Custódio Ferreira Leite
Custódio Ferreira Leite, primeiro e único barão de Aiuruoca (Rio das Mortes, atual São João del-Rei, 3 de dezembro de 1782 — Mar de Espanha, 17 de novembro de 1859), foi um cafeicultor e político brasileiro, que teve papel destacado na história do vale do Paraíba, principalmente das cidades de Barra Mansa, Mar de Espanha, Sapucaia e Aiuruoca. Foi, à época, uma das maiores, senão a maior fortuna da província de Minas Gerais.[1] Décimo filho do português José Leite Ribeiro (1723 - 1801) e de Escolástica Maria de Jesus Moraes, era irmão de Francisca Bernardina do Sacramento Leite Ribeiro, baronesa consorte de Itambé, e de Francisco Leite Ribeiro, capitão de Ordenanças e comendador da Imperial Ordem da Rosa. Foi também tio dos barões de Vassouras e de Itamarandiba, e tio-avô dos barões de Santa Margarida e de Vidal, da filantropa Eufrásia Teixeira Leite, da viscondessa consorte de Taunay, e de Domiciano Leite Ribeiro, Grande do Império e visconde de Araxá. Bacharel em direito, casou-se com Teresa Maria Rosa de Magalhães Veloso, com quem teve ao menos três filhos que chegaram à idade adulta: José Custódio Ferreira Leite; Antonio de Pádua Ferreira Leite e Francisco Galdino Ferreira Leite. Juntamente com seus familiares o barão de Itambé e seu irmão o comendador Anastácio Leite Ribeiro, inaugurou em 1820 a Estrada da Polícia, ligando o Rio de Janeiro às Minas Gerais.[2] Depois de passar por Barra Mansa, Piraí, Vassouras e Valença, fixou-se definitivamente com seu irmão Francisco José em Mar de Espanha.[1] O viajante George Gardner, ao visitar suas fazendas em 1841, relatou que a produção dos cafezais de suas propriedades atingira as dez mil arrobas por safra, e na de seu irmão Francisco, onze mil. Segundo ele, suas propriedades produziam ainda queijo, açúcar e aguardente que eram vendidos aos mercados do Rio de Janeiro.[3] Como muitos membros da elite colonial, foi também um importante comerciante e utilizador da mão-de-obra escrava, e registros apontam que traficou ao menos 267 escravos, em 8 remessas, com destino às suas fazendas no interior de Minas Gerais.[4] As mesmas fontes apontam que, somados, outros membros de sua família traficaram mais de mil escravos durante a mesma época,[4] e seu irmão Francisco, ao falecer, deixou como herança, dentre numerosos bens, 228 escravos.[1] Comendador da Imperial Ordem de Cristo, recebeu o baronato por decreto de 14 de maio de 1855 de Dom Pedro II do Brasil,[5] por seu esforço no desenvolvimento do Vale do Paraíba. Seu título, originalmente grafado Ayuruoca, faz referência à cidade de Aiuruoca, cujo nome em tupi significa "casa dos papagaios".[6] Nomeado coronel da Guarda Nacional, tomou assento na Assembleia Provincial de Minas Gerais durante o biênio 1858/1859. Foi "benemérito e emancipador" da cidade de Mar de Espanha, tendo sido o responsável por encaminhar ao governo provincial seu atual nome, que substituiu o anterior "Arraial do Cágado".[7] Fundou o vilarejo de Barra Mansa.[8] Seu óbito está lavrado no livro paroquial da cidade fluminense de Sapucaia. Referências
Ligações externas
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