divaldo e Celeste Santos, constam biografias do médium baiano e de sua mentora espiritual, Joanna de Ângelis, bem como informações sobre o trabalho educacional e assistencial desenvolvido pela Mansão do Caminho, além de entrevistas com Divaldo e relatos sobre reencarnações de Joanna de Ângelis. Atividades como médium psicógrafo
Divaldo apresentou, desde jovem, diversas faculdades mediúnicas, tanto de efeitos físicos quanto de efeitos intelectuais. Destaca-se, dentre elas, no entanto, a psicografia. Inicialmente, diversas mensagens foram escritas pelo seu intermédio, sob a orientação dos benfeitores espirituais, até que um dia, ele recebeu a recomendação para que fosse queimado o que escrevera até ali, pois não passavam de simples exercícios. Com a continuação, vieram novas mensagens assinadas por diversos espíritos, dentre eles, Joanna de Ângelis, que durante muito tempo apresentava-se como "Um espírito amigo", ocultando-se no anonimato, à espera do instante oportuno para se fazer conhecida. Joanna revelou-se como sua orientadora espiritual, escrevendo inúmeras mensagens, num estilo agradável, repassado de profunda sabedoria e infinito amor, que conforta aos mais diversos leitores e necessitados de diretriz espiritual. Em 1964, Joanna de Ângelis selecionou várias das mensagens de sua autoria e enfeixou-as num livro, que recebeu o sugestivo título de Messe de Amor. Foi o primeiro livro que o médium publicou. Logo em seguida, Rabindranath Tagore ditou Filigranas de Luz. O que se seguiu constitui-se hoje em um verdadeiro fenômeno editorial, pois, em 31 anos de atividade como médium, teve publicados 240 títulos, totalizando mais de quatro milhões e quinhentos mil exemplares, muitos deles ocupando lugar de destaque na literatura, no pensamento e na religiosidade universal. Dessas obras, houve 80 versões para 15 idiomas (alemão, castelhano, esperanto, francês, italiano, polonês, tcheco, braille e outros). Os livros englobam uma grande variedade de estudos literários em prosas, romances e narrações, abrangendo temas filosóficos, doutrinários, históricos, infantis, psicológicos e psiquiátricos. Nessas obras psicografadas, apresentam-se 211 alegados autores espirituais, além de Joanna de Ângelis, entre eles, Manoel Philomeno de Miranda, Victor Hugo, Amélia Rodrigues, Ignotus, Vianna de Carvalho, Carlos Torres Pastorino, Bezerra de Menezes, Rabindranath Tagore, João Cléofas, Eros e Simbá. Psicografias de Joanna de Ângelis
Por meio das obras de Joanna de Ângelis, Divaldo pôde alcançar o reconhecimento não apenas entre os religiosos e espiritualistas, mas também em outras linhas de conhecimento, como a psicologia e a parapsicologia. Isso se deu principalmente em função dos livros publicados na Série Psicológica, onde tratou dos malefícios das fugas da realidade e enfatizou a importância do autoconhecimento e autoenfrentamento. A Série Psicológica foi escrita à luz dos pensamentos de Allan Kardec e de pesquisadores da psiquê humana, a exemplo de Carl Jung. Na referida série se encontram duas obras voltadas à psicologia transpessoal: Autodescobrimento (1995) e Triunfo Pessoal (2002). A maioria das obras escritas por Divaldo Franco sob o comando de Joanna de Ângelis almeja incentivar o autodescobrimento e facilitar a aplicação no dia a dia dos ensinamentos morais de amor fraterno contidos nos Evangelhos e na Doutrina Espírita, incentivando o leitor a enfrentar as dificuldades cotidianas de modo mais prático e otimista. Grande parte das obras ditadas a Divaldo por Joanna de Ângelis foi publicada pela Editora LEAL, de Salvador (BA), como por exemplo o de título Conflitos Existenciais (LEAL, 2005), obra que analisa os principais conflitos do ser humano, as suas causas, origens e formas de terapia - inclusive, estuda as tentativas atuais de se preencherem os vazios existenciais, a exemplo de relacionamentos efêmeros por meio da Internet. Atividades como Orador
Como orador, Divaldo começou a fazer palestras em 1947, difundindo a Doutrina Espírita e hoje apresenta uma histórica e recordista trajetória no Brasil e no exterior, sempre atraindo multidões, com sua palavra inspirada e esclarecedora, acerca de diferentes temas sobre os problemas humanos e espirituais. Há vários anos, viaja em média 230 dias por ano, realizando palestras e também seminários no Brasil e no mundo. Em um levantamento preliminar: Mais de 11 mil conferências proferidas no Brasil e no exterior percorrendo mais de 62 países.
Em 31 de agosto de 2000, a convite da ONU, participou do Primeiro Encontro Mundial da Paz, reunião de cúpula com líderes religiosos de expressão internacional para se discutir e formular proposta de paz. É considerado um dos maiores divulgadores do espiritismo no Brasil e no exterior. Na península ibérica se destacou pela assistência ao movimento espírita português e espanhol durante a ditadura fascista de ambos os países. Suas palestras promovem o pacifismo, estabelecem pontos de convergência entre a doutrina espírita e a ciência (principalmente a psicologia) e incentivam a busca constante pelo autoconhecimento, ancorada em conhecimentos sobre psicologia e doutrina espírita. Divaldo também pregava sobre experiências extracorpóreas durante o sono, quando o espírito viaja para outras dimensões e quando retorna, imprime nos neurônios cerebrais suas lembranças. Recentemente (2006-2007), estreou no site da Mansão do Caminho o programa de entrevistas Encontro com Divaldo [1]. Mansão do Caminho
Ver artigo principal: Mansão do Caminho
Divaldo, desde jovem, teve vontade de cuidar de crianças. Educou mais de 600 filhos, hoje emancipados, a maioria com família constituída e a própria profissão, como professores (magistério), contadores, administradores, psicólogos, médicos, entre outros. Divaldo possui ainda mais de 200 netos e bisnetos. Na década de 60 iniciou a construção de escolas-oficinas profissionalizantes e de atendimento médico. Hoje a Mansão do Caminho é um admirável complexo filantrópico que atende a 3.000 crianças e jovens carentes, na Rua Jayme Vieira Lima, 104 – Pau da Lima, um dos bairros periféricos mais carentes de Salvador; tem 83.000 m² e 43 edificações. A obra é basicamente mantida com a venda de livros mediúnicos, fitas e DVDs gravados nas palestras. O Centro Espírita Caminho da Redenção administra, dentre outros, os seguintes órgãos assistenciais:
Títulos e prêmios
Divaldo tem recebido inúmeras homenagens, ao longo de sua vida. Destacam-se, entre estas:
Controvérsia sobre identidade de gênero
Em fevereiro de 2018, durante um evento espírita em Goiás, Divaldo causou polêmica ao responder a uma pergunta sobre identidade de gênero. Em sua resposta identificou-se contrário à ideologia de gênero, que chamou de "alucinação social criada pelo marxismo cultural para escravizar a sociedade".[10] A resposta foi rechaçada por parte dos praticantes do espiritismo devido ao seu conteúdo caracterizado por seus opositores como "homofóbico" e "conservador".[11][12] Uma parte considerável de lideranças e estudiosos espíritas defenderam o conferencista espírita, declarando que, um homem com sua folha de serviços prestados à causa do Bem, da Paz e do Espiritismo tem o direito de se expressar como bem desejar, sem que isto caracterize a visão exclusiva da doutrina dos espíritos.[13][14][12] Ver tambémReferências
Bibliografia
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