Borboleta-azul
A borboleta-azul (Phengaris alcon), é uma borboleta da família Lycaenidae que pode ser encontrada na Europa e Ásia setentrional. Pode ser vista durante o verão. Como outras espécies de Lycaenidae, no seu estádio larvar (lagarta) depende do apoio de certas formigas; como tal é designada como uma espécie mirmecófila. Ciclo de vidaEsta borboleta deposita os seus ovos na genciana-de-turfeiras (Gentiana pneumonanthe); na região dos Alpes são às vezes encontrados na Gentiana asclepiadea).[1]. As lagartas não comem outras plantas. As larvas abandonam a planta após crescerem suficientemente (4º instar) e aguardam no solo abaixo até serem encontradas por formigas. As larvas emitem químicos superficiais (alomonas) muito semelhantes às das larvas das formigas, levando as formigas a transportarem as larvas da borboleta para os seus ninhos colocando-as juntamente com as suas larvas; ali são alimentadas pelas formigas operárias e devoram as larvas de formiga.[2] Quando a larva da borboleta está totalmente desenvolvida transforma-se em pupa. Quando o adulto emerge tem de empreender a fuga do ninho de formigas. Estas reconhecem a borboleta como um intruso, mas quando tratam de atacá-la com as suas mandíbulas não conseguem agarrá-la pois a borboleta possui uma camada espessa de escamas que se soltam facilmente.[3] Parasitismo e predadoresCom o tempo, algumas colónias de formigas parasitadas desta forma alteram ligeiramente as alomonas das larvas como forma de defesa, levando a uma "corrida às armas" evolucionária entre as duas espécies.[4] De um modo geral, as espécies de Lycanidae que têm uma relação mirmecófila com as formigas do género Myrmica apresentam especificidade de hospedeiro. A borboleta-azul é diferente neste aspecto pois usa diferentes espécies de hospedeiros em diferentes regiões da Europa. Entre elas enconram-se Myrmica scabrinodis, Myrmica ruginodis, e Myrmica rubra. As larvas de borboleta-azul são procuradas debaixo do solo pela vespa Ichneumon eumerus. Ao detectar uma larva de borboleta-azul, a vespa entra no ninho e dispersa uma feromona que faz com que as formigas do ninho se ataquem mutuamente. Na confusão resultante, a vespa localiza a larva da borboleta e injecta-a com os seus próprios ovos. No estádio de pupa da borboleta, os ovos de vespa eclodem e as larva da vespa consomem a pupa por dentro.[5] Em PortugalEm Portugal encontra-se fortemente ameaçada. Pode ser encontrada no Alvão e no Barroso. A maior colónia encontra-se no Parque Natural do Alvão, em Lamas de Olo.[6] Ver também
Referências
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