Canto de Ossanha
"Canto de Ossanha" é uma canção escrita por Vinicius de Moraes (letra) e por Baden Powell (música), no início de 1966 e gravada por diversos artistas, como Elis Regina[1], Elza Soares[2], Quarteto em Cy[3], Jair Rodrigues[1], Caterina Valente[4], Mariza[5], Emilio Santiago[6], Maysa[7] e Cauby Peixoto[8]. Esta canção tornou-se em um dos símbolos do sincretismo do Brasil com a África via Bahia e é o afro-samba mais conhecido e regravado do planeta.[9][10] A canção "Canto de Ossanha" foi considerada a nona melhor do Brasil de acordo com a lista das 100 maiores músicas brasileiras pela Rolling Stone Brasil.[11] GravaçãoO projeto liderado por Vinicius de Moraes e Baden Powell foi inspirado pela descoberta de gravações de músicas de candomblé e sambas de roda. Baden, após ouvir tais gravações, ficou fascinado e aprofundou-se nos estilos musicais durante uma visita à Bahia. "Canto de Ossanha", como outros afrossambas, foi enriquecido com elementos clássicos no arranjo de Guerra Peixe, incluindo um duo de saxofones em diálogo com a seção rítmica.[9] InterpretaçãoNo candomblé, Ossanha é essencial em todas as cerimônias por ser a detentora da força mágica das plantas, conhecida como axé. Essa importância pode explicar por que "Canto de Ossanha" é a primeira faixa de "Os Afro-Sambas", o terceiro álbum que resultou da colaboração entre Baden Powell e Vinicius de Moraes.[9] De acordo com a mitologia iorubá, há uma forte rivalidade entre Ossanha e Xangô, pois Ossanha teria tentado roubar Obá, uma das mulheres de Xangô. Isso resultou na ira de Xangô, que fez Ossanha perder uma de suas pernas. Outra versão diz que a rivalidade começou quando Ossanha roubou o fogo e o deu aos humanos. Essa rivalidade entre os dois orixás é refletida no enredo da música "Canto de Ossanha". Além disso, essa rivalidade e a relação entre as faixas explicam a ordem do álbum, onde "Canto de Ossanha" abre espaço para as outras músicas, incluindo "Canto de Xangô".[12] Na letra de "Canto de Ossanha", Vinicius de Moraes utiliza frases simples que ganham significados mais profundos quando combinadas. Ele explora a ideia de que a negação de algo pode ser tão importante quanto a afirmação, refletindo a complexidade da vida e do tempo. Essa abordagem cria um movimento dialético na música e na letra, onde a negação e a afirmação se entrelaçam, mostrando como a vida está em constante transformação.[13] Equipe
Ver tambémReferências
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