Casarão da Banda Phoenix
A Sede da Banda Phoenix, também conhecida por Casarão da Banda Phoenix ou simplesmente Banda, é um edifício particular, museu e escola de música, um importante marco histórico, cultural e turístico construído a partir de 1911, como Mercado Municipal, sofrendo transformações em sua estrutura física e uso uso até se transformar em 2018 na sede da Banda Phoenix e do Coro e Orquestra Nossa Senhora do Rosário, os dois atuais grupos musicais mais importantes de Pirenópolis e da região, com origem em 23 de julho de 1893, no aniversário de seu fundador, o Coronel Joaquim Propício de Pina.[1][2][3][4] Típica construção inspirada na arquitetura colonial brasileira, com telhado de duas águas e fachada simples, apresenta características goianas, ao empregar materiais locais como madeira, de espécies nativas do cerrado, como o cedro e a aroeira, barro, utilizado na construção das paredes e rebocos, sendo moldado em tijolos, adobe e taipa, além da pedra, utilizada no piso, proveniente das pedreiras próximas à cidade. As paredes foram caiadas, pintadas com cores claras de branco e amarelo na reforma de 2021 por ser as da Banda Phoenix. Este local é o depositário do mais importante e antigo arquivo musical de Goiás, contendo obras de compositores locais e de outros, com partituras do século XIX até a atualidade. Este acervo musical pertencente ao Coral Nossa Senhora do Rosário e a Banda Phoenix, destaca a participação dos compositores locais e dos gostos populares de cada período, abrangendo diversos gêneros musicais.[5][6] A sede localiza-se dentro da área tombada do perímetro do Centro Histórico de Pirenópolis, local que remonta ao período colonial brasileiro, com suas ruas de pedra e casarões centenários que testemunharam os diferentes períodos da história do país. O tombamento pelo IPHAN em 1990 visou proteger e conservar esse patrimônio, garantindo que as gerações futuras possam apreciar e aprender com as raízes culturais e históricas ali presentes, como o casarão, a Banda Phoenix e o Coro e Orquestra do Rosário, pois são elos tangíveis com o passado, e proporcionam uma compreensão mais profunda de como a comunidade pirenopolina se desenvolveu artisticamente ao longo do tempo. Essa ligação é essencial para a construção da identidade de uma sociedade e para a promoção do respeito à diversidade cultural.[7] HistóricoConstruído com elementos típicos da arquitetura colonial goiana, utilizando materiais locais como madeira, barro e pedra, que eram abundantes na região em 1914, o edifício foi erguido no antigo Largo do Teatro São Manoel. Esse terreno já abrigara o primeiro teatro da cidade, construído em 1860 pelo comendador Manoel Barbo de Siqueira e posteriormente demolido em 1890. A construção do prédio teve lugar durante a administração de José Ribeiro Forzani, também conhecido como Zeco Totó, que foi o intendente municipal entre 1911 e 1914 e destinou o espaço para abrigar o Mercado Municipal. [2][1] A madeira utilizada na construção é proveniente de espécies nativas do cerrado, como o cedro e a aroeira, escolhidas devido à sua resistência e durabilidade, e foram cuidadosamente empregadas sob a direção do carpinteiro Manuel Antonio de Peixoto. O barro também desempenhou um papel fundamental na construção, sendo utilizado na edificação das paredes e rebocos, moldado em tijolos ou adobe. Para conferir maior solidez à estrutura, o barro era misturado com palha ou capim seco. As paredes foram posteriormente caiadas e pintadas com cores claras, como o branco e o amarelo, durante a reforma de 2021, para preservar as tradições da Banda Phoenix. A pedra, embora em menor quantidade, também foi utilizada no prédio, principalmente como piso, e foi extraída das pedreiras próximas à cidade. Após o encerramento das atividades do Mercado Municipal, o edifício teve diversos outros usos, servindo como local de ensaio da Banda Phoenix na década de 1970 e, posteriormente, abrigando várias secretarias, incluindo a de promoção social, que instalou no local o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) no início dos anos 2000, programa que cessou na década seguinte. Abandonado mais uma vez, o edifício foi doado à Banda Phoenix em 2016, tornando-se a sede permanente da corporação. Sua restauração e o novo uso preservaram suas características originais, transformando-o em um importante patrimônio histórico e cultural, tanto material quanto imaterial, para o município. O prédio é uma verdadeira obra de arte que combina elementos da arquitetura portuguesa com influências indígenas e africanas, representando um testemunho da riqueza cultural de Goiás, à semelhança de outras construções da cidade no período colonial e pós-colonial. Em 1990, o Conjunto Arquitetônico, Urbanístico, Paisagístico e Histórico de Pirenópolis foi tombado pela União, com inscrições nº 105, no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico (10/01/1990) e nº 530, no Livro do Tombo Histórico (10/01/1990), e dentro deste conjunto tombado, localiza-se o velho casarão da Banda Phoenix.[8] Banda Phhoenix e Coral do RosárioA Banda de Música Phoenix do Mestre Propício é um conjunto musical brasileiro. Juntamente com o Coro e Orquestra Nossa Senhora do Rosário suas atividades tiveram início em 23 de julho de 1893, no aniversário de seu fundador, o Coronel Joaquim Propício de Pina. Desde então, a banda tem desempenhado um papel significativo na cena musical da região, em parceria com o Coro e Orquestra Nossa Senhora do Rosário. A Banda é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, e possui o status de utilidade pública, conforme reconhecido pela Lei estadual nº 6.634, de 28 de junho de 1967, bem como pela Lei Municipal nº 12/71 de 03 de setembro de 1971. Além disso, a Banda faz parte da rede de Pontos de Cultura e está envolvida com o Conselho Municipal de Política Cultural.[9][10][11][12][13][14] Os membros da Banda e do Coral são, em sua maioria, voluntários e músicos amadores dedicados. A Banda é ativa em uma variedade de eventos, incluindo celebrações cívicas, sociais, políticas, religiosas e tradicionais da cidade, como as cavalhadas, alvoradas, retretas, entre outros. Além disso, a Banda realiza apresentações em municípios vizinhos. Em contraste, o Coral se concentra principalmente em apresentações de natureza sacra. Tanto a Banda quanto o Coro desempenham um papel fundamental na celebração da Festa do Divino, que recebeu o reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial pelo IPHAN em 2010.[5][15] Em resumo, a Banda Phoenix e Coral do Rosário são instituições culturais que desempenha um papel vital na preservação das tradições culturais locais e na promoção da música e da cultura em sua comunidade e além. Sua longa história e dedicação à música e à cultura fazem delas uma parte inseparável da identidade cultural de Pirenópolis e de Goiás como um todo.[16] Sede da BandaDesde o momento de sua criação até o falecimento de Propício, a Banda Phoenix e o Coro e Orquestra do Rosário encontraram abrigo na residência do maestro, situada na Rua Nova, número 15. Após o passamento de Propício, essa tradição de ter a banda em moradias de maestros persistiu até cerca de 1970, quando a banda se transferiu para uma sala no antigo mercado municipal. Mais adiante, a banda mudou-se para o casarão localizado no número 29 da Rua Nova, no mesmo edifício que havia abrigado o antigo Museu da Família Pompeu, de propriedade do então presidente da banda, Pompeu Christovam de Pina. Após o falecimento de Pompeu em 2014, a banda enfrentou um período de incerteza quanto ao local de ensaio, levando-a a se realocar em um espaço gentilmente cedido pela prefeitura, próximo ao atual Colégio da Polícia Militar Comendador Crhistovam de Oliveira. Foi somente através da Lei Ordinária Nº 785/2015, datada de 17 de dezembro de 2015, que a banda finalmente conquistou sua sede própria. O espaço escolhido foi o antigo prédio do Mercado Municipal, construído em 1914 pelo intendente José Ribeiro Forzani, situado na Avenida Neco Mendonça, 12, no Centro Histórico de Pirenópolis, CEP 72980-095. Este edifício passou por uma reforma em 2018 promovida pelo município, possibilitando que a Banda Phoenix ocupasse o espaço de maneira permanente.
Ver tambémReferências
Bibliografia
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