Daniel Guerra
Daniel Antônio Guerra (Cruz Alta,[nota 1] 27 de julho de 1972) é um político brasileiro. Filiado ao Republicanos, foi prefeito de Caxias do Sul de 2017 até 2019, quando sofreu um impeachment. Filho de Ignez e Léo Guerra, corregedor da Fazenda, tem seis irmãos. Passou a infância em Caxias do Sul e começou sua vida profissional aos 14 anos como office-boy de um banco.[1] Depois formou-se em Direito e fez especialização em Gestão na Fundação Getúlio Vargas.[2] Foi gestor do BankBoston, onde permaneceu por três anos, aprofundando seus conhecimentos as áreas de economia, finanças, administração, relações humanas e gestão de pessoas. Foi também catequista e ligado aos movimentos cristãos.[1] Decidiu ingressar na vida pública por convite do então prefeito de Caxias José Ivo Sartori, assumindo a pasta municipal do Turismo em 2005, exercendo o cargo até 2008. No ano seguinte elegeu-se vereador pelo PSDB, sendo reeleito em 2013, ano em que foi expulso do partido.[1] Durante sua passagem pela Câmara criticou o reajuste de salário dos vereadores e devolveu R$ 2.361,05 aos cofres públicos,[3] propôs a criação da Comissão Temporária Especial em Defesa da Vida e da Família, a fim de fiscalizar os programas e políticas públicas para a proteção e garantia dos direitos à vida, da família, da criança e do adolescente,[4] propôs a inscrição de Caxias no programa do governo federal Minha Cidade Inteligente,[5] e promoveu uma Moção de Repúdio contra a aprovação do auxílio-moradia para juízes, procuradores e promotores.[6] Em 2014 concorreu a deputado estadual pelo PRB, mas não venceu.[1] Em 2016 foi eleito para a Prefeitura de Caxias do Sul em uma coligação com PR e PEN, vencendo no segundo turno o candidato do PDT Edson Néspolo com 62,79% dos votos,[2] tecendo críticas à gestão do prefeito Alceu Barbosa Velho e sustentando uma plataforma de renovação administrativa e inclusão social, centrando seus projetos nas áreas de segurança, saúde, educação e emprego. Seu vice foi Ricardo Fabris de Abreu.[7][8][9] Guerra é casado com Andrea Marchetto.[1] Sua gestão desde o início se caracterizou pela controvérsia e pelo conflito.[10][11] Antes mesmo da posse foi desencadeado um conflito com o vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu, que alegava estar sendo ignorado nos debates sobre a formação do secretariado, e pediu desligamento do PRB, partido ao qual também pertence o prefeito.[12] As relações entre ambos ficaram mais tensas, Fabris chegou a renunciar mas voltou atrás, não obstante o prefeito determinou a extinção do cargo de vice-prefeito,[13] e em setembro de 2017 o vice abriu um pedido de impeachment do prefeito alegando crime de responsabilidade e improbidade administrativa. A admissibilidade do pedido foi rejeitada e ele não chegou à votação na Câmara, que já havia rejeitado um anterior pedido em maio pelo bacharel em Direito João Manganelli Neto, que alegava crime de responsabilidade.[14][15] Além disso, Fabris abriu três pedidos de investigação do Ministério Público por improbidade administrativa contra secretários do governo Guerra.[16] Em dezembro um terceiro pedido de impeachment foi levado à Câmara, acusando-o de infrações político-administrativas, crimes de responsabilidades e atos de improbidade administrativa.[17] O prefeito recebeu muitas críticas de outras fontes e várias de suas decisões geraram polêmica. Para o jornalista André Tajes, "o prefeito Daniel Guerra tenta se afastar do rótulo de provocador e de que sua administração não dialoga com classe política, entidades empresariais e a comunidade, mas não consegue". O prefeito negou as acusações e disse manter o diálogo permanentemente aberto com todos os que queiram colaborar para o crescimento da cidade.[18] Em 2019, depois de seis processos de impeachment fracassados, no sétimo a Câmara de Vereadores cassou seu mandato, com 18 votos a favor, quatro contra e uma abstenção. Segundo o jornalista Celso Sgorla, das quatro denúncias apuradas neste processo, a Comissão Processante recomendava a cassação por três ações: desprezo pelo Conselho Municipal de Saúde, sendo contrário à gestão compartilhada, por meio da transformação do Pronto Atendimento 24 Horas em Unidade de Pronto Atendimento Central, pela proibição da utilização da Praça Dante Alighieri para a tradicional bênção dos freis capuchinhos, e pelo ato discriminatório contra a Parada Livre, que foi impedida de acontecer na Rua Marquês do Herval.[19] Notas e referênciasNotasReferências
Ver também
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