Chrysiridia rhipheus
Chrysiridia rhipheus (denominada popularmente, em inglês, de Sunset moth[3] e, em português, de Rainha-de-Madagáscar)[4] é uma mariposa, ou traça, diurna[3] da família Uraniidae, encontrada na região afro-tropical e endêmica da ilha de Madagáscar, no sudeste da África. Foi classificada por Dru Drury, com a denominação de Papilio rhipheus, em 1773.[2] Suas lagartas se alimentam de plantas da família Euphorbiaceae e gênero Omphalea, que são tóxicas para a maioria dos animais.[3] Esta espécie é, muitas vezes, considerada a mariposa mais bonita do mundo.[5] DescriçãoChrysiridia rhipheus (outrora conhecida por Urania ripheus, Urania madagascariensis[2] ou Chrysiridia madagascariensis)[6] possui asas com envergadura máxima de 7 a 10 centímetros, podendo chegar a até 11 centímetros,[7] sem grande dimorfismo sexual entre macho e fêmea. Possui, vista por cima, tom geral enegrecido, com manchas esverdeadas e brilhantes atravessando e pontuando suas asas anteriores. Nas asas posteriores a tonalidade tende para o azul-celeste, bem pálido, com uma característica área, em sua metade inferior, contendo uma mancha com tonalidades em amarelo, vermelho, laranja, cor-de-rosa e púrpura,[8] podendo ser avistados três prolongamentos franjados e desenvolvidos como caudas, de margem branca, nesta área, e três menores logo acima.[9] O lado de baixo apresenta coloração similar à das asas posteriores do animal quando visto por cima e sua mancha de cores quentes, nas asas posteriores, é mais extensa, não apresentando uma forte tonalidade púrpura.[8] As variações nos padrões de coloração são comuns e, muitas vezes, ela é parcialmente assimétrica. Um dos fatores que causam isto é o choque térmico durante o estágio pupal. Embora brilhantemente adornada essa mariposa não possui pigmentação, com suas cores se originando de uma interferência óptica.[7]
Hábitos, planta-alimento, lagarta e casuloAs mariposas são avistadas visitando flores, demonstrando uma forte preferência pelas de tonalidade branca, das quais se alimentam do néctar.[3] Voam ao longo do ano na maior parte da ilha, com picos de população entre março e agosto e, em menor densidade, entre outubro e dezembro. As fêmeas colocam cerca de 80 ovos sob as folhas de Omphalea. Suas lagartas são branco-amareladas, com manchas pretas e pés alaranjados, sendo cobertas por negros prolongamentos filiformes e engrossados em suas pontas. A seda gerada a partir de sua boca ajuda as lagartas a segurar as folhas, e subir de volta para a planta, quando elas caem. Depois de completar quatro ínstars, as lagartas tecem seu casulo. O estágio pupal dura de 17 a 23 dias. Este é o único herbívoro especialista nas quatro espécies de Omphalea em Madagáscar, cujas plantas são tóxicas e têm suas toxinas expropriadas pelas lagartas e retidas em seus estágios pupal e adulto. Milhares destas mariposas costumam migrar entre as florestas oriental e ocidental de suas plantas hospedeiras.[7] Elas podem ser encontradas em quase todos os lugares de Madagáscar, exceto no sudoeste e extremo sul, no clima subdesértico de Androy, onde suas plantas hospedeiras estão ausentes. Indivíduos migram das três espécies da floresta decídua seca do oeste (Omphalea ankaranensis, O. occidentalis e O. palmata) para a espécie da floresta tropical oriental (Omphalea oppositifolia). As espécies ocidentais estão, em grande parte, em áreas protegidas. A espécie oriental, por outro lado, é maioritariamente desprotegida, em populações amplamente dispersas e ameaçadas pelo desmatamento. Sendo a única espécie perene, O. oppositifolia é provavelmente crucial para a sobrevivência de Chrysiridia rhipheus. Suas larvas desfolham toda a planta, e até mesmo comem suas flores e frutos; portanto, produzem um impacto negativo considerável sobre a reprodução e sobrevivência de mudas.[7] Descrição e procedênciaChrysiridia rhipheus foi inicialmente colocada dentro do gênero Papilio pelo entomologista britânico Dru Dury, em 1773,[2] por considerá-la uma espécie de borboleta. Ele recebeu seu espécime do capitão May, de Hammersmith, que não revelou a localidade tipo de sua coleta.[7] Posteriormente o entomologista Jakob Hübner a descreveu como Chrysiridia riphearia, em 1823, e seu exemplar foi erroneamente citado como proveniente da Índia[2] (com a possível confusão inicial de que ela fosse proveniente da China, segundo Drury, ou de Bengala).[7] Também porque Drury descreveu seu espécime como tendo antenas de borboleta e sendo desprovido de caudas, William Swainson pensou que era uma espécie diferente daquela do espécime completo, descrito por Cramer em seu livro Uitlandsche Kapellen. Swainson nomeou a possível borboleta como Papilio dasycephalus, em 1883, e a mariposa com a denominação de Leilus orientalis.[2][7][10] Nomenclatura localOs nativos malgaxes chamam esta mariposa de Adriandolo ou Lolonandriana, de lolo ("espírito" ou "borboleta") e andriana ("nobre" ou "rei"), significando, portanto, "borboleta nobre", "espírito nobre", "borboleta do rei" ou "espírito do rei".[7] Gênero ChrysiridiaO gênero Chrysiridia se alimenta apenas de plantas de Omphalea, em seu estágio larval, e não é monotípico;[7] contendo as espécies Chrysiridia croesus (Gerstaecker, 1871 - proveniente de Zanzibar), Chrysiridia prometheus (Drapiez, 1819 - proveniente de Santa Helena) e Chrysiridia rhipheus.[2] Elas são proximamente relacionadas com o gênero Urania de mariposas sul-americanas, cuja alimentação também consiste em plantas do gênero Omphalea.[11] Ligações externasReferências
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