Direção - Social-Democracia
O Direção – Social-Democracia (em eslovaco: Smer – sociálna demokracia, SMER–SD) é um partido político populista e nacionalista de esquerda da Eslováquia liderado pelo primeiro-ministro Robert Fico.[2] Fundado por Fico em 1999 como uma divisão do pós-comunista Partido da Esquerda Democrática, o SMER inicialmente se definiu como um partido de terceira via.[3] Adotou o epíteto Social-Democracia depois de se fundir com vários partidos menores de centro-esquerda em 2005.[4] O SMER dominou a política eslovaca de 2006 a 2020, liderando dois governos de coalizão (2006–2010, 2016–2020) e um governo de partido único (2012–2016). Durante os seus 12 anos no comando continuou a integração europeia da Eslováquia, desfez reformas liberalistas dos governos de centro-direita anteriores e introduziu várias medidas de bem-estar social.[5] Governos liderados pelo SMER têm sido associados a escândalos de corrupção e foram acusados por adversários de terem resultado em uma deterioração da estado de direito na Eslováquia.[6] Depois das eleições parlamentares de 2020 (onde o SMER voltou à oposição), as autoridades eslovacas investigaram uma série de crimes relacionados à corrupção envolvendo vários de seus políticos e indivíduos supostamente ligados ao partido, com um total de 42 deles sendo condenados.[7] No congresso do partido em julho de 2020, após uma grande divisão interna (que resultou na fundação de um novo partido nomeado Voz – Social-Democracia, ou HLAS–SD), Fico anunciou uma mudança para "a rústica social-democracia que percebe as especificidades da realidade eslovaca".[8] Pós-2020, o SMER mantém posições que foram descritas como nacionalistas, populistas e russófilas.[9] Em 2023, o SMER ganhou a eleição parlamentar com 23% dos votos e 42 assentos no parlamento Conselho Nacional e, posteriormente, formou o quarto gabinete de Robert Fico.[10] IdeologiaO SMER foi reconhecido como um partido social-democrata de esquerda.[11] Contudo, diverge da tradição social-democrata da Europa Ocidental por sua rejeição dos valores pós-materialistas. Ademais, foi descrito como antissistema,[12] nacionalista[13] e populista de esquerda.[14][15][16] Política econômicaO SMER defende políticas econômicas de esquerda.[17] Suas principais propostas econômicas focam no estabelecimento de um estado de bem-estar e no apoio aos mais pobres na Eslováquia. Também promove políticas distributivas, como o aumento do imposto corporativo e do imposto de renda para os mais ricos.[18] O SMER também adere ao nacionalismo econômico; o analista político eslovaco Grigorij Mesežnikov observou que "SMER subscreve abertamente o estatismo como base do seu perfil político e defende o forte papel do governo em várias áreas" e chamou a sua política econômica de "paternalismo estatista", ao mesmo tempo que argumenta que o partido também representa "políticas socioeconômicas baseadas em valores sociais-democratas". Robert Fico, o líder do partido, argumentou que o governo deve ser "o pai de todos os cidadãos" e afirmou que é necessário um Estado forte para melhorar as condições socioeconômicas dos cidadãos eslovacos.[19] O partido apresenta as suas políticas econômicas como sendo "sociais" e "pró-pessoas comuns", e as suas propostas incluem também a introdução de taxas diferenciadas de IVA, a substituição da taxa fixa de imposto sobre o rendimento por uma progressiva e a redução do imposto especial sobre o consumo de óleos combustíveis. No que diz respeito ao sistema de saúde eslovaco, o partido defendeu a proibição da manipulação, bem como a suspensão da privatização do sistema de saúde público. Também se comprometeu a cancelar o pagamento de mensalidades para estudantes universitários regulares e a estabelecer um salário mínimo dinâmico que seria fixado em 60% do salário médio. O partido critica fortemente outros partidos eslovacos, acusando-os de implementar políticas "anti-sociais" que negligenciam os pobres e ao mesmo tempo beneficiam os ricos. Robert Fico argumentou que a política econômica neoliberal de Mikuláš Dzurinda jogou a Eslováquia "de volta à década de 1930".[20] Na sua retórica econômica, o SMER também ataca frequentemente os monopólios, argumentando que o aumento dos preços do gás é causado pela "implacável política de preços dos monopólios" que estão a "ganhar lucros exorbitantes". O partido também critica o setor bancário, afirmando que os bancos eslovacos tendem a cobrar taxas de serviço injustamente elevadas; o partido se diz disposto a proibir ou limitar as taxas de serviço dos bancos eslovacos. No que diz respeito aos bancos eslovacos, Robert Fico disse: "Os bancos que operam na Eslováquia devem perceber que operam no território de um Estado soberano que deve utilizar todos os meios disponíveis para exercer pressão sobre o setor bancário". Em resposta às críticas às suas observações, Fico também argumentou que os adversários políticos do SMER estão "transmitindo os receios das empresas internacionais e dos grupos financeiros que literalmente governam este país e agora compreenderam que, uma vez implementado o nosso programa, a corrida do ouro na Eslováquia acabará".[20] Política socialO SMER mantém postura nacional e socialmente conservadora, com um histórico de declarações anti-LGBT+,[21] anticiganismo,[22] anti-islamismo[23] e anti-imigração. Proclama forte oposição ao liberalismo cultural, defendendo valores familiares tradicionais e concorrendo pelo voto do eleitorado patriota.[24] Política externaO SMER se mantém russófilo e eurocético na política externa; contudo afirma apoiar a presença da Eslováquia na UE e na OTAN. O partido expressa forte sentimento antiatlanticista, especialmente anti-EUA, chegando a espalhar propaganda russa.[25] Quanto a guerra russo-ucraniana, o SMER defende o fim da ajuda militar à Ucrânia e das sanções contra a Rússia. Interpreta a guerra russo-ucraniana como uma guerra por procuração entre os EUA e a Rússia. Declara que a guerra foi provocada em 2014 pelo "extermínio de cidadãos russos por fascistas ucranianos".[26] Em seu manifesto de política externa, o SMER defende conciliação com países com uma "forma de governo diferente da democracia parlamentar", citando China e Vietnã.[27] Enquanto primeiro-ministro, Fico elogiou a forma de governo de ambos os países e chamou a da Eslováquia de bagunçada e não competitiva.[28] Em 2007, Fico visitou o então líder da Líbia, Muammar Gaddafi, discutindo a "luta contra o imperialismo mundial".[29] Resultados EleitoraisEleições legislativas
Eleições europeias
Eleições presidenciais
Referências
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