Bartolomeu do Pilar
D. Frei Bartolomeu do Pilar de Bettencourt, O. Carm. (Vila das Velas, Ilha de São Jorge, 14 de setembro de 1667 — Belém do Pará, 9 de abril de 1733) foi um religioso carmelita, doutor em Teologia, primeiro bispo de Belém do Pará.[1][2][3] BiografiaNasceu na vila de Velas, na Ilha de São Jorge, Açores, onde foi batizado na respectiva Matriz a 21 de setembro de 1667, filho de João de Ávila Bettencourt e de Maria da Silveira.[4][5] Vestiu o hábito dos Carmelitas da Antiga Observância no Convento do Carmo, dos carmelitas calçados, da então vila da Horta, em 31 de outubro de 1686, com 19 anos de idade, e professou naquele instituto em 1 de novembro do ano seguinte. Tomou como apelido Pilar, o orago da Ermida de Nossa Senhora do Pilar que existe no Morro das Velas, próximo da casa onde nasceu.[6] Ainda no Convento do Carmo da Horta, demonstrou grande interesse pelas questões da ciência e dedicou-se aos estudos teológicos. Foi aí escolhido para lente de Teologia da escola que funcionava anexa àquele convento. Visando aperfeiçoar os seus conhecimentos teológicos, foi transferido para o Colégio do Carmo de Coimbra para frequentar o curso de Teologia na Universidade de Coimbra, onde foi admitido em 21 de outubro de 1691. Terminada a formatura, defendeu conclusões públicas na presença do geral da Ordem do Carmo.[1] Por escolha do padre Bartolomeu de Quental, fundador da Congregação do Oratório, foi mandado para Pernambuco. Foi ali professor de Teologia e Filosofia, durante 12 anos, e viria a ocupar o lugar de prefeito dos Congregados do Oratório no Brasil. Nestas funções distinguiu-se pela qualidade dos discípulos que formou na casa da Congregação do Oratório, no Recife, onde chegou no princípio do ano de 1696.[1] Retornou a Portugal, recolhendo-se ao Convento do Carmo em Lisboa, regressando seguidamente a Coimbra, em cuja Universidade obteve o doutoramento, recebendo o grau de Doutor na Sagrada Teologia no dia 16 de março de 1702. O grau académico foi-lhe entregue das mãos do cardeal Michelangelo Conti, então núncio apostólico em Portugal e futuro Papa Inocêncio XIII. Recebeu provisão de qualificador do Tribunal do Santo Ofício em 4 de dezembro de 1704, sendo depois nomeado comissário desse mesmo tribunal em Pernambuco. Bispo de Belém do Pará (Brasil)Frei Bartolomeu do Pilar foi eleito bispo de Grão-Pará, por D. João V, em 9 de novembro de 1717, e apresentado à Santa Sé para ser o primeiro bispo do Gran Pará. Foi confirmado pelo papa Clemente XI, no dia 4 de março de 1720, aos 52 anos de idade. A sua ordenação episcopal ocorreu no dia 22 de dezembro de 1720, tendo como principal consagrante D. Tomás de Almeida, primeiro Patriarca de Lisboa, e como co-consagrantes D. João Cardoso Castelo, arcebispo de Lacedemónia, e D. Manuel Álvares da Costa, bispo de Angra.[7] Tomou posse da diocese por procuração no dia 13 de julho de 1721, por meio de frei Vitoriano Pimentel. Chegou a Belém no dia 29 de agosto de 1724, fazendo sua entrada solene e inaugurando o sólio episcopal paraense no dia 21 de setembro de 1724. Na diocese distinguiu-se como educador, pregador, catequista e pela modéstia com que vivia. Faleceu em Belém do Pará, Brasil, no dia 9 de abril de 1733, aos 65 anos de idade.[1] Seu corpo foi sepultado no presbitério da Catedral Metropolitana de Belém.[8] SucessãoD. Bartolomeu do Pilar foi o 1.º bispo de Belém do Pará (ao tempo 1.º bispo de Grão-Pará ou Gran Pará). Teve como sucessor D. Guilherme de São José António de Aranha. ObrasÉ referido como tendo escrito várias obras, de que apenas duas se conhecem impressas:
Referências
Bibliografia
Ligações externas
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