Belmonte (corveta)
A Belmonte foi um navio de guerra que serviu a Armada Imperial Brasileira durante as guerras do Uruguai e Paraguai. Foi um dos navios que participaram da Batalha Naval do Riachuelo. Possui conexão significativa com a história de Brusque. HistóriaA Corveta Mista a Hélice Belmonte foi construída nos estaleiros Augustin Normand, em Le Havre, França em 1856 tendo seu lançamento ao mar em 1857. A construção da embarcação foi supervisionada pelo Engenheiro Naval Trajano Augusto de Carvalho e pelo Almirante Tamandaré. Seu nome Belmonte foi uma homenagem as cidades de mesmo nome nas províncias da Bahia e Pernambuco. Após testes foi incorporada a armada em 1858, tendo seu primeiro comandante o Capitão-de-Mar-e-Guerra Lourenço da Silva Araújo Amazonas, e atracou no Brasil em 29 de maio de 1859.[1] Uma das primeiras missões que lhe foi confiada foi a de se juntar a divisão naval (Almirante Tamandaré), sob o comando do Primeiro-Tenente Antônio Carlos de Mariz e Barros, composta pela Fragata Amazonas e a Canhoneira Paraense, entre os meses de outubro e novembro de 1859, para escoltar o Vapor Apa que conduzia a família imperial em visita as províncias do nordeste.[1] Em janeiro de 1860 esteve no Desterro, em Santa Catarina, onde o Primeiro-Tenente Mariz e Barros foi substituído no comando pelo Primeiro-Tenente Antônio Luiz Von Hoonholtz, em fevereiro desse ano.[2] Guerra do UruguaiDurante a Guerra do Uruguai Belmonte foi incorporada no mês de julho de 1864 a esquadra que tinha como missão operar contra navios leais a Atanasio Aguirre. Neste momento estava sob o comando do Capitão-Tenente Luís Maria Piquet.[1] Durante o cerco de Paysandú a corveta participou, juntamente com as corvetas Recife, Parnahyba e as Canhoneiras Araguaya e Ivahy, no desembarque de cerca de 400 soldados entre imperiais-marinheiros, soldados do batalhão naval e praças 1º Batalhão de Infantaria de Linha além de peças de artilharia. A batalha terminou em 2 de janeiro de 1865 com vitória brasileira.[1] Guerra do ParaguaiFazendo parte da Esquadra formada pela Fragata Amazonas (capitânia), pelas Corvetas Beberibe, Jequitinhonha e Parnahyba e pelas Canhoneiras Araguary, Mearim, Ipiranga e Iguatemy comandada pelo Almirante Francisco Manuel Barroso da Silva, partiu de Buenos Aires no dia 30 de abril em direção ao Rio Paraná rumo à localidade de Três Bocas para efetivar o bloqueio dos portos sob o controle das Forças paraguaias naquelas águas. Para essa missão, recebeu a bordo 95 praças da Polícia do Rio de Janeiro e do 1º Batalhão de Artilharia do Exército, com três oficiais. No dia 9 de junho de 1865, o Capitão-Tenente Luis Maria Piquet foi substituído no comando do navio pelo 1º Tenente Joaquim Francisco de Abreu devido a uma enfermidade por ele contraída.[2] Após derrotaram os paraguaios no combate naval de corrientes em 10 de junho do mesmo ano, a esquadra partiu para as proximidades de um pequeno afluente do rio Paraná, chamado Riachuelo.[1] No dia 11 de junho se inicia a Batalha Naval do Riachuelo, quando a esquadra brasileira avista a esquadra paraguaia que tinha o intuito de capturar os navios da armada imperial para si. As 09:00 começa o embate.[1] A corveta Belmonte, com uma tripulação de 109 praças e seis oficiais, além do contingente da Polícia do Rio de Janeiro e do 1º Batalhão de Artilharia,[2] num determinado momento da batalha fica sob fogo da artilharia paraguaia se incendiando e com 37 rombos no casco, 9 mortos e 22 feridos, é conduzida pelo Primeiro-Tenente Joaquim Francisco de Abreu, ferido em combate, para uma ilha próxima se encalhando de propósito para não afundar.[3] Após seu conserto participou das ações em Mercedes, Cuevas, Passo da Pátria, Curuzu, Curupaíti, Angostura e nas ações finais da campanha do Paraguai.[1] Seu último comandante foi o Capitão-Tenente Júlio César de Noronha em 1876.[1] Foi descomissionada em Pernambuco, por meio de Aviso de 16 de janeiro de 1878, sendo então desarmada e posta a venda em leilão público.[2] Origem do nome “Brusque”A embarcação tem conexão significativa com a história de Brusque. No dia 25 de julho de 1860, atracou no Porto de Itajaí a embarcação "Belmonte", que havia partido de Desterro, atual Florianópolis. A bordo estavam importantes políticos catarinenses como o presidente da Província, Dr. Francisco Carlos de Araújo Brusque, o Major João de Souza Melo e Alvim e Alvin, o Dr. Joaquim Monteiro Caminhoa e o Barão Maximiliano von Schnéeburg.[4] Além da tripulação, Belmonte trazia consigo 55 imigrantes alemães que iniciaram oficialmente a colonização do Vale do Itajaí-Mirim, que sob administração do Barão de Schnéeburg, foi fundada a Colônia Itajahi em 4 de agosto.[5] Ainda a bordo da Belmonte, Dr Joaquim Monteiro Montanoa expressou o desejo de todos em nomear a nova colônia com o nome “Brusque”, em homenagem ao presidente da Província. O nome foi oficializado em 1890.[6] Referências
Bibliografia
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