Back to Black (canção) Nota: Se procura o álbum homônimo, veja Back to Black.
"Back to Black" é uma canção gravada pela cantora e compositora britânica Amy Winehouse para o seu segundo álbum de estúdio homônimo, editado em 2006. A composição foi realizada por Winehouse com o auxílio de Mark Ronson, que foi também o responsável por sua produção. A faixa foi inspirada pelo fim do romance da intérprete para com um rapaz que conhecera em 2005 e pelas consequências provenientes disso. Após meses sem realizar sequer uma gravação, a artista foi apresentada a Ronson, em 2006, com quem iniciou uma relação de amizade que influenciou profundamente o seu processo criativo. Apenas um dia após serem apresentados um ao outro, Ronson compôs parte da melodia da canção e a expôs a Winehouse, que, imediatamente, escreveu as letras e aperfeiçoou os arranjos da obra em apenas duas horas. A sua gravação ocorreu em março de 2006, nos estúdios Dap King, Chung King — ambos em Nova Iorque — e Metropolis — em Londres. Descrita como obscura e fúnebre, "Back to Black" é uma canção soul influenciada pela atmosfera e ritmo da Motown dos grupos femininos dos anos 1960. Com instrumentação fortemente reverberada e uma "quebra rítmica" na ponte, a faixa relata a mágoa e o sofrimento de Winehouse provocados pelo fim de um romance, os quais são metaforicamente representados pelo sentimento de luto. O tema foi lançado como o terceiro single do disco em 30 de abril de 2007 em território britânico através da gravadora Island Records. Já na América do Norte, foi disponibilizado como o quarto single do material através da Universal Music, tendo sido enviada às estações radiofônicas apenas em outubro de 2007. Noutros locais, o seu lançamento como single ocorreu a partir de 2008. A faixa foi recebida com aclamação pelos críticos musicais, que elogiaram os vocais "emotivos" de Winehouse, a sonoridade sessentista da canção e a franqueza de suas letras, bem como a produção Wall of Sound de Ronson. Tal repercussão resultou em sua inclusão em listas sobre os melhores lançamentos do ano por publicações várias, bem como no catálogo "Melhores Canções dos Anos 2000", do periódico americano Rolling Stone. Comercialmente, a faixa obteve êxito sobretudo nas nações europeias: o registro alcançou uma posição entre as cinco primeiras colocações nas tabelas de Alemanha, Áustria, Itália e Turquia — tornando-se o mais bem-sucedido single de Winehouse a solo nas três primeiras supracitadas nações — e conquistou a liderança na Grécia e nas estações radiofônicas de Polônia. No Reino Unido, por sua vez, a canção, a princípio, não registrou o mesmo sucesso, convertendo-se no primeiro single do disco a não alcançar uma posição entre as vinte primeiras colocações da UK Singles Chart. A faixa apenas recebeu maior atenção após o falecimento da cantora, em 2011, quando registrou fortes vendas que a conduziram ao oitavo lugar da tabela. Como resultado, foi premiado com "Disco de Platina" pela British Phonographic Industry (BPI) e transformou-se no segundo lançamento mais vendido de Winehouse a solo.[A 1] Nos Estados Unidos, não figurou na Billboard Hot 100, mas traçou um percusso pelas tabelas alternativas da Billboard e foi, mais tarde, premiada com "Disco de Platina" pela Recording Industry Association of America (RIAA), tornando-se a segunda canção de Winehouse a realizar a proeza. O vídeo musical relativo à canção foi dirigido por Phil Griffin e foi lançado em 14 de março de 2007 na plataforma digital YouTube, estreando no iTunes em 19 do mesmo mês. As suas filmagens ocorreram em fevereiro de 2007 no cemitério Abney Park, nos Jardins Gibson e nas dependências de um edifício localizado em Stoke Newington, todos em Londres. Totalmente em preto-e-branco, a obra retrata o cortejo fúnebre do coração de Winehouse. Disponibilizado na plataforma de vídeos Vevo apenas em dezembro de 2009, o vídeo foi o primeiro de Amy Winehouse a ultrapassar as 100 milhões de visualizações. A gravação concorreu ao troféu "Melhor Vídeo Musical" no MOBO Award de 2007. Como forma de divulgação, a cantora apresentou a canção em festivais musicais, programas televisivos e premiações, incluindo o MTV Europe Music Award de 2007, em que a sua atuação dividiu os críticos musicais, e incluiu-a no repertório de sua turnê. Além disso, "Back to Black" foi regravada e/ou apresentada ao vivo por diversos artistas. Em 2013, os artistas americanos Beyoncé e André 3 000 regravaram a canção para o filme O Grande Gatsby e foram fortemente criticados pelo pai de Amy Winehouse. Antecedentes e elaboraçãoCom o lançamento de seu disco de estreia, Frank (2003), Winehouse dedicou-se fortemente à sua divulgação, de modo que passou a maior parte do ano de 2004 a excursionar pelo Reino Unido. Apesar dos resultados positivos obtidos financeiramente, a turnê esgotou a artista em termos criativos.[1] Isto porque Winehouse apenas escrevia sobre acontecimentos pessoais, como a própria afirmou em entrevistas, de modo que a promoção de seu disco não atendia às suas expectativas como letrista.[2][1] A ausência de criatividade logo se transformou em um bloqueio de escritor e a cantora permaneceu cerca de dezoito meses sem realizar sequer uma composição.[3][4] Por essa altura, Winehouse costumava frequentar pubs em Londres e, em um dos supracitados estabelecimentos, em Camden Town, conheceu um rapaz chamado Blake Fielder-Civil,[5] com quem iniciou uma relação amorosa pouco depois. Blake, porém, era comprometido e preferiu permanecer com a sua parceira a comprometer-se com Winehouse.[6] O rompimento provocou graves alterações no estado de humor da cantora, que se viu em momentos "deveras sombrios", como a própria descreveu.[7][6] Profundamente deprimida, Winehouse começou a ingerir bebidas alcoólicas de maneira excessiva e a alimentar-se mal, o que, agravado por seus transtornos alimentares, culminou com a sua drástica perda de peso.[8][9][7] O longo período de inatividade de Winehouse, porém, desagradou à sua gravadora, que, a certa altura, chegou a pressioná-la por qualquer material novo. "Completaram-se dois anos desde o lançamento do último disco e [executivos da gravadora], de fato, disseram-me, 'Ao menos queres fazer um novo disco?', e eu disse-lhes, 'Asseguro-vos de que o farei em breve' [...] 'Quando eu começar a compô-lo, eu irei escrever, e escrever, e escrever. Apenas preciso de começar'", relatou a cantora.[3] Para ajudá-la a fazer fluir o seu processo criativo, Guy Moot, presidente criativo da empresa EMI Publishing do Reino Unido e do continente europeu, resolveu apresentá-la a Mark Ronson.[10] Embora conhecesse o seu trabalho, Ronson nunca fora apresentado formalmente à cantora.[11] Àquele momento, Winehouse encontrava-se em Nova Iorque, em busca de alguém com quem trabalhar em seu disco, de modo que os dois foram apresentados um ao outro dias depois no estúdio de Ronson.[11] A princípio, a artista estava relutante em relação ao rapaz, como a própria relatou: "Sabia o que queria fazer no disco e não sou uma pessoa muito flexível". Após conversarem sobre música, a cantora exibiu-lhe os grupos musicais que escutara, "algumas coisas atmosféricas, como The Shangri-Las, bem como alguns grupos doo-wop, como The Flamingos e The Drifters", afirmou Winehouse, e revelou-lhe que almejava elaborar um disco que soasse como aqueles artistas. Ronson, então, comprometeu-se em elaborar algo àquela noite e mostrar-lhe o resultado no dia seguinte.[12] O rapaz inspirou-se nas canções que Winehouse lhe havia apresentado, especialmente em "Remember (Walking In The Sand)", das Shangri-Las,[13] e elaborou os riffs de piano — que fariam parte dos versos da faixa homônima de Back to Black —, sobrepondo-os a batidas de tambores e notas de pandeireta e adicionando-lhes forte reverberação.[14] Conforme o combinado, Ronson levou a gravação para a artista no dia seguinte, que ficou deveras satisfeita com o resultado.[11] "Mark regressou com essa incrível batida que constituiu a base para a faixa-título [do disco Back to Black]. Tudo apenas se encaixou", exclamou a cantora.[12] Imediatamente, a cantora escreveu as letras da canção e concluiu a melodia em apenas duas horas. A gravação da faixa ocorreu em março de 2006.[15] No estúdio Chung King, em Nova Iorque, foram fonografados os vocais de Winehouse. Bateria, piano, guitarra e contrabaixo foram gravados ao vivo e simultaneamente em um cômodo do estúdio Dap King, com o grupo musical The Dap-Kings, uma vez mais em Nova Iorque. Instrumentos de corda, percussão e metais foram registrados separadamente no estúdio Metropolis, em Londres.[16] LançamentoNo Reino Unido, a faixa-título foi anunciada como o terceiro single do disco Back to Black em 15 de fevereiro de 2007 pela revista Uncut. Inicialmente, o seu lançamento estava previsto para ser realizado em 2 de abril.[17] Em 7 de março, porém, o periódico NME divulgou que a liberação da canção como canção de trabalho havia sido adiado para o dia 16 do mesmo mês.[18] O lançamento oficial da canção seria adiado novamente por mais catorze dias,[19] mas a divulgação da obra foi realizada gradativamente nas rádios e em plataformas de vendas on-line britânicas ao longo do mês de abril, inclusive por meio de remixes e edições alternativas. Primeiramente, a faixa foi enviada às estações da BBC Radio 1 como uma gravação promocional, em 4 de abril,[20] vindo a ser disponibilizada pela Island Records em formato digital em 22 do mesmo mês no site oficial da artista.[19] No dia seguinte, a gravadora enviou às rádios britânicas uma edição da obra com duração reduzida, destinada exclusivamente a airplay,[21] e no dia 26 disponibilizou um vinil de sete polegadas de edição limitada, contendo a edição oficial da canção e uma versão remisturada pelo grupo musical The Rumble Strips — que, posteriormente, recebeu um lançamento individual.[22][23] O lançamento oficial da canção como single ocorreu em 30 do mesmo mês, aquando se realizou a sua comercialização em formato físico, mais precisamente em CD single, em que estavam incluídos os covers de "Valerie", gravado no programa Jo Whiley's Live Lounge, da BBC Radio, e de "Hey Little Rich Girl" — originalmente lançadas por The Zutons e The Specials, respectivamente — e o vídeo promocional da canção.[24] Concomitantemente à sua edição em formato físico, foram enviados às plataformas digitais uma remistura com o musicista Steve Mac e um vinil de doze polegadas, contendo três remixes e a gravação oficial.[25][26] A versão remisturada pelo grupo The Rumble Strips, conforme anteriormente mencionado, foi disponibilizada individualmente para downloads em 7 de maio, assim como uma gravação experimental da canção, liberada em 14 do mesmo mês.[27][28] O primeiro país em que a faixa foi oficialmente disponibilizada foi a Rússia, onde estreou nas rádios hot adult contemporary em 9 de abril de 2007 como o segundo single de Back to Black.[29] Na América do Norte, a gravação estreou por meio do site Amazon.com dos Estados Unidos, em que foi disponibilizado em formado CD single, em 22 de março de 2007, antes mesmo de ser lançada como single.[30] No Canadá, a obra foi enviada às lojas on-line em formato CD-Maxi apenas em 7 de maio.[31] O seu lançamento como canção de trabalho nos Estados Unidos ocorreu apenas em 28 de outubro, quando a faixa foi enviada às estações radiofônicas modern rock americanas, vindo a ser lançada nas estações mainstream em meados de novembro.[32][33] Noutras regiões, o seu lançamento ocorreu a partir de 2008, havendo variação em relação à sua cronologia enquanto canção de trabalho. Em França, por exemplo, foi enviado às estações radiofônicas como o terceiro single de Back to Black em 7 de janeiro de 2008.[34] O single foi editado em formato físico, mais precisamente CD-Maxi, em 7 de março de 2008.[35] Simultaneamente, foi disponibilizado na Alemanha em formato CD single, contendo a edição original e um versão remisturada.[36] Lá, porém, "Back to Black" foi lançado como o quarto single do disco.[37] Em Espanha, foi, concomitantemente, lançado em formato CD-Maxi,[38] apesar de apenas ter sido enviado às estações radiofônicas como single três meses mais tarde.[39] Nos Países Baixos, a faixa apenas foi lançada como single em 5 de agosto de 2011, após o falecimento de Winehouse, que ocorrera no mês anterior.[40] Estrutura musical e letra
Com andamento moderado e duração de quatro minutos e um segundo (4:01), "Back to Black" é uma balada de estilo soul influenciada pelas canções dos grupos femininos e dos grupos doo-wop dos anos 1960.[41][42][43] De acordo com Mark Ronson, produtor musical da canção, a faixa combina o soul clássico dos anos 1960 ao sentimento de desespero e ao desejo de morte provocados pelo fim de um romance, ao que ele chamou "o estilo 'Remember (Walking In The Sand)', das Shangri-las".[13] Orientada por "lúgubres" e "melancólicos" riffs de piano, que utiliza a técnica staccato, e por "cordas tenebrosas",[44][45] a canção apresenta ambiente sonoro lutuoso e obscuro construído por grooves e acordes Motown reminiscentes das baladas sessentistas e a sua produção é caracterizada por apresentar a técnica Wall of Sound.[46][47][48][49] Darcie Stevens, do Austin Chronicle, afirmou que a gravação provoca calafrios.[50] Para Christian John Wikane, do PopMatters, a canção faz recordar a "atmosfera de mau presságio de 'Remember (Walking In The Sand)', de The Shangri-Las",[51] enquanto John Murphy, do MusicOMH, recordou-se de "Jimmy Mack", de Martha & The Vandellas, embora tenha reconhecido ser "Back to Black" muito mais obscuro que aquela.[52] Alex MacGregor, do site UKMix, comparou os riffs de piano utilizados em "Back to Black" aos de "Baby Love" (1964), do grupo The Supremes.[53] Já editores da BBC afirmaram que as notas staccato do piano "conduzem [os ouvintes] a esfumaçados e sombrios bares de soul dos anos 1960, do tipo que nenhum de nós tem idade suficiente para se recordar deles".[45] Durante a ponte, a canção apresenta uma "quebra rítmica", em que o ritmo se desacelera e a ressonância se torna mais baixa, enquanto Winehouse repete a palavra "black" com sons de sinos ao fundo.[54] Stephen Marche, da revista canadense Maclean's, descreveu essa parte da canção como "um estranho e poderoso momento, diferente de tudo na música pop".[54] A canção é encerrada com batidas à "Be My Baby" (1963), das Ronettes.[55] Os vocais da artista foram comparados aos de Etta James e foram descritos como "emotivos" e como um reflexo do sofrimento e da saudade que Winehouse sentiu.[42][48][56] De acordo com a partitura musical publicada pela Sony/ATV Music Publishing, "Back to Black" foi composta em uma clave de Ré com um ritmo de 130 batidas por minuto. Os vocais da cantora abrangem-se entre a baixa nota de Sol3 a Sol4.[57] Liricamente, a canção descreve a mágoa sentida por Winehouse em decorrência do fim de um romance, bem como todas as consequências disso, tendo sido caracterizada por Justin Myers, da Official Charts Company, como "uma poderosa narrativa sobre saudade e perda".[42] Steve Kandell, da revista Spin, descreveu-a como "uma canção dramática sobre embriagar-se devido ao fato de o homem que ela [Winehouse] ama não romper com a sua namorada".[58] As suas letras foram descritas como reflexivas, melancólicas, desoladoras, francas e contemporâneas.[59][60][41] De acordo com Jack Aiello, do site Yahoo!, nelas Winehouse expõe a sua "dramática queda-livre rumo à desesperança e à solidão".[41] Leah Greenblatt, do Entertainment Weekly, descreveu-a como "uma balada lúgubre, um lento e deliberado espiral em direção a belíssimo desespero".[61] Lisa Wright, da revista NME, classificou-a como "uma genuína e angustiante canção sobre rupturas amorosas em que Winehouse disseca, com brutal franqueza, uma relação nociva".[62] Hilary Hughes, do Village Voice, descreveu a canção como "um rigoroso relato de uma desprezada mulher em que ela reflete sobre a infidelidade de seu namorado".[63] Conforme anteriormente mencionado, o fim de um relacionamento amoroso de Winehouse foi a inspiração para a composição da maior parte do disco Back to Black. Consequentemente, a sua faixa-título refere-se a tal, bem como as consequências provenientes disto, mais precisamente o abuso de narcóticos e bebidas alcoólicas.[64][65] Nela, Winehouse classifica as consequências desse rompimento como um período de luto ou lamentação e utiliza-se de linguagem apropriadamente fúnebre para descrevê-las.[66][67] Em entrevista ao periódico britânico The Sun, em outubro 2006, Winehouse refletiu sobre as canções do disco Back to Black, tendo descrito o conteúdo lírico da faixa homônima da seguinte maneira: "É sobre quando tu terminas um relacionamento e voltas a fazer aquilo que te acalenta. O meu ex voltou para a sua namorada e eu, a ingerir bebidas alcoólicas e a tempos sombrios".[4] Em suas linhas de abertura ("He left no time to regret, kept his dick wet, with his same old safe bet, me and my head high, and my tears dry, get on without my guy),[A 2] a cantora afirma tentar manter-se forte e seguir em frente apesar de todo o sofrimento e rancor que lhe fora causado pelo abandono de seu amante.[68] No entanto, revela que o rompimento a conduziu a "momentos negros" — os problemas com bebidas e drogas, bem como os transtornos de humor —,[67] conforme profere no trecho "I tread a troubled track",[A 3] afirmando ter sido o consumo de bebidas alcoólicas e substâncias psicoativas a saída por ela encontrada para superar a dor da separação ("My odds are stacked, I'll go back to black").[A 4][69][65][58] As substâncias químicas que envolviam a relação do casal é uma vez mais referenciada no trecho "I love you much, it's not enough, you love blow and I love puff",[A 5] em que Winehouse a vê como um dos obstáculos para o romance.[64][58] Proferido com angústia, o refrão da canção — composto pelas frases "We only said goodbye with words, I died a hundred times, you go back to her, and I go back to black" — evidencia o cerne de seu conteúdo lírico: nas palavras de Amanda Wicks, da CBS Radio, "a forma como a cantora foi deixada para trás a recolher os pedaços de uma imagem que ela almeja recuperar mesmo se as suas fissuras permanecerem visíveis".[A 6][70][56] Laura Barton, do Guardian, encontrou nas letras da obra uma fusão de orgulho e carência, evidenciada, respectivamente, pelos trechos "You love blow and I love puff" e "And life is like a pipe/ And I'm a tiny penny rolling up the walls inside".[A 7][71] Na ponte da canção, em que o ritmo se desacelera, a cantora apenas repete a palavra "black". Sobre esse trecho, Amanda Wicks, uma vez mais no site da CBS Radio, comentou: "A arrepiante invocação da palavra tornou-se um Mantra do qual ela não conseguiu escapar, um vazio que ameaçou ruir a sua própria subjetividade".[56] Crítica profissional
Após o seu lançamento, "Back to Black" recebeu aclamação dos críticos musicais. Nick Levine, do site britânico Digital Spy, por exemplo, premiou a canção com quatro estrelas entre cinco e proferiu: "A faixa-título é uma autêntica canção Spectoriana, com letras sobre o fim de um romance, cordas melodramáticas e vocais absolutamente emocionantes [...] Sim, ela soa desoladora e autodestrutiva, mas Amy Winehouse possui talento para gastar. Será espantoso o motivo por que estamos todos tão fascinados?".[72] Na revista conterrânea NME, resenhistas afirmaram: "A deleitável Srt.ª Winehouse regressa a inspirar uma estranha mistura de luxúria animalesca e ansiedade assustadora em garotos indies pálidos de todos os lugares. Essa é uma canção sobre o fim de um romance com uma diferença — a diferença! A maioria das canções do gênero não contém letras sobre o uso de substâncias psicoativas nem recordam o úmido órgão genital de seu ex-amente com uma voz tão vibrante que tu poderias usá-la como massageador para as costas".[73] Similarmente, nas páginas do periódico americano Entertainment Weekly, Will Hermes declarou: "A faixa-título invoca as Shangri-Las, apesar de fazer uma referência à anatomia masculina que certamente poderia ter feito as heroínas dos grupos femininos dos anos 1960 ruborizarem-se".[77] Analistas do tabloide britânico Daily Mirror escreveram: "Com a Amy não há um momento de tédio, [...] e isso inclui a faixa-título do disco, um maravilho conto, opulento mas amargo, de um caso de amor confuso que deu errado".[76] Repórteres do Manchester Evening News concederam à faixa cinco estrelas entre cinco permitidas, afirmando: "Justamente quando começas a pensar que ela não conseguirá algo melhor que o single anterior, ela surge com esse clássico instantâneo ao estilo 1960. A voz está tão fascinante como o sempre foi, mas com Mark Ronson a cargo da produção o resultado é retrógrado e contemporâneo [...] Esta faixa é um dos melhores singles do ano".[75] Alexandra Pollard, da revista britânica Gigwise, descreveu a faixa como uma "síntese do talento de Winehouse para a verdadeira e devastadora poesia".[78] Fraser McAlpine, do site BBC Radio 1, aclamou a faixa em sua revisão, premiando-a com quatro estrelas entre cinco. McAlpine proferiu: "Depressão visceral e atos de genialidade frequentemente caminham aos pares, e esta [canção] não foge à regra. Essa faixa é certamente o destaque de seu novo disco [de Winehouse], pois é intensamente profunda e luxuriante". O editor prezou a orquestra da canção, que "parece conter todos os instrumentos conhecidos pelo ser humano", assim como o "piano hipnótico" e as "cordas lúgubres" e enfatizou os vocais de Winehouse, afirmando: "Aqui, a verdadeira estrela é a voz magoada e emotiva de Amy — toda a angústia, o sofrimento e a mágoa presentes em sua escrita ressoam em seus vocais". Fraser afirmou ser difícil pensar em um exemplo de "canção sobre dor" a que se referira Xander Harris melhor que "Back to Black" e finalizou: "O único aspecto realmente negativo que eu consigo encontrar nesta faixa é o fato de ela não ser adequada a ouvir-se se estiveres alegre — é a canção mais entristecedora que encontrei em tempos".[19] Christian John Wikane, do PopMatters, chamou à faixa "fascinante".[51] No site 4Music, editores concederam ao tema dez estrelas entre dez permitidas, afirmando: "É difícil imaginar como esta canção poderia ser melhor. Simplesmente tão bom quanto as canções fortemente reverberadas dos grupos femininos dos anos 1960 que lhe serviram de inspiração. Possivelmente, é melhor". Prezou-se as letras do registro, nas quais Winehouse fala sobre "o amor, sexo, drogas e sobre quão conhece a sua própria mente, mas mesmo assim se magoou de tal maneira que somente adultos podê-lo-iam experienciar".[74] Alex Denney, da revista eletrônica Drowned In Sound, percebeu que o disco Back to Black demonstra "determinação e seriedade", melhores ilustradas em sua faixa-título, à qual chamou "assustadora".[79] No site BBC Music, Matt Harvey descreveu a faixa como uma das que exibem Winehouse "monstruosamente torturada" e prezou os vocais da artista na gravação, em que é exibido "o tipo de profundidade com o qual Marc Almond sempre sonhou".[80] Nas páginas do tabloide escocês Daily Record, repórteres declararam: "É incrível e ridiculamente bom. Ela está em chamas nesta faixa".[76] Sal Cinquemani, editor da revista Slant, descreveu-a como "o auge não somente de Winehouse como do produtor Mark Ronson". Consequentemente, a canção ocupou o 11.º lugar da lista "Os Melhores singles de 2007" elaborada pela publicação.[81] Na lista homônima do POPJustice, o tema foi classificado em 39.ª colocação.[82] Um repórter do site KQED declarou que a canção foi o seu "lançamento preferido do ano", atribuindo a sua classificação à produção retrô realizada por Ronson, que recriou o autêntico soul dos anos 1960, e à insistência de Winehouse em modernizá-la através das letras.[47] A obra foi incluída em 98.ª colocação no catálogo "Melhores Músicas da Década de 2000", da Rolling Stone, cujos editores escreveram: "Drama era o estilo dos clássicos grupos femininos dos anos 1960 combinado à exuberante produção Wall of Sound Spectoriana realizada por Mark Ronson. A sensibilidade foi um pouco modernizada. E a entrega vocal tempestuosa e comovente? Puramente Winehouse".[83] A NME colocou-a em 61.ª posição em sua lista sobre os melhores lançamentos do decênio por ser a faixa que "comprova quão profundo e valioso o disco Back to Black é".[60] Além disso, repórteres da revista incluíram-na em 60.º lugar na lista "500 Melhores Canções de Sempre".[84] Vídeo musicalAs filmagens do vídeo musical relativo à canção ocorreram em 7 de fevereiro de 2007,[85] nos Jardins Gibson, no Abney Park Cemetery e em um edifício localizado em Chesholm Road, todos em Stoke Newington, em Londres. As gravações ficaram sob a direção de Phil Griffin, que trabalhara com Winehouse nos vídeos de "Rehab" e "You Know I'm No Good", ambos lançados em 2006, e a edição do material foi realizada por Mark Alchin.[86][87] O roteiro da produção foi escrito por Winehouse e Griffin em apenas um dia.[88] Fotografias das gravações foram divulgadas na Internet no dia seguinte. Uma delas, que exibia uma lápide com os dizeres "R.I.P The Heart of Amy Winehouse" ("Descanse em paz o coração de Amy Winehouse", em português), despertou a atenção da imprensa, como a dos editores do Evening Standard, que, devido aos escândalos de Winehouse envolvendo bebidas alcoólicas e substâncias psicoativas, ironizaram nas páginas do periódico: "Será esta uma estanha visão do futuro de Amy Winehouse?'".[85] A produção estreou em 14 de março de 2007 na plataforma digital de vídeos YouTube.[89] Cinco dias mais tarde, a obra foi disponibilizada para comercialização no iTunes Store, vindo a ser enviada ao site da emissora televisa americana MTV em 30 de outubro do mesmo ano — pouco após o lançamento da faixa como single na América — e em 3 de novembro ao site português SAPO.[90][91][92] Mais tarde, o vídeo foi reunido em um extended play (EP) juntamente com os de "Rehab", "You Know I'm No Good", "Tears Dry on Their Own", "Love Is a Losing Game" e o vídeo de uma apresentação ao vivo da faixa realizada por Winehouse no festival South by South West, nos Estados Unidos. O EP foi, posteriormente, disponibilizado para comercialização no iTunes.[93] Totalmente em preto-e-branco, o vídeo exibe Winehouse no cortejo fúnebre de seu próprio coração.[86] Nele, a artista dirige-se junta a uma procissão rumo a um cemitério em que deixará o símbolo de seu perdido amor a descansar.[66] A gravação inicia-se com as imagens de um cômodo em que estão presentes a cantora sentada em uma poltrona e dois homens. Em frente à residência, um grupo de pessoas — presumivelmente amigos e familiares — aguardam a artista para irem ao funeral.[87] Vê-se, pouco depois, Winehouse a descer as escadas e a entrar em um automóvel, que a levará até ao local onde se realizará o velório. Durante o percurso, a cantora sai do veículo e continua a trajetória a caminhar à sua frente até ao local onde ocorrerá a cerimônia. Lá chegando, é retirada de um automóvel uma pequena caixa, em que o coração da artista está, a qual é conduzida até a uma cova. A artista joga uma flor de cor branca sobre a caixa, enquanto a observa juntamente com outras pessoas por alguns segundos. Neste momento, é reproduzida a ponte da canção, em que o seu ritmo se desacelera e é repetida a palavra "black", e em certo momento é focado o rosto da artista com os olhos repletos de lágrimas. A esse versículo, é intercalado outro em que Winehouse aparece a sós sentada em uma cama. Um rapaz põe um pouco de terra sobre a caixa; outros deixam o local. A canção recupera o ritmo inicial pouco depois, e todos deixam o local em seguida. Winehouse é a única a permanecer. Ao fim, a artista é vista a pegar um pouco de terra, joga-o sobre a caixa e deixa o local em seguida.[92] Após o seu lançamento, o vídeo concorreu ao troféu "Melhor Vídeo Musical" na cerimônia de entrega de prêmios britânica MOBO Awards, mas perdeu-o para "Stronger" (2007), de Kanye West.[94] Justin Myers, da Official Charts Company, descreveu o vídeo como "sombrio" e destacou-o pelo fato de a obra ser a primeira a exibir com nitidez o penteado beehive de Winehouse.[42] Guilherme Bryan, do site Yahoo!, caracterizou-o como "uma produção cinematográfica dos anos 1950, com certo ar de filme noir".[86] O repórter e escritor Donald Brackett descreveu a gravação como uma "obra neorrealista", "um dos vídeos mais visualmente sugestivos de sua curta carreira" e "possivelmente, o vídeo mais efetivamente ilustrativo desde que Michael Jackson encarnou o espetacular Bob Fosse em seu vídeo épico de "Billie Jean", em 1982".[87] Após o falecimento de Winehouse, a obra retornou em nono lugar entre os vídeos mais reproduzidos pelos espectadores do Yahoo! Music nos Estados Unidos.[95] Publicada na plataforma de vídeos Vevo apenas em 23 de dezembro de 2009,[96] a produção ultrapassou a marca de 100 milhões de visualizações em novembro de 2015, de modo que recebeu o chamado "Certificado da Vevo" — o primeiro de Winehouse a realizar a proeza.[97] Até 29 de dezembro, o teledisco registrava mais de 110 milhões de reproduções no serviço.[98] Apresentações ao vivo"Back to Black" foi por Winehouse interpretada pela primeira vez ao vivo em 10 de setembro de 2006, no pub The Fleece, em Bristol, Inglaterra.[99] Analisando a apresentação, Michael Deacon escreveu nas páginas do Daily Telegraph que a faixa era "a melhor das novas canções".[100] A artista executou-a novamente no dia 12 na Bloomsbury Ballrooms, uma vez mais em Londres.[101] Em meados de outubro, Winehouse interpretou cinco canções, entre as quais "Back to Black", em uma sala de exposição da empresa Gibson Guitar a pedido da empresa de telecomunicações Tiscali, que, posteriormente, transmitiu a gravação da apresentação em seu site.[102][103] Acompanhada apenas por um guitarrista, a cantora "cantava e ululava, ostentando sem esforço devastadora e emotiva voz" durante a execução da faixa-título de Back to Black, nas palavras de um repórter do OkayPlayer.[103] Em novembro, Winehouse iniciou uma excursão em casas de espetáculos pela Inglaterra e Escócia,[104] entre as quais a Oran Mor, em Glasgow, a KoKo, em Londres, e a Birmingham Academy, em Birmingham, nos dias 12, 14 e 16, respectivamente, tendo incluído a faixa em sua set list.[105][106][107] A artista foi uma das atrações do concerto beneficente Little Noise Sessions, realizado em 24 de novembro com vistas à arrecadação de recursos para a MENCAP, uma instituição filantrópica que assiste pessoas com deficiência mental. Lá, a artista executou canções de Frank e Back to Black, inclusive a faixa homônima deste, para além dos covers "We're Still Friends" e "I Love You More Than You'll Ever Know", ambas de Donny Hathaway.[108] "Back to Black" foi por Winehouse incluída no repertório de sua apresentação no AOL Music Live! Winter Warmer, no Reino Unido, em 29 do mesmo mês.[109][110] A empresa AOL, promotora do evento, gravou as apresentações dos artistas e, mais tarde, reuniu algumas canções, entre as quais "Back to Black", em um CD, lançando-o no iTunes em 2007.[111] Em 3 de dezembro, a intérprete dirigiu-se à Irlanda para exibir-se no festival Other Voices. Acompanha apenas por um guitarrista e por um baixista,[112] a cantora executou "Back to Black" juntamente com "Tears Dry on Their Own", "Love Is a Losing Game", "Rehab" e "Me & Mr. Jones".[113] Ainda em 2006, a artista participou do programa televisivo britânico London Live — mais conhecido como The Album Chart Show —, transmitido pela rede Channel 4, no qual apresentou a gravação.[114] "Back to Black" constou no repertório da primeira apresentação ao vivo de Winehouse nos Estados Unidos, que ocorreu no Joe's Pub, em Manhattan, Nova Iorque, em 16 de janeiro de 2007.[115] A cantora executou a faixa novamente em seu concerto no evento ShockWaves NME Awards, sediado em Londres, em 19 de fevereiro.[116] Em 8 de março, a intérprete incluiu a canção na set list de um concerto realizado no Porchester Hall, em Londres, gravado pela BBC One.[117] Cinco dias mais tarde, realizou a sua segunda apresentação na América. Utilizando um vestido negro ornado com bolinhas brancas, Winehouse exibiu-se na casa de espetáculos Bowery Ballroom, em Nova Iorque, em 13 de março — dia no do lançamento do disco Back to Black nos Estados Unidos —, e "seduziu a multidão com quatro canções consecutivas de seu novo disco, incluindo a dilacerante faixa-título", nas palavras de Amelia McDonell-Parry, repórter da Rolling Stone.[118] A cantora foi a atração de uma série musical intitulada 45th at Night, da MTV, filmada em 2007 no estúdio One Astor Plaza, localizado na Times Square. Lá, Winehouse e a sua banda realizaram "intensa e comovente" interpretação, nas palavras de James Montgomery, repórter do canal, de canções como "Back to Black", "Rehab", "Me & Mr. Jones", "You Know I'm No Good" e "Love Is a Losing Game" — a última contou com a participação de Mos Def.[119] Ao longo de 2007, "Back to Black" foi incluída no repertório das apresentações de Winehouse em festivais musicais — como o South by South West,[120] Coachella Valley Music & Arts,[121] o Isle of Wight,[122] o Glastonbury,[123] o Eurockéennes de Belfort,[124] o Virgin,[125] o Lollapalooza,[126] entre outros — bem como no de sua excursão pelo continente europeu e pelo Norte da América.[127] Em 1.º de novembro, a artista compareceu ao MTV Europe Music Award de 2007 — àquele ano sediado em Munique, Alemanha. Uma adição de última hora à cerimônia, a participação de Winehouse foi anunciada pela MTV na manhã do dia 1.º, e o evento foi realizado à noite.[128] Àquela edição, a cantora concorria a quatro troféus, dos quais venceu um.[129] Após receber o galardão, Winehouse assistiu ao restante da cerimônia com Blake Fielder-Civil, o seu cônjuge, e apresentou-se horas depois.[130] Utilizando um curto vestido jeans com um grosso e negro cinto e um lenço vermelho em seu cabelo, a artista executou "Back to Black".[131] A sua apresentação, no entanto, foi fortemente criticada pela imprensa, que classificou a artista como "insegura" e relatou a sua "dificuldade em recordar a letra da canção".[132] O site da MTV noticiou que a artista estava "cambaleante" no palco, enquanto Jason Gregory, da revista Gigwise, classificou-a como "praticamente inaudível" e chamou à sua apresentação "terrível".[131] Vicki Hyman, do periódico americano New Jersey, escreveu: "Foi necessário assistir ao vídeo da atuação no site Jezebel e acompanhá-lo com uma versão impressa das letras para perceber o que diabos essa moça estava cantando/algaraviando".[130] Em 4 de novembro, Winehouse interpretou a faixa no programa televisivo italiano Quelli che il calcio, apresentado por Simona Ventura.[133] O tema foi incluído nos concertos de Winehouse em festivais em 2008, entre os quais o Rock In Rio Lisboa, em Portugal — ao qual a artista compareceu atrasada e com a voz rouca e em que a sua interpretação de "Back to Black" foi considerada o "momento da noite" —, o T In The Park e o Glastonbury, ambos em Inglaterra.[134][135][136] Após encerrar as suas apresentações àquele ano, a cantora iniciou um hiato de quase três anos. A artista retornou aos palcos somente em 2011, com uma turnê cujas primeiras apresentações ocorreram no Brasil, entre os dias 9 e 15 de janeiro de 2011, em Florianópolis, Rio de Janeiro, Recife e São Paulo. "Back to Black" foi, uma vez mais, incluída no repertório.[137] Outras versõesO grupo musical britânico The Rumble Strips realizou um cover da canção e incluiu-a na reedição de seu disco de estreia, Girls and Weather, em setembro de 2007.[138][139] Em novembro do mesmo ano, o grupo feminino conterrâneo Hope apresentou a canção no concurso de talentos The X Factor.[140] O artista Dev Hynes regravou a faixa e editou-a como lado B de seu single "Tell Me What It's Worth", de 2008.[141] Priya Elan, da revista NME, considerou o cover de Hynes "adequadamente perturbador e desolador".[142] Ainda em 2008, a faixa foi apresentada ao vivo pelas bandas Elbow e Glasvegas em suas performances no programa Live Lounge, da estação radiofônica BBC Radio 1.[143][144] A cantora brasileira Belô Velloso regravou o tema e incluiu-o em seu disco Versão Brasileira (2009).[145] Além disso, em um concerto ao vivo gravado exclusivamente pelo UOL, a artista executou a faixa.[146] Assim o fez a musicista francesa Amanda Lear, que incluiu a sua versão no disco Brief Encounters (2009).[147] Posteriormente, em 13 de dezembro de 2012, a artista lançou a faixa como um single no iTunes, disponibilizando-a em três edições: a que fora incluída em seu disco de 2009, uma versão acústica à guitarra e uma remistura intitulada "Dance Amanda's Vino Della Casa Mix".[148] Editores do site Idolator, no entanto, descreveram a versão de Lear como "um dos mais estranhos covers de uma canção de Amy Winehouse".[149] O tema foi apresentado pela personagem Santana Lopez — interpretada por Naya Rivera — no programa televisivo Glee. O episódio foi exibido em 17 de maio de 2011.[150] A cantora americana Ronnie Spector, ex-integrante das Ronettes, grupo feminino de soul dos anos 1960 — umas das influências musicais de Amy Winehouse —, apresentou a faixa frequentemente em seus concertos ao vivo.[151] Em 2 de agosto de 2011, em homenagem a Winehouse — que falecera semanas antes —, Spector lançou como single no iTunes uma versão da obra que regravara em estúdio.[152] O grupo musical britânico The Selecter regravou o registro e incluiu-o em seu disco Made In Britain, lançado em setembro de 2011.[153] A versão da banda iria ser distribuída como single, mas o seu lançamento como tal foi cancelado por coincidir com o dia do falecimento de Winehouse.[154] Em 18 de dezembro do mesmo ano, a cantora britânica Florence Welch interpretou a canção como forma de homenagear Winehouse no programa televisivo VH1 Divas Celebrates Soul, do VH1, cujas gravações foram realizadas na casa de espetáculos Hammerstein Ballroom, em Nova Iorque.[155] Mark Graham, ao escrever para o site do canal, comentou que a performance de Welch contribuiu para solidificar o legado musical de Winehouse.[156] Em maio de 2012, Vince Kidd, participante do programa de talentos britânico The Voice UK, apresentou a faixa durante a semifinal do concurso.[157] No mês seguinte, Mark Ronson estreou na BBC Radio 6 uma versão da canção.[158] Em setembro de 2013, a gravação foi novamente apresentada no palco do programa The Voice UK, desta vez pela cantora escocesa Jade Richards e, em dezembro do mesmo ano, foi interpretada por Jacquie Lee durante a sua participação na versão americana do programa de talentos.[159][160] O tema foi novamente realizado por um participante de programas do gênero em 2014, desta vez no Idols South Africa, tendo sido o intérprete Bongiwe Silinda.[161] A cantora e rapper brasileira Karol Conka apresentou um cover da canção no programa televisivo Música Boa ao Vivo, em 11 de outubro de 2016,[162] e adicionou a faixa ao repertório de sua turnê ao longo de 2016 e 2017.[163][164] Versão de Beyoncé e André 3 000A faixa foi regravada pelos cantores americanos Beyoncé e André 3 000 em meados de 2013 para a trilha-sonora do filme O Grande Gatsby. A inclusão da canção na obra foi sugestão do rapper compatriota Jay-Z. O cineasta australiano Baz Luhrmann, responsável pela direção filme, tencionava acrescer à produção um tom mais obscuro, de modo que a recomendação de Jay-Z o agradou demasiado.[165] O tema foi a última canção gravada para a trilha-sonora do material e foi anunciado em 1.º de abril de 2013.[166] Em 4 do mesmo mês, demonstrações da faixa foram divulgadas por meio de trailers do filme.[167] Um excerto de noventa segundos foi divulgado em 21 de abril e, no mesmo dia, foi disponibilizado para audição no iTunes.[168][169] A faixa foi transmitida inteiramente pela primeira vez no dia 23, por meio da East Village Radio, de Mark Ronson.[170] Em termos de composição musical, a regravação é relativamente mais lenta que a original.[171] Distanciado-se da produção Wall of Sound sessentista da gravação de Winehouse, a versão dos artistas americanos apresenta elementos minimalistas e eletrônicos e o trabalho de sintetizadores com ocasionais e repetitivos acordes de guitarra.[49][172] A letra da canção foi levemente modificada: André 3 000 profere-a na primeira pessoa ao início da gravação até à sua metade, quando Beyoncé assume a canção e profere as letras originais com vocais "sedutores e sensuais".[173][174] A regravação dividiu os críticos musicais, muitos dos quais consideraram a faixa original "demasiadamente perfeita para ser retrabalhada".[175] Mitch Winehouse, pai da artista, por sua vez, criticou veementemente a gravação. Já em 2 de abril, um dia após ser anunciado que Beyoncé e André 3 000 realizariam um cover da faixa, Mitch demonstrou o seu descontentamento por meio de seu perfil no Twitter em razão de não ter sido contatado previamente para que autorizasse a regravação.[176] Mitch Winehouse, aliás, propôs a Beyoncé que doasse 100 mil libras esterlinas à Amy Winehouse Foundation — instituição filantrópica fundada pelos familiares de Amy Winehouse após o seu falecimento.[177] A repórter Kia Makarechi, do Huffington Post, considerou "curioso" o fato de Mitch solicitar um pagamento a Beyoncé, uma vez que a artista não utilizou a gravação em seus trabalhos de estúdios, isto é, não o fez em benefício próprio.[178] Em 22 do mesmo mês, o pai de Winehouse manifestou-se novamente por meio de suas redes sociais, em que escreveu não haver problemas no fato de Beyoncé ter regravado a canção.[179] No entanto, após a faixa ser divulgada por completo, Mitch criticou fortemente a gravação, sobretudo a participação de André 3 000, à qual chamou "terrível", finalizando: "[André] deveria ter deixado Beyoncé fazer tudo sozinha".[180] O produtor musical da canção original, Mark Ronson, porém, revelou-se "lisonjeado e honrado" com a versão de Beyoncé e André 3 000.[170] Faixas e formatos"Back to Black" foi disponibilizado em formatos físico e digital em lojas como Amazon.com e iTunes.[24] Um extended play (EP) contendo cinco remixes foi lançado no iTunes em 2007.[181] Em algumas nações europeias, a canção foi editada em formatos CD single e CD-Maxi. No Reino Unido, foi lançado um vinil de edição limitada, que incluía a edição original da faixa e uma versão remisturada.[22]
CréditosLista-se abaixo os profissionais envolvidos na elaboração de "Back to Black", de acordo com o encarte do disco homônimo.[182]
Desempenho nas tabelas musicaisNo Reino Unido, "Back to Black" registrou, a princípio, repercussão bastante modesta, tendo estreado na tabela musical UK Singles Chart em 73.ª colocação na edição de 8 de abril de 2007, antes mesmo de seu lançamento como single.[183] A faixa permaneceu a oscilar entre as posições inferiores do ranking por cinco edições, tendo como pico a 40.ª colocação, em 29 do mesmo mês.[184] Após o seu lançamento físico, a obra saltou quinze posições até ao 25.º lugar na atualização de 6 de maio, estabelecendo o seu melhor resultado na tabela àquele ano.[185] Consequentemente, tornou-se o primeiro single do disco a não alcançar uma posição entre os vinte primeiros colocados.[186] Na UK R&B Chart, a faixa estreou em quinto lugar.[187] Após doze semanas de vendas, a canção registrava 34 217 cópias comercializadas em território britânico.[186] O single encerrou o ano como o 85.º mais bem-sucedido de 2007 no país, com 96 mil unidades distribuídas.[188][189] Entre 2007 e 2008, o material reentrou na tabela por diversas vezes, de modo que acumulou 52 edições não-consecutivas no ranking antes de retornar em 2011, ano em que Winehouse faleceu, o que impulsionou as vendas de seus materiais discográficos. Um dia após a notícia ter-se tornado pública, a obra reassumiu a 81.ª posição da UK Singles Chart, com 3 522 réplicas comercializadas.[190] Em 1.º de agosto de 2011, o single ascendeu à oitava posição, com 27 414 unidades distribuídas, adquirindo para si uma melhor colocação na tabela.[191] De acordo com a Official Charts Company (OCC), a canção registrava, até o primeiro semestre de 2015, mais de 357 mil unidades comercializadas em território britânico, tornando-se a segunda mais vendida de Winehouse a solo no Reino Unido.[192] Em uma classificação geral, que inclui canções solos e duetos, o single é apenas superado por "Valerie" (2007) — uma colaboração com Mark Ronson e cover de The Zutons, originalmente editado em 2006 — e "Rehab", respectivamente, o primeiro e segundo lançamentos mais vendidos de Winehouse.[42] Adicionalmente, é a faixa de Amy Winehouse com o maior número de streamings em plataformas que oferecem o serviço no Reino Unido — registrando mais de 3,4 milhões de audições até ao primeiro semestre de 2015.[192] A combinação de streamings e vendas reais resultou na atribuição de um "Disco de Platina" à gravação pela British Phonographic Industry (BPI), em 22 de setembro de 2017, por alcançar a marca de seiscentas mil cópias distribuídas no país.[A 8] Com isso, tornou-se o primeiro single a solo de Winehouse a receber tal galardão da empresa.[194] Noutras regiões do continente europeu, porém, a canção registrou outro folgo, vindo a conquistar as mais altas classificações alguma vez alcançadas por um single de Winehouse a solo. Na Suíça, por exemplo, o single estreou em 36.º lugar na edição de 18 de novembro de 2007.[195] Após transitar pelo ranking por dezoito semanas, a canção ascendeu à 10.ª colocação, em 30 de março de 2008, tornando-se o segundo lançamento da artista a alcançar uma posição entre os dez primeiros lugares — "You Know I'm No Good" realizara a proeza dez semanas antes.[196][197] De sua estreia a novembro de 2008, o registro deixou a tabela somente uma vez, tendo acumulado 49 edições não-consecutivas entre as canções mais vendidas semanalmente.[198] Consequentemente, tornou-se o 33.º lançamento mais vendido de 2008 no país.[199] Na Áustria, a gravação estreou nas tabelas de vendas em 18 de janeiro de 2008 em 65.º lugar e, após sete semanas, ascendeu às dez primeiras colocações. Imediatamente, superou "Rehab" — que alcançara o 19.º lugar e, até à data, era o maior êxito de Winehouse no país — e converteu-se no primeiro lançamento da artista a alcançar uma colocação entre os dez primeiros lugares.[200] Em 14 de março, a obra chegou ao terceiro lugar,[201][202] no qual se manteve por quatro edições.[203] Nesse meio período, a ascensão do single à posição mais elevada apenas foi impedida por "Bleeding Love" (2007), da musicista britânica Leona Lewis, que ocupou o segundo lugar entre as edições de 14 a 28 desse mês, e por "New Soul" (2008), da artista franco-israelita Yael Naim, que assumiu a vice-liderança em 4 de abril.[201][204] Todos, por sua vez, perderam a liderança para "Kuschel Song" (2008), de Schnuffel.[201] Com 42 semanas consecutivas de permanência na tabela, o single de Winehouse encerrou o ano de 2008 como o 13.º lançamento mais vendido em território austríaco.[203][205] Na Alemanha, o single registrou a sua mais alta estreia, alcançando o oitavo lugar na edição de 21 de março de 2008.[206] Após dez semanas a oscilar entre os 30 mais vendidos, a obra ascendeu à segunda colocação, em 31 de maio,[207] tendo encerrado 2008 como o 48.º mais vendido em território alemão.[208] Foi em território polonês, no entanto, que "Back to Black" obteve o seu maior êxito. Lá, a canção estreou em 30.º lugar em 31 de maio de 2008. Em apenas cinco semanas, durante as quais registrou ininterrupta ascensão, a gravação conquistou o primeiro lugar, onde permaneceu por três atualizações não-consecutivas. Consequentemente, converteu-se no segundo lançamento de Winehouse a realizar a proeza — atrás apenas de "You Know I'm No Good", que alcançara o topo em março do mesmo ano.[209] No Brasil, a gravação tornou-se o único single da artista a ser premiado pela Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD) — hoje Pro-Música Brasil — em qualquer nível. A canção recebeu o certificado "Disco de Ouro" da empresa em 2009 por vender mais de 50 mil unidades digitais.[210] Noutras regiões, por sua vez, o tema recebeu maior atenção após o falecimento de Amy Winehouse, em 2011. Foi o que se verificou nos Estados Unidos. Lá, a obra vendeu quinze mil unidades durante as primeiras 36 horas após a divulgação do ocorrido e veio a estrear em uma tabela do país apenas em 6 de agosto de 2011, ao alcançar o 55.º lugar da Billboard Digital Songs, com 31 mil réplicas comercializadas.[211][212] Consequentemente, obteve a 19.ª colocação da Billboard R&B Digital Songs.[213] Em fevereiro de 2015, o single foi premiado com "Disco de Platina" pela Recording Industry Association of America (RIAA), devido às vendas de mais de um milhão de unidades em território americano.[214] Em França, realizou a sua primeira aparição nas tabelas de vendas em 42.º lugar horas após a imprensa divulgar o óbito da artista.[215] Uma semana mais tarde, saltou à 15.ª posição, com 4 213 downloads pagos.[216] Assim o foi também nos Países Baixos, em que a canção fez a sua estreia na tabela MegaCharts em agosto de 2011, em 18.º lugar.[217] Noutros locais, similarmente ao ocorrido no Reino Unido, o single acabou por superar as suas classificações anteriores. Foi o que se constatou em territórios italiano, suíço e espanhol, onde a canção reentrou em terceiro, oitavo e 10.º lugares, respectivamente. Nessas regiões, o tema alcançara, no ano de 2008, a 12.ª, a 10.ª e a 19.ª posições, nesta ordem.[218][219][220] Consequentemente, tornou-se o mais bem-posicionado single de Winehouse nas tabelas da Itália.[221] O mesmo ocorreu na Irlanda, onde a gravação retornou em 11.º lugar — em 2007, a faixa alcançara o 33.º lugar —, tornando-se o único lançamento da artista a alcançar uma posição entre as quinze primeiras classificações.[222][223] Em território grego, a canção regressou em 13 de agosto em uma colocação que lhe era familiar: o topo.[224] Como resultado de suas vendas elevadas em diversas nações europeias, a canção regressou em oitavo lugar à Euro Digital Songs,[225] que contabiliza as vendas digitais de canções em todo o continente europeu, vindo a alcançar a quinta classificação como o seu pico.[226] Notas
ReferênciasBibliográficas
Gerais
Ligações externas
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