Colégio Estadual do Paraná

Colégio Estadual do Paraná
Colégio Estadual do Paraná
Colégio Estadual do Paraná
Colégio Estadual do Paraná
Informação
Localização Curitiba, Paraná Paraná,
Tipo de instituição Público
Fundação 13 de março de 1846 (178 anos)
Lema "Longe Lateqve"
Cores azul e branco
Funcionários ~400
Número de estudantes ~4.700
Página oficial
www.cep.pr.gov.br

O Colégio Estadual do Paraná (CEP), conhecido por Colégio Estadual, é um tradicional estabelecimento de ensino público paranaense, localizado na cidade de Curitiba. Considerado o maior e o mais antigo colégio público do estado, atende a cerca de 5.200 estudantes anualmente. O colégio oferece o Ensino Fundamental e Ensino Médio: Curso Técnico Integrado e Curso Técnico Subsequente. Também possui um Centro de Línguas (CELEM), cursos de artes e treinamentos em diversas modalidades esportivas.

O CEP é uma instituição vinculada à Secretaria de Estado da Educação, localizada no bairro Alto da Glória e sua sede ocupa uma área total de 40.000 m². A edificação comporta quarenta e sete salas de aula, três Laboratórios de Informática, laboratórios específicos para as disciplinas de Química, Física, Biologia, Matemática e Língua Portuguesa, um laboratório de Prótese Dentária, um laboratório de Saúde Bucal , sala de dança para o DANCEP com oferta de aulas de Balé, Alongamento Dança Contemporânea, Jazz e Produção, salas especiais para a Escolinha de Arte e para o Centro de Línguas do Colégio Estadual do Paraná (Centro de Línguas Estrangeiras Modernas - CELEM) com oferta de quatro idiomas (alemão, espanhol, francês e japonês), ampla área de Educação Física e desportos, inclusive 2 piscinas, ginásio, campos de futebol, basquete e vôlei e pista de atletismo. Além de todos estes ambientes, há o auditório Bento Mossurunga, o salão nobre, o refeitório, o Museu Guido Straube e o Planetário Prof. Francisco José Gomes Ribeiro. Além de todos estes espaços também fazem parte do CEP, o Canteiro de Obras (Colégio Estadual do Paraná (localizado no bairro Santa Felicidade) e o Observatório Astronômico Professor Doutor Leonel Moro (localizado no município de Campo Magro, Região Metropolitana de Curitiba). O Colégio Estadual possui um espaço físico privilegiado pela localização e tamanho da áreas que é disponibilizado não apenas para seus estudantes, professores e funcionários, mas que acolhe diferentes eventos artísticos, científicos e culturais do Estado e da capital, consistindo assim num espaço integrado às necessidades sociais da comunidade, como a Banda Sinfônica Bento Mossurunga.

Em 1974, o CEP foi transformado em um Órgão de Regime Especial, possuindo assim autonomia relativa e maior orçamento. Esta situação fez com que o Colégio Estadual se tornasse um dos poucos colégios públicos do estado sem eleição para diretores, pois sendo uma autarquia, o diretor é nomeado diretamente pelo Governo do Paraná, fato que acabou em 2010, após manifestações da comunidade do Colégio e ao então Governador Orlando Pessuti, que logo após assumir o governo colocou em votação a PL (Projeto de Lei) que incluía o CEP nos colégios com consulta direta para Diretor Geral e Auxiliares. Apesar de deixar de ser uma autarquia do Governo, o Regime Especial continua valendo.

História do Colégio Estadual

Em 1846 foi criado o Licêo de Curitiba, futuro Colégio Estadual, em uma casa alugada no "Largo da Matriz", atual Praça Tiradentes. A fundação do futuro Colégio Estadual do Paraná se deu pelo, então, presidente da província de São Paulo, o barão de Suruí - Marechal Manuel da Fonseca Lima e Silva.[1] Em 1854, inaugurou-se a primeira sede na rua da Assembleia (atual Alameda Dr. Muricy), sendo que em 1857 é instalada no Licêo a primeira Biblioteca Pública da Província (atual Biblioteca Pública do Paraná).[2]

Praça de esportes - atrás da arquibancada, os dois prédios são salas de aula e, ao lado, o ginásio de esportes

Em 1872, o Governo Provincial adquiriu para a sede do Licêo um imóvel situado na rua Aquidaban (atual rua Emiliano Perneta), pertencente ao Comendador Manuel Antônio Guimarães, o Visconde de Nacar e hoje é o Instituto de Educação Professor Erasmo Pilotto.

No ano de 1876, o Licêo foi transformado no Instituto Paranaense. Com a reforma do ensino em 1892, o Instituto Paranaense foi denominado Gymnásio Paranaense. No dia 22 de maio de 1880, o Instituto Paranaense foi visitado pelo Imperador D. Pedro II.

Em 1904 foi fundada uma nova sede na rua Borges de Macedo (atual Secretaria de Estado da Cultura). Em 1918, é criado no Palacete Loureiro, o Gymnásio Paranaense Internato, sendo que em 1925 muda sua sede para o Colégio Diocesano e Seminário (atual Colégio Marista Paranaense).

Em 1942, o então Gymnásio Paranaense passou a ser nominado Colégio Paranaense. No mesmo ano a Reforma Capanema transforma o curso fundamental em curso ginasial, com quatro anos de duração, e o curso complementar em curso colegial, de três anos, com o clássico e o científico.

Em 1943, a instituição de ensino passou a ser denominada Colégio Estadual do Paraná. Em abril do mesmo ano o Colégio Paranaense (Internato) desvinculou-se do Estado.

A nova sede do Colégio Estadual do Paraná seria na "Praça Santos Andrade", onde hoje está o Teatro Guaíra, contudo, a área foi considerada pequena e em 1944, é desapropriada a Chácara da Glória, na Rua João Gualberto, iniciando-se a construção da atual sede. A construção do prédio atual foi iniciada pelo interventor Manoel Ribas e terminada pelo seu sucessor constitucional, o governador Moisés Lupion e foi inaugurado em 29 de março de 1950.

A Rádio Emissora do Colégio Estadual do Paraná, criada em 1949, é a atual Rádio Paraná Educativa FM.

A atual sede foi inaugurada em 1950 pelo Presidente da República General Eurico Gaspar Dutra e pelo Ministro da Educação e Cultura, Professor Clemente Mariani. Em 1951 foi inaugurada a área desportiva (piscinas, ginásio, pista e campo).

Grêmio Estudantil do Colégio Estadual do Paraná (GECEP)

História

O Grêmio Estudantil do Colégio Estadual do Paraná - GECEP foi fundado em 3 de novembro de 1951 com o título de Centro Estudantil do Colégio Estadual do Paraná. Foi reorganizado em 1966, é órgão representativo do Corpo Discente do Colégio Estadual do Paraná.[3] O GECEP, pessoa jurídica de direito privado, é uma entidade sem fins lucrativos, de duração indeterminada, com sede e foro em Curitiba, capital do Estado do Paraná. Tendo como associados 4.700 estudantes do Ensino Médio, Fundamental e Técnico.

Lutas e Causas

O GECEP tem como objetivo estimular a cultura e atender aos interesses individuais e coletivos dos estudantes, bem como lutar pela permanente democracia dentro do Colégio Estadual do Paraná.

Movimento Pró-Democracia

No final de 2007 e início de 2008 foi fundado o Movimento Pró-Democracia. Um órgão independente do GECEP e constituído por associados. Essa organização tem como objetivo lutar juntamente com o GECEP em nome da permanente democracia dentro do Colégio Estadual do Paraná.

Em 2007 lutou e se manifestou em nome da Democracia através de apelos e manifestações ao então Governador do Estado, Roberto Requião. Os apelos foram feitos em nome do direito de poder votar para diretor e, a exoneração da então diretora Maria Madselva Ferreira Feiges.

Os apelos não foram atendidos pelo então Governador, estimulando assim, a revolta dos estudantes durante os próximos anos. Em 2008 foi realizado um plebiscito com a comunidade escolar do Colégio Estadual do Paraná,[4] obtendo como resposta que 90% da comunidade esperava e desejava escolher um diretor.

Em 2010, com o afastamento do Governador Roberto Requião os alunos se manifestaram outra vez, e, assim em 2010, os estudantes conseguiram uma reunião com a equipe do então Vice-Governador Pessuti, exigindo que o político assumisse o compromisso de mudar a realidade a que o CEP estava submetido. Assim que assumiu o governo, Orlando Pessuti afastou a então Diretora Geral[5] Maria Madselva Ferreira Feiges.

Em 60 dias a comunidade escolar poderia escolher, então, através do voto direto o seu novo diretor.[6]

Luta pelo Regime Especial

alunos, professores, membros da APP Sindicato e Deputado Estadual na articulação política

No final de 2022, o Grêmio atuou contra o projeto de lei 497, cujo artigo 58° previa o fim do Regime Especial do Colégio Estadual do Paraná, bem como o da Biblioteca Pública do Paraná. [7]

O Governo Estadual da época enviou o PL as pressas, e assim os alunos do GECEP coordenaram um movimento, junto com os alunos do próprio colégio, até á Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (ALEP), local onde o projeto seria votado. Além disso, houve articulações dentro da própria ALEP, com os Deputados Estaduais, por alunos do GECEP. [7]

Assim, conseguiram retirar de pauta o artigo que extinguiria o Regime Especial, fazendo com que fosse garantido todos os projetos do colégio, como as aulas de robótica e de astronomia, a manutenção da Escolhina de Artes, os diversos treinamentos de esportes ofertados pelo colégio, e todos esses projetos que auxiliam o desenvolvimento dos estudantes. [7]

Primeiras eleições diretas para diretor no colégio

O governador do Paraná, Orlando Pessuti, sancionou a lei que determina eleições diretas para Diretor Geral no CEP. Determinou-se que no dia 14 de Setembro de 2010 fosse realizada a eleição complementar para ocupação do cargo até o final do mandato iniciado pela, afastada, diretora Maria Madselva Ferreira Feiges.

A Diretora Geral eleita foi a Profª Tânia Maria Acco, que assumiu a direção geral do CEP no dia 29 de setembro. A Chapa vencedora obteve 71% dos votos, contra 27% da chapa concorrente. Antes de ser eleita, a Profª Tânia lecionou Língua Portuguesa e Literatura dentro do Colégio Estadual do Paraná. Em 2012 assumiu a Direção Geral a Pedagoga Laureci Schmitz Rauth, através da eleição, feita em 23 de novembro de 2011.[8]

Alunos ilustres

Diversas personalidades ilustres estudaram no Colégio Estadual do Paraná. Entre os políticos, destacam-se Jânio Quadros,[9] Roberto Requião[9] e Jaime Lerner.[10] Entre escritores, Dalton Trevisan[9] e Paulo Leminski.[9] Além de diversos artistas, como Ary Fontoura,[9] Herson Capri, Marjorie Estiano,[11] Karol Conká,[11] Luís Melo,[12] Leonardo Miggiorin, Odelair Rodrigues, Ranieri González, Denise Stoklos e Letícia Sabatella.

Referências

  1. ANDRADE, Luís Carlos R. Conheça Curitiba A Origem Fundação e as Marcas do Tempo. 1ª ed. Curitiba: Estética, 1997.116p.
  2. «Memória & História». Consultado em 23 de fevereiro de 2009. Arquivado do original em 11 de dezembro de 2008 
  3. Estatuto do GECEP no site oficial do Colégio Estadual do Paraná Visitado em 20.05.2010
  4. Jornal Gazeta do Povo em 21.11.2008
  5. Portal RPC em 03.05.2010
  6. Portal RPC em 10.05.2010
  7. a b c «Patrimônio ameaçado: APP e comunidade escolar do CEP mobilizam-se para barrar o desmonte APP-Sindicato». 22 de novembro de 2022. Consultado em 3 de maio de 2023 
  8. Portal RPC em 27.09.2010
  9. a b c d e «Colégio Estadual do Paraná ganha novas piscinas e sala de cinema no aniversário». Agência de Notícias do estado do Paraná. 13 de março de 2006. Consultado em 14 de setembro de 2016 
  10. «Patrimônio escolar a espera de restauro». Gazeta do Povo. Consultado em 14 de setembro de 2016 
  11. a b «Estudantes do CEP participam de programa de TV exibido para todo Brasil». 3 de junho de 2019 
  12. «Celeiro de atores». Gazeta do Povo. Consultado em 14 de setembro de 2016