A Carta de Solos do Brasil é o mapeamento realizado a partir de 1953, identificando os tipos de solos encontrados no país, envolvendo ainda o preparo de pedólogos e que foi parcialmente concluído em 2003, capitaneado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Solos (CNPS-Embrapa, ou Embrapa Solos), com sede no Rio de Janeiro.
No programa participaram entidades como a Universidade Rural (atual UFRRJ, diversos cursos de Agronomia, o Projeto RADAM,[1] o IBGE, dentre outros.
No ano de 2003, após meio século de pesquisas, o IBGE lançou o primeiro mapa de solos do país.[2]
Adaptação e tipos de solo
A classificação brasileira de solos foi baseada no antigo sistema de Baldwin et al. (1938), com modificações de Thorp e Smith (1949). A despeito da grande variedade de solos no Brasil, buscou-se uma padronização de conceitos e nomes, através dos mapeamentos realizados até a metade da década de 1980, que resultou no sistema da Embrapa (1999) que, entretanto, ainda está em ajustes.[3]
A classificação dos tipos de solos varia de acordo com várias de suas características; por exemplo, com relação à estrutura granulométrica baseada na forma dos agregados ou peds e agregamento do perfil, pode ser laminar (ocorre em horizontes de tipo E de muitos argissolos), prismática (que ocorre em solos tipo Bt e horizonte B solonétzico); em blocos (horizonte B com solos Bt) e Granular (horizonte A, ricos em húmus e Latossolo; horizonte A chernozênico de alguns solos).[4]
Também é observado o conteúdo de água e a saturação relativa no solo, nos três estados físicos (gasoso, líquido e sólido). Dentre os aspectos analisados para a classificação estão as constantes da água no solo: CMA (Capacidade Máxima de Armazenamento de Água), CC (Capacidade de Campo), PMP (Ponto de Murcha Permanente), DREN (Água sujeita à Drenagem), AD (Água Disponível) e AND (Água Não Disponível). Capítulo especial refere-se à atmosfera do solo, pois questões como a respiração aeróbica, aeração, e outras têm capital importância para as reações biológicas do solo, dentre outros fatores a ser apreciados.[5]
A classificação dos solos no Brasil teve de sofrer alterações em relação às existentes noutros países, em razão da diferença do clima, em que predomina o tropical, enquanto os demais se baseiam no temperado.[6] Existem no país treze classes de solos, que por sua vez são divididos em grandes grupos e subgrupos.[3]
A Carta de Solos do Brasil tem por principal característica a multicategorização - ou seja, a sistematização hierárquica das classes de solos, partindo das classes de solo mais genéricas, para as mais específicas; e também por ser aberta - ou seja, permite a introdução de novos tipos de solos descobertos.[6]
Referências
↑ abEmbrapa Solos. «Histórico CNPS». Consultado em 23 de dezembro de 2009
↑Comunicação Social IBGE (31 de julho de 2003). «Mapa de Solos do Brasil». Consultado em 23 de dezembro de 2009
↑ abcJoão Carlos Ker (2006). Anotações e perguntas sobre solos brasileiros (SiBCS - atualizado). Viçosa: UFV. 72 páginas
↑Elpídio Inácio Fernandes Filho; Márcio Rocha Francelino. Solo como sistema trifásico. Viçosa: UFV. 40 páginas
↑Hugo A. Ruiz (2004). Constituição, propriedade e classificação de solos. Capítulos 3 e 4. Viçosa: UFV. 14 páginas
↑ abHélio do Prado (dezembro de 1995). «Pedologia simplificada»(PDF). Arquivo do Agrônomo - Nº 1 (2ª edição - ampliada e totalmente modificada). Consultado em 23 de dezembro de 2009