Confrontos entre Huracán e San Lorenzo no futebol
Huracán vs. San Lorenzo de Almagro é um dos numerosos clássicos de bairro da cidade de Buenos Aires, o mais famoso e intenso deles. Como tal, a rivalidade surgiu por causa da proximidade entre os bairros identificados com os times: Parque Patricios (Huracán) e Boedo (San Lorenzo).[1] Também conhecido como Clásico de Barrio (Clássico de Bairro) e Clásico Porteño (Clássico Portenho), entre um dos Cinco grandes do futebol argentino e um dos postulantes a ser apontado como o sexto grande.[2][3][4] SemelhançasBoedo e Parque Patricios são bairros vizinhos do sul da capital argentina, geralmente tidos como bairros operários, habitados principalmente por trabalhadores não-qualificados.[5] Outra similaridade nos rivais está nas cores: branco e vermelho (em tonalidade grená, no caso do San Lorenzo) se fazem presente em ambos, diferenciando na forma em que são dispostas no uniforme e no uso também do azul por parte do San Lorenzo - sendo que esta cor também já foi utilizada pelo Huracán, em seus calções. Curiosamente, nenhum dos dois times foi fundado nestes respectivos bairros: o Huracán foi criado no de Nueva Pompeya e o San Lorenzo, como sugere seu nome, em Almagro. Os azulgranas chegaram, por sua vez, a ter campo em Nueva Pompeya; um realinhamento em 2007 desfez isso, deixando o Nuevo Gasómetro, estádio do clube, no bairro de Flores. Apesar da nova casa ser vizinha também ao bairro de Boedo, a mudança é uma das fontes de brincadeira da torcida do Huracán, que costuma satirizar o rival identificando-o como Carrefour - a rede de hipermercados que adquiriu o antigo Gasómetro, o estádio do San Lorenzo que ficava em Boedo.[6][7] Outro ponto em comum nos dois clubes é o ano da fundação, assim como o dia: 1908, em 1 de abril o San Lorenzo e em 1 de novembro o Huracán. Enfrentaram-se pela primeira vez sete anos depois (vitória de virada do San Lorenzo por 3 a 1, no Estádio Arquiteto Ricardo Etcheverry). A rivalidade cresceu mais no final dos anos 1920, com a unificação das ligas que promoviam os campeonatos argentinos; até então, cada um jogava em uma liga separada; na época, a rivalidade do Huracán era com o Boca Juniors, do bairro também próximo e igualmente humilde de La Boca e com quem disputava acirradamente os títulos de uma dessas ligas.[8] Há também rixa do Boca com o San Lorenzo, pelo fato de esta ser um das pouquíssimos clubes argentinos que levam vantagem nos confrontos contra os auriazuis. Os rivais também estiveram juntos durante muito tempo nas gozações: o San Lorenzo era alvo de chacota por ser, até 2014, o único grande argentino que não havia vencido ainda a Copa Libertadores da América, competição que já havia sido vencida até por agremiações argentinas consideradas pequenas.[9] Já o Huracán sofre com as estatísticas de sua rivalidade, que lhe são bastante desfavoráveis, e após o título da Libertadores do San Lorenzo o de nem ao menos ter uma conquista de competição da Conmebol em seu cartel.[10] Outro fator de curiosidade é o número de jogadores famosos que já vestiram as duas camisas, embora bem poucos tenham sido igualmente ídolos em ambas: Luis Monti, Omar Larrosa, Oscar Ortiz, Carlos Buttice, Héctor Veira e Narciso Doval (os quatro últimos, com passagens pelo futebol do Brasil) são alguns exemplos.[5] DisparidadesO clássico é tido como dos mais desparelhos da Argentina, tendo um contexto amplamente favorável ao San Lorenzo: o Ciclón ("ciclone", apelido criado pelos torcedores do clube justamente por causa do Huracán, que significa "furacão") tem 77 vitórias contra 41 do Globo ("balão", como é conhecido o Huracán, em razão de seu emblema, que homenageia o famoso balão do aviador argentino Jorge Newbery). A maior goleada também pertence a Boedo: 5 a 0 em 1995, quebrando uma das poucas supremacias do Huracán, que vencera por 5 a 1 em 1944.[5] Além disso, o San Lorenzo tem mais vitórias mesmo como visitante do Huracán e também a maior sequência de vitórias nos clássicos: nove, entre 1957 e 1961, e de invencibilidade (treze jogos, com 11 vitórias e 2 empates entre 1957 e 1968), fora marcas menores como triunfos e invencibilidades como mandante e visitante.[11] Mais do que os confrontos diretos, outro fator de peso que desiguala a rivalidade são os títulos de cada um: enquanto na era amadora o Huracán possuía 4 títulos argentinos contra 3 do rival, na era profissional a situação inverteu-se: o San Lorenzo foi campeão doze vezes, contra apenas uma do Huracán. Além disso, os azulgranas contabilizam três títulos internacionais oficiais contra nenhum do vizinho: a Copa Mercosul de 2001 a Copa Sul-Americana de 2002 e a Copa Libertadores da América 2014. Mas já no início da era profissional havia desnível entre ambos: o San Lorenzo passou a ser considerado oficialmente um dos cinco grandes do futebol argentino. Tradicionalmente, o Huracán é visto como o "sexto grande", mas disputa tal posto com outros times de mais conquistas, como o Estudiantes de La Plata, o Vélez Sarsfield e os rosarinos Newell's Old Boys e Rosario Central. A torcida de los santos (outro apelido do San Lorenzo, fazendo referência ao santo) também gosta de lembrar as treze vitórias seguidas do time no Clausura de 2001, vencido pelo clube. A sequência ainda é um recorde no país.[12] O maior goleador do clássico também é azulgrana: José Sanfilippo, autor de 14 gols. Já os quemeros (apelido originalmente pejorativo surgido em razão da queima de lixo, atividade que era frequente em Parque Patricios) orgulham-se de seu conjunto campeão em 1973 - o único título do Campeonato Argentino do Huracán na era profissional -, que influenciou a forma argentina de jogar futebol. Carlos Babington, Miguel Ángel Brindisi, René Houseman e Jorge Carrascosa iriam à Copa do Mundo de 1974, os três primeiros como titulares. O jovem técnico daquele Huracán, César Luis Menotti, posteriormente seria chamado para treinar a Seleção Argentina na Copa do Mundo de 1978, a ser sediada no país. Menotti chamou para a vitoriosa campanha outro membro do elenco campeão em 1973, Omar Larrosa, além de Houseman e outros dois jogadores do Huracán na época: Osvaldo Ardiles e Héctor Baley.[13] EstatísticasHistórico geral em jogos oficiais
Confrontos segundo a localidadeAmadorismo San Lorenzo mandante:
Huracán mandante:
Profissionalismo San Lorenzo mandante:
Huracán mandante:
Em campo neutro:
Referências
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