Comando de Artilharia do Exército
O Comando de Artilharia do Exército (Cmdo Art Ex) é a organização do Exército Brasileiro responsável por sua artilharia estratégica, composta de baterias de lançadores múltiplos de foguetes Astros.[3] Sediado no Forte Santa Bárbara, em Formosa, Goiás, comanda dois Grupos de Mísseis e Foguetes (GMF), o 6.º e 16.º, além de centros de Instrução e de Logística de Mísseis e Foguetes. Esse complexo é a infraestrutura central do Programa ASTROS 2020 e a base física para a artilharia de mísseis e foguetes do Exército.[4] O Cmdo Art Ex está subordinado ao Comando Militar do Planalto, em Brasília.[5] O comando traça suas origens à Artilharia Divisionária da 6.ª Divisão de Infantaria (AD/6), criada em Cruz Alta, Rio Grande do Sul, em 1949. Inicialmente organizada com o 1.º e 2.º Grupos do 6.º Regimento de Obuses de 105 mm, em 1972 ela foi transferida a Porto Alegre.[6] Como parte das reformas militares da época, passou a ter o 16.º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), equipado com obuseiros de 155 mm, e o 3.º Grupo de Artilharia Antiaérea (GAAAé).[7] Em 2000–2001 o 3.º GAC tornou-se autopropulsado, recebendo obuseiros M109A3, e o 13.º GAC foi incorporado à AD/6. Em 2014 a 6.ª Divisão de Exército foi extinta. Das antigas unidades da AD/6, o 16.º GAC tornou-se o atual 16.º GMF,[8][9][10] o 13.º GAC pertence atualmente à 3.ª Divisão de Exército,[11] e o 3.º GAAAé, ao Comando de Defesa Antiaérea.[12] O comando ganhou sua denominação atual e permaneceu em Porto Alegre, agora subordinado ao Comando Militar do Sul, até a transferência a Formosa em 2020.[6] Essas mudanças criavam a estrutura para complementar os investimentos materiais do Projeto Estratégico Astros 2020, oficializado no Livro Branco da Defesa Nacional em 2012.[4] Até 2014 o Exército tinha 38 viaturas Astros,[13] compradas da Avibras nos anos 90 e centralizadas no 6.º GMF, então denominado 6.º Grupo de Lançadores Múltiplos de Foguetes, em 2004.[14][15] Desde essa época, a unidade reunia os mais potentes armamentos terrestres do Exército.[16] O programa estratégico previa a aquisição de novos veículos e a modernização dos antigos para usar novos armamentos, como foguetes com guiagem primária SS-40G e mísseis de cruzeiro AV-TM 300. O cronograma original era até 2020, mas em 2019 já havia sido estendido a 2023.[13][17] Com a construção do Forte Santa Bárbara, o efetivo local, de cerca de 600 militares, tinha estimativa de subir a até 2.000.[18] O programa também previu uma Bateria de Busca de Alvos, equipada com sistemas de aeronaves remotamente pilotadas, e simuladores.[4] Cada Grupo de Mísseis e Foguetes tem três baterias operacionais, com seis peças de fogo cada, além de viaturas de apoio.[19] Todas podem ser transportadas nos aviões C-130 Hercules da Força Aérea Brasileira. O sistema é modular e pode atirar munições de diversos calibres. Seus foguetes guiados têm alcance de 40 quilômetros, suficiente apenas para competir com a artilharia convencional, mas já são mais precisos que os foguetes de saturação de área usados no Astros até então. A novidade, contribuindo à capacidade de deterrência brasileira, são os mísseis de cruzeiro, os primeiros a ser operados na América do Sul. Seu alcance é de 300 quilômetros, com um sistema de guiagem apto apenas a atingir alvos fixos como antenas, bases aéreas e navais, refinarias, portos e indústrias.[20][21] Assim, seu uso é estratégico e não operacional ou tático.[19] Referências
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