Congresso do Panamá
O Congresso do Panamá, também designado Congresso Anfictiônico do Panamá, teve lugar de junho a julho de 1826, idealizado por Simón Bolívar, que desde a Carta da Jamaica (1815) desejava articular uma confederação hispano-americana.[2] Estiveram presentes os representantes do México, da Federação Centro-Americana, da Grã-Colômbia (Colômbia, Venezuela e Equador) e do Peru (incluindo então, a Bolívia). Registrou-se a ausência dos demais países independentes no continente, a saber: Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Brasil, Estados Unidos da América e Haiti. O próprio Bolívar, que propusera o encontro, não compareceu, uma vez que se encontrava como interventor no Peru, à frente de uma força de seis mil homens da Colômbia, onde demorou até setembro de 1826.[3] Em relação à participação brasileira, apesar do convite do Ministro da Colômbia Manuel José hurtado ter encaminhado um convite ao país, o governo do Império do Brasil rejeitou o convite. Simón Bolívar manifestou-se favoravelmente à participação brasileira, mas havia diferenças marcantes entre o país lusófono e as demais nações hispânicas. Começando pelo sistema de governo, já que uma monarquia rodeada de repúblicas poderia ter sua legitimidade interna questionada. Além disso, o país continental estava em disputas territoriais com os seus vizinhos, como a Guerra da Cisplatina, contra as Províncias Unidas do Rio da Prata (Argentina).[4] Como resultado, os delegados estabeleceram os seguintes princípios:[5]
A preocupação dos signatários, recém-emancipados à época, era com uma possível intervenção da Espanha visando a recolonização, considerando as futuras emancipações de Porto Rico e de Cuba, bem como o fortalecimento conjunto frente a outras nações, como os Estados Unidos da América e o Brasil.[6] O Congresso Anfictiônico foi o primeiro numa série de outros encontros internacionais (Lima 1847-1848, Santiago 1856, Washington 1856, Lima 1864-1865),[7] todos anteriores às Conferências Pan-americanas, a partir de então, impulsionadas pelo pan-americanismo dos Estados Unidos a partir da Conferência de Washington (1889-1890).[1] Ver também
Referências
Bibliografía
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