Beilhique de Hamid
O Beilhique de Hamid ou Beilhique de Hamit-oğlu, Dinastia Hamid, Hamididas, em turco: Hamitoğulları Beyliği ou Hamidoğulları,[a] foi um dos beilhiques (beyliks, principados) anatólios que emergiu no século XIV, na sequência do declínio do Sultanato seljúcida de Rum. Governou as regiões de Eğirdir e Isparta,[1] no sul-sudoeste do que é atualmente a Turquia.[nt 1] Origem do nomeA nome da dinastia provém de Hamid, um governador de territórios fronteiriços seljúcidas, avô dos irmãos Falacadim Dundar e Iunus, fundadores, respetivamente, do Beilhique de Hamid e do Beilhique de Teke. O pai destes irmãos, Elias,[2] Teke Bei ou Teke Paxá,[3] foi governador de Antália ao serviço dos seljúcidas.[3] HistóriaFalacadim Dundar, fundador da Dinastia de Hamid propriamente dita, estabeleceu o seu beilhique na Pisídia, nos territórios interiores de Eğirdir, uma região que ganhou o nome de Hamid-eli, na rota comercial que ligava o Mediterrâneo ao Mar Negro.[2] O beilhique de Teke, fundado por Yunus, era constituído por territórios da costa mediterrânica da Lícia e da Panfília e confinava com a parte sul dos territórios hamididas. Os seus principais centros eram Antália e Korkuteli.[2] Falacadim mudou o nome de Eğirdir para Felekbâr (ou Felecabade).[4] Em 1324 é atacado por Timurtaş Noyan, o filho mais novo do emir Chupã Noiã, representante do último grande ilcã mongol da Pérsia Abuçaíde Badur. Timurtaş tenta reunificar o domínio mongol sobre a Anatólia para si próprio. Falacadim morre durante os combates.[5] Timurtaş submete os beilhiques de Hamid e de Teke e entrega Antália a Mamude, um filho de Iunus.[6] Alguns membros da família hamidida, entre os quais os filhos de Falacadim Dundar,[5] refugiam-se junto dos mamelucos, no Egito, mas voltam após Timurtaş cair em desgraça.[7] Em 1327, Cupã, caído em desgraça, é morto pelo ilcã Abuçaíde, É a vez de Timurtaş procurar refúgio no Egito, mas os mamelucos matam-no para não desagradarem a Abuçaíde.[8] Hizir (ou Khidhr), um filho de Dündar, restabelece a dinastia em Eğirdir em 1327 e conquista os distritos de Beyşehir, Seydişehir e Akşehir.[9] Em 1328, Najimadim Abu Ixaque sucede ao seu irmão. É ele quem ibne Batuta encontra aquando da sua passagem por Eğirdir (Acridur nos seus escritos):
Alguns dias depois da sua visita a Eğirdir, ibne Batuta passa em Gölhisar (Koul Hissâr no texto), na atual província de Burdur, e encontra Maomé, o Cavalheiro,[c] irmão de Ixaque:
Muzafaradim Mustafá, o filho de Maomé, o Cavalheiro, sucede ao seu tio cerca de 1344. Hucemadim Ilias, o filho de Mustafá, sucede ao seu pai cerca de 1357. O seu reinado é marcado por guerras contínuas com os caramânidas e é por eles derrotado diversas vezes.[9] Camaladim Huceine o filho de Elias, sucede ao seu pai cerca de 1374. Vende a maior parte dos seus domínios ao sultão otomano Murade I . Sabe-se que o seu filho Mustafá segue Murade I e participa na Batalha do Cosovo em 1389. O beilhique é completamente anexado ao sultanato otomano em 1391. As cidades orientais da província, ou seja, Beyşehir, Seydişehir e Akşehir, são então ocupadas pelos caramânidas e vão ser a causa de numerosos recontros militares entre estes e os otomanos.[9] A subdivisão administrativa otomana com capital em Isparta que, grosso modo, corresponde ao que é hoje a província de Isparta, era chamada Sanjaco de Hamid até aos primeiros anos da república turca.[nt 2] Quadro cronológico da dinastia
Notas
Referências
Bibliografia
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