Comando da Área do Norte da RAAF
O Comando da Área do Norte foi um de vários comandos geográficos criados pela Real Força Aérea Australiana durante a Segunda Guerra Mundial. Foi criado em Maio de 1941 e cobria todo o norte da Austrália e do Território de Papua. Com quartel-general em Townsville, Queensland, o Comando da Área do Norte era responsável pela defesa aérea, reconhecimento aéreo e protecção das rotas marítimas dentro das suas fronteiras. Em Janeiro de 1942, após a eclosão da Guerra do Pacífico, foi dividido nos comandos Noroeste e Nordeste, de modo que fosse possível combater com maior eficácia as ameaças japonesas ao norte da Austrália e de Papua, respectivamente. HistóriaAntes da Segunda Guerra Mundial a Real Força Aérea Australiana era suficientemente pequena para que todos os seus elementos fossem controlados directamente pelo quartel-general da RAAF, em Melbourne. Após a guerra iniciar em Setembro de 1939, a força aérea começou a descentralizar a sua estrutura de comando, de acordo com os aumentos esperados em termos humanos, materiais e de unidades.[1][2] Entre Março de 1940 e Maio de 1941 a RAAF dividiu o território da Austrália e a Nova Guiné em quatro zonas de comando-e-controlo definidas em função da localização geográfica: o Comando da Área Central, o Comando da Área do Sul, o Comando da Área Ocidental e o Comando da Área do Norte.[3] As funções destes comandos eram a defesa aérea, a protecção de rotas marítimas adjacentes e reconhecimento aéreo. Cada uma era liderada por um Air Officer Commanding (AOC) responsável pela administração e operações de todas as bases e unidades aéreas dentro da sua área.[2][3] O Comando da Área do Norte, com quartel-general em Townsville, Queensland, foi formado no dia 8 de Maio de 1941 sob a liderança do comodoro Frank Lukis, e controlava unidades no norte de Nova Gales do Sul, Queensland, Território do Norte e Papua.[3] Lukis foi, portanto, responsável pela defesa aérea ao longo de toda a costa norte da Austrália.[4] A principal base aérea no Território do Norte, a Base aérea de Darwin, foi reforçada por oito aeródromos satélites na região.[5] Entre Junho e Novembro de 1941 o Comando da Área do Norte assumiu a liderança na identificação de pescadores de pérolas japoneses, cuja crescente presença no noroeste da Austrália foi considerada "significativa" pelos serviços de inteligência.[6] Em Agosto o Comando da Área Central foi dissolvido e as suas responsabilidades divididas entre o Comando da Área do Norte, o Comando da Área do Sul e o recém-formado Grupo N.º 2 em Sydney.[7] Em Dezembro de 1941 o poderio militar da linha da frente de Lukis no Território do Norte era composto pelo Esquadrão N.º 2 com aviões Lockheed Hudson, o Esquadrão N.º 12 com aviões CAC Wirraway, e o Esquadrão N.º 13 também com aviões Hudson; todas as unidades estavam estacionadas na Base Aérea de Darwin.[8] Quando a Guerra do Pacífico começou, os esquadrão n.º 2 e 13 destacaram forças para bases operacionais mais avançadas em Koepang, Laha e Namlea nas Índias Orientais Holandesas.[9] Os esquadrões n.º 11 e 20, que operavam hidroaviões PBY Catalina, foram colocados em Port Moresby em Papua e o Esquadrão N.º 24, com aeronaves Hudson e Wirraway, em Rabaul, na Nova Bretanha.[10] O Comando da Área do Norte foi instruído a "atacar as bases ou a navegação japonesas sempre que possível", "identificar e avisar sempre que possível qualquer tentativa de movimento para o sul pelos japoneses", "manter abertas as rotas de navegação através dos mares de Coral, Arafura e Timor", e "negar o acesso do inimigo a Rabaul e aos territórios da Nova Guiné, Papua e ao continente da Austrália".[8] Os esquadrões n.º 2, 11, 13, 20 e 24 realizavam missões de reconhecimento, patrulha marítima e bombardeamento esporádico contra alvos japoneses nas Índias Orientais Holandesas e no Estreito de Torres.[11] Com falta de caças modernos e número insuficiente de bombardeiros, as unidades da RAAF eram, de acordo com a história oficial da Austrália na guerra, "praticamente impotentes" para atacar ou defender contra as forças japonesas que se acumulavam na região.[12] No dia 15 de Janeiro de 1942 o Comando da Área do Norte foi dividido no Comando da Área Noroeste e no Comando da Área Nordeste, de modo a combater as distintas ameaças japonesas a Lambon e Darwin no primeiro caso, e Rabaul e Port Moresby no último.[1][13] Lukis permaneceu em Townsville como AOC do novo Comando da Área Nordeste.[4][14] O outro comando, o da área noroeste, ficou com o quartel-general em Darwin, no Território do Norte; o seu AOC inaugural foi o comodoro Douglas Wilson.[14] Pós-guerraApós o cessar das hostilidades, o chefe do estado-maior aéreo, o vice-marechal do ar George Jones, propôs reduzir os cinco comandos existentes do continente australiano (Noroeste, Nordeste, Oriental, Sul e Ocidental) para três. Um deles teria sido o Comando da Área do Norte, que iria cobrir Queensland e o Território do Norte. O governo australiano rejeitou o plano e os limites dos comandos da guerra permaneceram essencialmente em vigor até serem substituídos em 1953 – 54 por um sistema de comando-e-controlo funcional composto por três comandos: Home (operacional), Treino e Manutenção.[15][16] Referências
Bibliografia
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