Chade Francês

O Chade Francês refere-se ao período em que a República do Chade foi uma colônia francesa na África Central desde o início do século XX até sua independência em 1960. Este período foi marcado pela administração colonial francesa, que influenciou profundamente a política, economia e sociedade da futuro estado-nação africano.

O domínio colonial dos franceses começou em 1900, quando foi estabelecido o Território Militar do Chade – formalmente conhecido por Território Militar dos Países e Protetorados do Chade. Posteriormente, o território foi unido ao de Ubangui-Chari, compondo o território de Ubangui-Chari-Chade, e depois ao Congo Francês, formando a federação de possessões coloniais África Equatorial Francesa (AEF). O Chade tornou-se a colônia do Chade em 1920, ainda parte da AEF. Sua capital era Fort-Lamy (atualmente Jamena). Depois, tornou-se um território ultramarino em 1946, uma república autônoma em 1958 até conquistar sua independência em 1960, embora a metade norte do país tenha permanecido sob o controle do exército francês até 1965.[1]

Sob o contexto da Partilha da África, a França reivindicou para si diversos territórios na região central do continente, tendo ocupado no final da década de 1880 parte do que hoje é o sul do Chade. No início da década de 1890, as expedições militares francesas enviadas ao local encontraram as forças de Rabi Azubair, que vinha realizando incursões de escravos (razias) e saques em estados pré-coloniais independentes como Baguirmi, Bornu e Uadai, até conseguir derrotar Azubair em 1900.[2][3][4]

Gradualmente, os franceses expandiram-se para o leste e o norte do atual Chade, encontrando forte resistência, como durante a Guerra de Uadai e em Tibesti e Borcu.[5][6] Em 1917, a França conquistou os últimos estados soberanos do Chade e, em 1920, derrotou as últimas grandes insurgências nativas.[7]

Em 1940, o Chade se destacou por ser, sob o governo de Félix Éboué, a primeira colônia francesa a se unir à França Livre.[1] Após a Segunda Guerra Mundial, os franceses permitiram uma quantidade limitada de representação da população africana, abrindo caminho para o confronto na arena política entre o Partido Progressista Chadiano (PPT), progressista e baseado no sul, e a União Democrática Chadiana (UDT), conservadora e islâmica. Por fim, foi o PPT que saiu vitorioso e levou o país à independência em 1960, sob a liderança de François Tombalbaye.[1]

Referências

  1. a b c Azevedo 2005a, p. 242.
  2. Zehnle 2017, p. 32.
  3. Reyna 1996, p. 33.
  4. Collins 2005, p. 119.
  5. Azevedo 2005a, p. 241.
  6. Brachet & Scheele 2019, pp. 59–63.
  7. Azevedo 2005b, p. 52.

Bibliografia consultada

  • Reyna, Stephen (1996). «Bagirmi». In: Levinson, David. The Encyclopedia of World Cultures - 10 Volume set, 1st Edition. New York, NY: Macmillan. ISBN 978-0816118403 
  • Azevedo, Mário Joaquim (2005). «Chad, Nineteenth Century: Kanem/Borno (Bornu) and Wada; Chad: Colonial Period: French Rule». In: Shillington, Kevin. Encyclopedia of African History 3-Volume Set. New York, NY: Routledge. ISBN 9781579582456 
  • Collins, Robert O. (2005). «Bagirmi, Wadai, and Darfur». In: Shillington, Kevin. Encyclopedia of African History 3-Volume Set. New York, NY: Routledge. ISBN 9781579582456 
  • Zehnle, Stephanie (2017). «Baguirmi». In: Aderinto, Saheed. African Kingdoms - An Encyclopedia of Empires and Civilizations. Santa Barbara, Califórnia: ABC-CLIO. ISBN 9781610695794 
  • Azevedo, Mário Joaquim (2005). The Roots of Violence: A History of War in Chad. London: Routledge. ISBN 978-1-135-30080-7. Consultado em 21 de janeiro de 2025 
  • Brachet, Julien; Scheele, Judith (2019). The Value of Disorder : Autonomy, Prosperity, and Plunder in the Chadian Sahara. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 9781108566315. doi:10.1017/9781108566315 

 

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