Caroline Bauer Nota: Não confundir com Karoline Bauer.
Caroline Silveira Bauer (Porto Alegre, 1983[1]) é uma historiadora e professora de história brasileira especialista na história ditadura militar brasileira. Vencedora do I Concurso Internacional de Teses de Doutorado sobre o Brasil e a América Latina, é professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenadora do Laboratório de Estudos sobre os Usos Políticos do Passado (LUPPA), da UFRGS. Entre 2011 e 2013, foi consultora da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. É autora do livro Como será o passado?, considerado uma das mais importantes obras da historiografia recente do Brasil. CarreiraCaroline formou-se historiadora, mestra e doutora pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tendo recebido esta última titulação também pela Universidade de Barcelona. Na pós-graduação, seus trabalhos trataram da repressão dos regimes militares brasileiro e argentino, sendo a dissertação sobre a atuação do DOPS no Rio Grande do Sul e a tese sobre o Brasil e a Argentina.[2][3] Entre 2011 e 2013, trabalhou como consultora para a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, na Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.[4][5] Também foi professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).[5] Na UFRGS, é professora do departamento de história, do programa de pós-graduação em história, do mestrado profissional em história (PROFHistória) e coordenadora do Laboratório de Estudos sobre os Usos Políticos do Passado (LUPPA).[6][7] Entre suas áreas de especialidade estão as ditaduras de segurança nacional no Cone Sul, arquivos de repressão, Direitos Humanos, políticas de memória e usos políticos do passado.[8] Sua atuação também concilia estes interesses com as áreas da história pública e da história digital.[9] Bauer foi palestrante na WikiCon Brasil de 2022 sobre a temática da Wikimedia contra a desinformação: Negacionismo histórico. PublicaçõesEm 2009, foi uma das autoras da obra O Historiador e Suas Fontes, onde publicou o capítulo Fontes sensíveis da história recente, ao lado de René Gertz.[2][10] Sua tese de doutorado, intitulada Um estudo comparativo da prática do desaparecimento nas ditaduras civil-militares argentina e brasileira e a instituição de políticas de memória na democracia, foi premiada pela Associação Nacional de História e publicada como livro em 2012, sob o título Brasil e Argentina: ditaduras, desaparecimentos e políticas de memória.[3][11] Com sua tese de doutorado, Caroline também foi vencedora do I Concurso Internacional de Teses de Doutorado sobre o Brasil e a América Latina, organizado pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais.[12] A publicação foi considerada inestimável em sua contribuição para os estudos sobre as ditaduras militares brasileira e argentina.[13][14] Em 2017, publicou pela editora Paco o livro Como Será o Passado?: História, Historiadores e a Comissão Nacional da Verdade, considerado pela crítica uma obra "magistral" e "crucial", além de ser "um dos livros mais importantes publicados no Brasil recente".[15][16][17] Resultado de um projeto de pesquisa intitulado Um estudo sobre os usos políticos do passado através do debate em torno da Comissão Nacional da Verdade (Brasil, 2008-2014), o livro é considerado fundamental para a compreensão da ditadura militar brasileira e consistente em apresentar a coexistência de diversas temporalidades conflitantes na narrativa pública.[18][19] Posicionamento na mídiaDerrubadas de estátuasEm relação aos movimentos de derrubadas de estátuas de colonizadores e senhores de escravos, Caroline afirmou ser importante questionar a validade das homenagens no espaço público. Seus significados poderiam estar desrespeitando e silenciando a memória daqueles que sofreram com os acontecimentos que os homenageados protagonizaram.[6] Também considerou que a derrubada de estátuas pelo mundo, como as desencadeadas pelo assassinado de George Floyd, são uma tentativa de rompimento com o "silêncio de um passado colonial" e de "trazer novos significados para a memória social".[20]
Pandemia de COVID-19Em entrevista ao TAB Uol, Caroline afirmou que, no seu ponto de vista, uma história da Pandemia de COVID-19 no Brasil deveria ser contada levando em conta problemas como a violação de direitos como a saúde, a moradia e a alimentação. Para ela, estas questões devem ser contrastadas com o descaso dos setores políticos e empresariais com a vida da população.[17] Em entrevista ao R7, evitou a comparação entre o momento enfrentado durante a pandemia e os períodos de guerra. A única semelhança seria a fuga de padrões de normalidade política. Por conta disso, considerou ser necessária a reinvenção da vida e da experiência humanas para lidar com grande impacto da pandemia na vida econômica e social.[21] Ver tambémReferências
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