Francisco Ribeiro Eller nasceu no Rio de Janeiro em 28 de agosto de 1993,[1] filho biológico da cantora Cássia Eller e do baixista Tavinho Fialho, que fazia parte da banda de Cássia.[1][5][6] O relacionamento dos dois e a gravidez de Cássia são detalhados no documentário Cássia Eller de 2014.[7] Tavinho era casado e a gravidez não foi planejada, mas a companheira de Cássia, Maria Eugênia Vieira Martins, ficou feliz ao saber que ela estava grávida.[7][8] Tavinho faleceu em um acidente de carro uma semana antes do nascimento de Francisco,[5] e ele foi criado por Cássia e pela companheira dela, Maria Eugênia,[5] a quem ele também chama de mãe.[5][9]
O nome Francisco foi inspirado na canção de mesmo nome de Milton Nascimento, gravada por Cássia no álbum Ioiô de Nelson Faria quando ela estava grávida de oito meses.[10][11] Seu apelido de infância é Chicão.[5] O cantor Renato Russo, amigo de Tavinho Fialho (que foi baixista de sua banda Legião Urbana na turnê do álbum V em 1992),[12][13] compôs a canção "1º de Julho" para Cássia quando ela estava grávida.[14] A canção foi lançada no álbum Cássia Eller de 1994,[14] e posteriormente incluída no álbum A Tempestade da Legião Urbana, lançado em 1996.[14] Cássia adicionava a frase "meu amor, meu Chicão" ao final da canção quando a cantava ao vivo.[15]
Francisco aprendeu a falar inglês ouvindo as músicas dos Beatles, que começou a ouvir ainda criança por influência da mãe Cássia. O primeiro álbum que ele ouviu foi Yellow Submarine (1969).[16]
Em 13 de janeiro de 2001, Francisco, então com 7 anos, fez uma participação especial tocando percussão enquanto a mãe Cássia fazia um cover de "Smells Like Teen Spirit" do Nirvana para um público de cerca de 200 mil pessoas no festival Rock in Rio.[17] Foi um pedido de Francisco para que Cássia incluísse a canção em seu repertório no festival.[18][19] Foi no Rock in Rio que ele ganhou seu primeiro cachê: R$20 (Vinte Reais) dados por Cássia.[20]
Em entrevista a revista Marie Claire em outubro de 2001, Cássia disse que gostaria de ter um contrato de casamento legalizado com Maria Eugênia, para poder garantir os direitos dela e de Francisco, e caso viesse a acontecer algo com ela, Maria Eugênia deveria ficar com a guarda do filho.[5] Após a morte de Cássia em 29 de dezembro de 2001, o pai da cantora, Altair Eller, entrou com um pedido na justiça pela guarda do neto.[21] O caso era inédito no Brasil e Maria Eugênia recebeu o apoio da mãe e dos irmãos de Cássia.[22] Em janeiro de 2002, pela primeira vez a Justiça brasileira concedeu a uma mulher a guarda provisória do filho de sua companheira.[23] O juiz responsável pelo caso entrevistou Francisco, conferiu seu desempenho escolar, pesou-lhe as preferências afetivas e, à falta de uma legislação brasileira que tratasse especificamente da adoção de crianças por casais homossexuais, optou por confiá-lo a Eugênia.[24] Em 31 de outubro de 2002, em decisão inédita, a Justiça concedeu à Maria Eugênia a tutela definitiva de Francisco. A tutela foi concedida pelo juiz da 2ª Vara de Órfãos e Sucessões, Luiz Felipe Francisco, depois de um acordo entre Eugênia e o pai de Cássia. O avô abriu mão do pedido de tutela depois que Francisco disse que gostaria de ficar com sua mãe Maria Eugênia.[25]
Em dezembro de 2002 foi lançado o videoclipe da canção "No Recreio" de Cássia Eller, que inclui vídeos caseiros de Cássia e Maria Eugênia com o filho Francisco desde o seu nascimento.[26]
Carreira
Ainda criança, Francisco aprendeu a tocar percussão e pandeiro com a percussionista da banda de sua mãe Cássia, Lan Lan.[17] Dos 15 aos 18 anos, ele estudou violão com o professor particular Paulo Corrêa.[10] Ele também toca bateria.[24]
Música era seu plano B, depois de considerar opções como ser jogador de futebol e professor de Geografia.[27]
Suas primeiras bandas durante a adolescência foram Transtorno dos Vizinhos,[29] Zarapatéu, e Uzoto.[10] Entre 2009 e 2010, Francisco cantava e tocava percussão na banda Zarapatéu, formada por alunos do Centro Educacional Anísio Teixeira (CEAT), entre eles Bruna Araújo, filha da cantora e atriz Emanuelle Araújo.[29] A banda tocava clássicos de Chico Buarque, Baden Powell e Jorge Ben Jor.[30] Francisco também fazia parte da banda Terezina 12.[10]
Em 2012, uma canção inédita de Cássia Eller foi encontrada, "Flor do Sol", composta pela cantora aos 19 anos em parceria com Simone Saback em Brasília em 1982.[32] A canção foi lançada no iTunes no aniversário de 50 anos de Cássia, em 10 de dezembro de 2012,[33] Outros instrumentos foram adicionados a gravação original de Cássia, entre eles Francisco (então com 19 anos) tocando o violão da mãe.[32]
No início de 2013, Francisco deixou a banda Zarapatéu e passou a se dedicar apenas à faculdade.[34] De 2013 a 2016 ele cursava Geografia na Universidade Federal Fluminense, em Niterói,[35] mas decidiu trancar a faculdade para se dedicar à música.[36]
Em 2015, Francisco adotou o nome artístico Chico Chico.[4] No mesmo ano, ele ajudou a escolher o repertório e alguns dos artistas que se apresentaram no Rock in Rio VI para um tributo à Cássia Eller, mas se recusou a se apresentar no festival.[10]
Em outubro de 2015, Chico lançou seu primeiro álbum com músicas autorais com a banda 2x0 Vargem Alta. A banda é formada por amigos de Francisco da época do colégio: João Mantuano (voz e violão), Miguel Dias (baixo), Pedro Fonseca (teclado) e Lucas Videla (percussão). O álbum auto-intitulado da banda foi lançado pelo selo Porangareté, de Chico, sua mãe Maria Eugênia e do violonista Rodrigo Garcia.[10]
Em 2016, Chico participou da faixa "Buscando Tu Amor" do álbum Amazônia, Amazônia de Gastão Villeroy.[37] E dividiu o palco do Circo Voador no Rio de Janeiro com Pedro Luís, Júlia Vargas e Ivo Vargas.[38]
Em 2017, Chico produziu o álbum Isabel do cantor Carlos Posada,[39] e eles também dividiram os vocais na faixa "Efeitos Especiais". O álbum foi lançado pelo selo de Chico, Porangareté.[40]
Em 19 abril de 2018, Chico dividiu o palco com a cantora Ana Cañas no Sesc Santana em São Paulo.[41] Eles voltaram a se apresentar juntos no Sesc 24 de Maio em São Paulo em 8 de fevereiro de 2019,[42] e na Casa Natura Musical em Pinheiros em 23 de maio de 2019.[43]
Em maio de 2018, foi lançado o single "Medo" da nova banda de Chico, 13.7. A banda é formada por Chico (vocais e violão), Pedro Fonseca (teclado), Chico Miguel Dias (baixo), João Mantuano (vocais) e Lucas Videla (percussão).[44] Em outubro de 2018, foi lançado o single "Queixo ou Queixa", parceria de Chico com João Mantuano.[45][46]
Entre 2018 e 2019, Chico e João Mantuano saíram em turnê pelo Brasil apresentando músicas autorais e covers num show acústico intimista que misturava rock, samba, folk, blues, frevo e forró.[48][49][50]
Chico fez uma participação na canção "Ímpeto" da banda Troá!, lançada como single em 23 de janeiro de 2019,[51] e incluída no álbum Eu Não Morreria Sem Dizer, lançado em 21 de outubro de 2019.[52]
Em 23 e 24 de março de 2019, Chico se apresentou com a banda Orquídeas do Brasil no Sesc Bom Retiro em São Paulo. A banda apresentou o repertório da trilogia Bicho de 7 Cabeças de Itamar Assumpção, lançado em 1993.[53]
Entre maio e setembro de 2019, Chico se apresentou ao lado da cantora Duda Brack. O repertório era composto por músicas autorais de cada um deles, parcerias inéditas de Chico e Duda, canções de amigos e ídolos em comum.[54][55][56]
Em 24 de agosto de 2019, Chico se apresentou ao lado de Duda Drack e Tetê Espíndola no Bona em São Paulo.[57]
Em 8 de outubro de 2019, Chico dividiu o palco do Teatro SESC Ginástico no Rio de Janeiro com o cantor Chico Brown. O show era parte do Projeto Som do Sesc.[59]
Chico gravou uma versão para a canção "Maria Bethânia" de Caetano Veloso para o projeto Vale a Pena Gravar de Novo, que celebra os 20 anos do selo fonográfico Astronauta e traz releituras de clássicos da música brasileira. A versão de Chico foi lançada como single nas plataformas digitais em 29 de novembro de 2019, juntamente com um videoclipe.[60]
Em agosto de 2020, durante uma live em seu Instagram, Chico apresentou uma música que fez para a mãe Maria Eugênia, com o título "Maria". A canção reflete o momento de amadurecimento do cantor, que saiu de casa para viver de música.[9]
Em 11 de dezembro de 2020, lançou o álbum Onde? em parceria com Francisco Gil.[61]
Em 12 de fevereiro de 2021, lançou o single carnavalesco "Gatos Pingados".[62]
Em 12 de março de 2021, lançou o single "Fortuna e Paz", dueto com o compositor cabo-verdiano Mário Lúcio. A canção é baseada numa mensagem que o músico mandou para Chico pelo Facebook.[65] Em 16 de abril de 2021, Chico lançou o single "Eu Nem Ligo", cover de Gonzaguinha.[66] Em 27 de maio de 2021, Chico lançou o single autoral "Quando a Sorte".[67]
Em 2022, a canção "Ribanceira" do álbum Pomares foi incluída na trilha sonora da novela Pantanal da Rede Globo,[71] como música-tema da personagem Maria Bruaca.[72]
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